Aprovamos a reforma tributária, um marco histórico, por Reginaldo Lopes

Deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) foi um dos que atuaram de forma efetiva para o debate e vota

Aprovamos a reforma tributária, um marco histórico, por Reginaldo Lopes

 

Há muitos anos não se via aquele clima na Câmara dos Deputados, como o que aconteceu na última quinta-feira. A reforma tributária foi aprovada entre abraços, sorrisos, gritos e discursos inflamados.

Parlamentares de todos os partidos votaram favoravelmente, chegando aos expressivos 382 votos, muito além do necessário para uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC). Como lembrou o presidente Lula, é a primeira mudança no sistema tributário do período democrático.

A medida vai dar à economia brasileira eficiência produtiva, garantir mais competitividade, gerar emprego e renda e zerar os impostos da alimentação, por meio da cesta básica nacional.

Foi um dos dias mais emocionantes da minha vida. Senti naquele momento que valeu a pena a dedicação quase exclusiva que dei ao tema nos últimos seis meses, como coordenador do Grupo de Trabalho que preparou o texto que foi à votação naquela sessão.

Desde a primeira coluna que escrevi aqui, neste espaço, há mais de quatro anos, falo sobre a necessidade de o Brasil fazer sua reforma tributária. Neste ano, escrevi aqui apenas sobre ela.

É gratificante perceber que agora todos falam sobre o assunto. Não só aqui, no Brasil, mas o mundo todo comenta o grande salto que o país vai dar daqui para a frente, influenciando a economia global.

O jornal britânico “Financial Times”, considerado o mais importante veículo econômico no mundo, destacou na capa como feito histórico a aprovação da reforma “longamente aguardada”. E justificou dizendo: “A maior economia da América Latina é prejudicada há décadas pela complexidade e opacidade de seu regime tributário”. A imprensa internacional foi na mesma linha e deu o devido destaque.

Aprovar a reforma foi exercitar a arte da política, do diálogo e da unidade. Na construção do consenso expresso na votação, mostramos aos atores envolvidos que a mudança no sistema tributário é uma política de Estado, um salto civilizatório, uma exigência democrática e de justiça social.

A coesão foi se construindo nessa condição, e chegamos à última semana conquistando o apoio daqueles que faltavam. Os últimos debates foram importantes para trazer ainda mais benefícios para o povo, como isentar de impostos a cesta básica nacional e os remédios, o que vai causar uma diminuição do preço dos alimentos e dos medicamentos.

Além dessa conquista, 72 milhões de brasileiros poderão ser beneficiados pelo Cashback do Povo, com a devolução dos impostos pagos pelos mais pobres. A renda das famílias vai crescer acima de 17%. Haverá redução de imposto para educação e transporte coletivo.

O PIB vai crescer de 12% a 20% em dez anos graças à economia com tributos. Teremos muito mais transparência, pois o imposto que você paga será detalhado na nota fiscal.

Com a força com que a reforma foi aprovada na Câmara, deve seguir para ter o mesmo destino no Senado. E teremos finalmente a convicção de que o Brasil vai se reindustrializar, pois vai produzir com menos custo, já que não será cobrado o imposto do imposto, causando uma redução de preços nas mercadorias e nos serviços.

O Brasil vai voltar a ser competitivo contra as importações que tomam o emprego do povo brasileiro e vai exportar com valor agregado. Estamos fazendo a reforma que vai colocar o Brasil no século XXI e fazê-lo crescer como nunca.

Reginaldo Lopes (PT) é deputado estadual por Minas Gerais

Publicado originalmente no jornal O Tempo

Por Ultima Hora em 16/07/2023

Comentários

  • Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!

Notícias Relacionadas

Prefeito? Ganime não descarta opção
19 de Outubro de 2022

Prefeito? Ganime não descarta opção

PF prende ex-juiz que levou Porsche e piano apreendidos de Eike Batista
21 de Março de 2023

PF prende ex-juiz que levou Porsche e piano apreendidos de Eike Batista

Direita se sente representada por Eduardo Paes que lidera pesquisa polarizando com Tarcisio Motta representante da esquerda
06 de Julho de 2024

Direita se sente representada por Eduardo Paes que lidera pesquisa polarizando com Tarcisio Motta representante da esquerda

Pazuello vota na Zona Sul do Rio após cumprir agenda de apoio a Ramagem
06 de Outubro de 2024

Pazuello vota na Zona Sul do Rio após cumprir agenda de apoio a Ramagem

Aguarde..