A liderança global de Lula: uma contestação às narrativas tendenciosas

* Prof. Jorge Tardin

O editorial publicado no O Globo em 29 de setembro de 2024 afirma que a liderança global do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está em declínio. Entretanto, essa análise se mostra enviesada e distante da realidade. As relações internacionais do Brasil, especialmente com a China, Europa e África, demonstram o contrário, evidenciando que o país continua a desempenhar um papel de destaque no cenário global.

China e Ásia: Relações em crescimento

As relações comerciais entre Brasil e China permanecem robustas e em expansão. Em 2024, as exportações brasileiras para a China atingiram US$ 28,44 bilhões apenas em produtos agrícolas, como soja, milho e carnes, evidenciando um aumento de 10% em relação ao período anterior (MERCO PRESS, 2024). Além disso, a autorização de 38 novos frigoríficos brasileiros para exportar ao mercado chinês fortaleceu ainda mais esse laço econômico. O relacionamento sino-brasileiro também se destaca em outras áreas, como infraestrutura e tecnologia agrícola, o que confirma o Brasil como um parceiro estratégico dentro do BRICS (TRADERS DATA PRO, 2024).

Ademais, a China continua sendo o maior investidor estrangeiro no Brasil, com uma diversificação de investimentos que inclui áreas como energia renovável e infraestrutura (CHINA-BRIEFING, 2024). Esse panorama evidencia uma parceria crescente e cada vez mais diversificada, contrariando a afirmação de que o Brasil teria perdido relevância no cenário global.

Europa: Parcerias sustentáveis

Na Europa, a liderança de Lula tem sido elogiada por sua atuação em questões ambientais e na promoção do desenvolvimento sustentável. A União Europeia vê o Brasil como um parceiro central nas discussões sobre preservação da Amazônia e transição para energias renováveis, alinhando-se com o Pacto Verde Europeu (OEC, 2024). O Brasil continua sendo um ator crucial em fóruns globais como o G20 e a COP, onde Lula tem defendido um papel ativo para as economias emergentes na definição de políticas climáticas e ambientais globais (WORLD BANK, 2023).

África: Cooperação Sul-Sul

O editorial de O Globo também negligencia a importância da cooperação Sul-Sul no continente africano, onde o Brasil continua a desempenhar um papel significativo. Sob a liderança de Lula, o Brasil tem investido em áreas como tecnologia agrícola, saúde e energias renováveis, fortalecendo a relação com países africanos e promovendo o desenvolvimento sustentável (CHINA-BRIEFING, 2024). Esse relacionamento é reforçado pela atuação brasileira em fóruns multilaterais, onde o país tem defendido a inclusão de mais nações africanas em negociações globais, como no G20 e na ONU (MERCO PRESS, 2024).

As alegações feitas no editorial de 29 de setembro de 2024 em O Globo não refletem a verdadeira realidade das relações internacionais do Brasil sob a presidência de Lula. O crescimento contínuo das relações comerciais com a China, a cooperação em pautas ambientais com a Europa e o fortalecimento dos laços diplomáticos e comerciais com a África demonstram que a liderança global de Lula não só continua relevante, como está em expansão. As narrativas tendenciosas que sugerem o contrário desconsideram evidências concretas de que o Brasil permanece como um ator de peso no cenário internacional.

Referências

CHINA-BRIEFING. China-Brazil Relations: Trade, Investment, and Latest Updates. 2024. Disponível em: https://www.china-briefing.com. Acesso em: 29 set. 2024.

MERCO PRESS. Brazil and China celebrate fifty years of diplomatic relations. 2024. Disponível em: https://en.mercopress.com. Acesso em: 29 set. 2024.

OEC. Brazil Exports to China. 2024. Disponível em: https://oec.world. Acesso em: 29 set. 2024.

WORLD BANK. Brazil-China Trade Data. 2023. Disponível em: https://data.worldbank.org. Acesso em: 29 set. 2024.

TRADERS DATA PRO. Brazil-China Economic Relations. 2024. Disponível em: https://www.tradersdatapro.com. Acesso em: 29 set. 2024.