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Para conter a escalada da criminalidade no Rio de Janeiro e em outros estados um projeto de lei que promove uma minirreforma na segurança pública foi apresentado ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A proposta, que prevê penalidades mais duras para os crimes, entre outras medidas, foi elaborada pela Comissão de Segurança Pública (CSP) do Senado e aprovada em reunião do colegiado, que agora pede celeridade em sua tramitação.
Na prática, o pacote dificulta a libertação durante a audiência de custódia, de presos que sejam reincidentes, bem como de integrantes de facções criminosas e milicianos. Além disso, estabelece que condenados a penas superiores a seis anos de reclusão passem a cumpri-las imediatamente em regime fechado. Atualmente isso só acontece a partir de oito anos de condenação.
O pacote estabelece ainda que ?bandido preso cometendo crime usando fuzil cumpra pena de 10 a 20 anos de prisão, além da pena de outro crime, como tráfico de drogas. Hoje, o crime de tráfico “absorve” o porte ilegal de arma. Ou seja, a pena é zero pelo uso do fuzil. Inclusive, decisão recente do STJ entendeu que a arma é apenas o “instrumento de trabalho” do traficante de drogas, então responde apenas pelo tráfico.
O chamado “Pacote de combate aos crimes violentos” é resultado de recente visita ao Senado, do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), intermediada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), quando foi apresentada uma série de propostas destinadas a endurecer a legislação penal como parte de um esforço para combater o crime no Estado. A reunião, na ocasião, teve a presença ainda da cúpula da segurança do Rio e de parlamentares como o deputado estadual Márcio Gualberto, presidente da Comissão de Segurança Pública e Assuntos de Polícia da Alerj.
A Comissão de Segurança Pública e o Senado prepararam uma resposta dura contra o crime. Vamos acabar com a mordomia de vagabund0 e punir de verdade a bandidagem!”, Flávio Bolsonaro
O senador explicou que o pacote de combate aos crimes violentos visa “compilar todas as propostas em tramitação (na Câmara e no Senado) em um único projeto”. O pacote reúne leis de sua autoria e de outros parlamentares.
Resposta à interferências “externas”
Embora o senador não tenha mencionado, o pacote se mostra uma reação à interferência jurídica do STF na segurança pública do Rio através da ADPF 635, que restringiu as ações das polícias nas favelas do Rio. É também um resposta à PEC do governo Lula, que visa a centralizar a gestão da segurança pública e que foi repudiada pelos governadores.
Elaborada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, a PEC foi bastante criticada por reduzir a autonomia dos estados e por não trazer uma “solução efetiva no combate a criminalidade e ao fortalecimento das polícias”, ao contrário do pacote propostos pela CSP do Senado.
“É óbvio que com essa proposta a gente não pretende resolver todos os problemas da segurança pública, no Brasil, mas o Rio de Janeiro em especial é um estado que está sofrendo mais que os demais entes da federação”, reiterou Flávio Bolsonaro.
Leis mais duras para combater o crime
O pacote prevê alterações no Código de Processo Penal, no Código Penal, no Estatuto do Desarmamento, na Lei de Crimes Hediondos, na Lei de Drogas e na Lei de Licitações, para endurecer a resposta penal aos crimes cometidos com violência. Mais do que simplesmente aumentar penas, ele busca dar eficácia à Justiça e promover a eficiência e efetividade das ações policiais realizadas nas comunidades dominadas pelo tráfico ou por milícias.
Entre as prioridades do pacote apresentado, estão mudanças na audiência de custódia, que para Flávio Bolsonaro é uma “porta giratória para os marginais que quando ficam presos voltam para as ruas para cometerem novos crimes”. Confira a seguir as principais alterações propostas:
Via Coisas de política
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