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O último fim de semana foi marcado por uma sequência de encontros inesperados entre moradores do Rio de Janeiro e animais silvestres em plena zona urbana. Uma cobra na trilha de Grumari, um jacaré na areia da Praia do Recreio e um golfinho encalhado no mesmo trecho de praia foram alguns dos registros que chamaram atenção e movimentaram as redes sociais.
Na manhã de domingo (6), um corredor que descia a trilha de Grumari, na Zona Oeste, foi surpreendido por uma cobra de aproximadamente 1,30 metro. Ele filmou o animal calmamente repousando à beira do caminho e compartilhou a gravação nas redes, narrando com bom humor o encontro inesperado. O vídeo viralizou e dividiu opiniões: enquanto alguns internautas destacaram o respeito à fauna local, outros demonstraram medo e preocupação com o risco de atropelamento, já que a trilha cruza áreas próximas à estrada.
No mesmo dia, um jacaré apareceu na faixa de areia da Praia do Recreio dos Bandeirantes, atraindo olhares curiosos e gerando uma mistura de surpresa e preocupação. A Polícia Ambiental foi acionada para garantir a segurança do animal e dos banhistas. O vídeo, gravado por um frequentador da praia, ganhou um tom descontraído com a narração típica do humor carioca: “Domingão, partiu água de coco? Aí o jacaré! Bom dia, Jacaré!”
Apesar do tom leve, o episódio reacendeu o debate sobre a presença crescente desses animais em áreas urbanizadas. Internautas alertaram que jacarés como o que apareceu na praia costumam sair do Parque Chico Mendes e, desorientados, podem acabar nas ruas ou até no mar. A urbanização acelerada da região levanta preocupações quanto ao impacto sobre os habitats naturais e reforça a necessidade de ações de manejo e preservação da fauna.
Um dia antes, no sábado (5), a aparição de um golfinho encalhado na altura do Posto 12, também no Recreio, mobilizou banhistas e guarda-vidas. As imagens mostram o esforço para devolver o animal ao mar, mas também geraram críticas à falta de estrutura adequada para o resgate de animais marinhos. Comentários nas redes sociais cobraram a presença de equipes especializadas em cada praia e denunciaram a dificuldade de acionar órgãos públicos para esse tipo de atendimento.
Apesar da sensação de que animais silvestres estão invadindo os espaços urbanos, especialistas explicam que esses encontros são, em grande parte, naturais — e que o que mudou foi a forma como são registrados e compartilhados. Segundo o biólogo Bruno Meurer, especializado em conservação e reabilitação de fauna, o Rio de Janeiro reúne características ideais para essas aparições.
— O Rio é uma cidade cercada por áreas verdes, restingas e zonas úmidas. Esses ambientes abrigam uma diversidade enorme de espécies. O que acontece hoje é que, com mais celulares e redes sociais, esses encontros acabam ganhando mais visibilidade — explica Meurer.
A presença desses animais nas paisagens cariocas reforça a necessidade de reflexão sobre o equilíbrio entre o avanço urbano e a preservação ambiental. Ao mesmo tempo em que encantam e despertam empatia, também evidenciam os desafios de convivência entre o humano e o silvestre em uma metrópole que ainda guarda muitos traços de natureza viva.
Fonte: O Globo
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