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Por Luis Leite
Na madrugada desta sexta-feira (18), foi de festa e decisão na quadra da Beija-Flor de Nilópolis, no qual definiu o samba-enredo que levará para a Marquês de Sapucaí no Carnaval de 2025, em celebração à vida e o legado de Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, o eterno Laíla.
Em uma disputa eletrizante entre as três obras finalistas, venceu a parceria de Rômulo Massacesi, Junior Trindade, Serginho Aguiar Centeno, Ailson Picanço, Gladiador e Felipe Sena. Com refrão forte, o hino foi bem aceito pela comunidade nilopolitana.
Antes de dar início ao show de apresentação dos principais segmentos, a Azul e Branca homenageou alguns dos seus baluartes como Neguinho da Beija-Flor, Pinah, Tia Debora da Velha Guarda, Mestre Plínio, Neide Tamborim, João Sorriso, Bolão e Sonia Capeta. A noite também foi marcada pela fé e a religiosidade afro-descendente em referência ao personagem.
No ano que vem, a Deusa da Passarela será a segunda escola a desfilar na segunda-feira de folia, dia 3 de março, com o enredo, “Laíla de Todos os Sambas, Laíla de Todos os Santos”, desenvolvido pelo carnavalesco João Vitor Araújo.
Laíla conquistou oito títulos pela agremiação 1976, 1977 e 1978, incluindo o tricampeonato em 2003, 2004 e 2005 e um bicampeonato em 2007 e 2008. O ex-carnavalesco e diretor de carnaval morreu aos 78 anos, em 18 de junho de 2021, vítima da Covid-19.
Confira a letra do samba campeão:
Kaô meu velho!
Volta e me dá os caminhos
Conduz outra vez meu destino
Traga os ventos de oyá
Agô meu mestre
Sua presença ainda está aqui
Mesmo sem ver, eu posso sentir
Faz Nilópolis cantar
Desce o morro de oyó
Benedito e catimbó
O alabá doum
Traz o terço pra benzer
E a cigana puerê
Meu exu
De copo no palco, a nota certeira
Regeu o sagrado toda quinta-feira
O brado no tambor, feitiço
Brigou pela cor, catiço
Coragem na fala sem temer a queda
O dedo na cara, quem for contra reza
Vencer o seu verbo
Gênio do ouvido perfeito
A trança nos versos
Divino e humano em seu jeito
Queria paz, mas era bom na guerra
Apitou em outras terras, viajou nas ilusões
Deu voz à favela e a tantas gerações
Eu vou seguir, sem esquecer nossa jornada
Emocionada, a baixada em redenção
Chama João pra matar a saudade
Vem comandar sua comunidade
Óh jakutá… O Cristo preto me fez quem eu sou
Receba toda gratidão obá, dessa nação nagô
Da casa de ogum, xangô me guia
Da casa de ogum, xangô me guia
Dobram atabaques no quilombo Beija-flor
Terreiro de Laíla meu griô
Créditos e Texto Batuque Rj
Luiz Leite
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