Celso Pansera negocia com família Reis vaga na Câmara Municipal

A vinda do deputado Hugo Motta, próximo presidente da Câmara Federal, foi providencial para a articulação política em outras esferas. Quem se beneficiou do encontro no aniversário do deputado Marcos Tavares (PDT) foi Celso Pansera, presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e conhecido político da Baixada Fluminense.

Além de ficar bem na fita com Motta, o petista aproveitou o almoço no Rei do Bacalhau para tergiversar com a direita duquecaxiense. Em suas redes, posou com o vereador Cláudio Thomaz (PRD), presidente da Câmara Municipal, com quem teve uma longa conversa de canto. E por lá, conversou também com o próprio prefeito de Caxias, Netinho Reis, que é sobrinho do poderoso Washington Reis, e com outros políticos da base do governo.

Pansera está articulando para conseguir a todo custo a vaga de seu candidato a vereador, Bruno Bbzão, na Câmara Municipal. O pupilo ficou na suplência da Federação Brasil da Esperança, pois mesmo com todo investimento, fez apenas 1.895 votos, mostrando a pouca força de Pansera em Caxias.

Para conquistar a vaga na Câmara, a vereadora Andreia Zito (PV) precisa ser convidada pela família Reis a compor o governo, sendo secretária municipal. Claro que todos torcem o nariz para a filha do ex-prefeito Zito, arqui inimigo dos Reis há tempos. Mas, com promessas de mundos e fundos da bilionária Finep, quem sabe o governo deixe os ressentimentos de lado? Cabe agora saber se Andreia Zito quer compor o governo ou continuar a ser a única oposição na Câmara Municipal.

Informação extra

Celso Pansera passou a última eleições minando Zito nos bastidores da política, dizendo que o ex-prefeito estava morto politicamente. Sua atuação também foi contra a candidata a vice-prefeita Aline Rangel, presidente do PT Duque de Caxias.

Pasmem! Pansera fez tudo para tirar a vice do próprio PT, tentando convencer Zito e o comando do Partido Verde e do PCdoB, que compõem a Federação Brasil da Esperança, a colocar Wesley Teixeira (PSB) ou Michele Tavares (PDT) como vice.

O desagrado de Pansera com Aline Rangel é de longa data. Até hoje o petista não superou o episódio de março de 2020, quando a presidente do diretório municipal fez uma carta manifesto, publicada pelo PT Nacional, alegando misoginia por parte do companheiro partidário. Acesse aqui

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"Bom dia, companheiras!

Hoje gostaria de falar enquanto mulher, mãe e militante de quase 20 anos do Partido dos Trabalhadores. Sempre quando nós mulheres resolvemos entrar para a política, muitos acham que conquistamos nossos espaços usando qualquer tipo de coisa, menos nossa capacidade, inteligência e conhecimento. Até dizem que é isso, mas antes há diversos julgamentos e estereótipos que o próprio companheiro de esquerda ajuda a reproduzir. Enquanto mulher, já ouvi de tudo dentro dos espaços políticos que ocupei e ocupo atualmente, a presidência do PT Duque de Caxias, onde fui eleita de forma democrática e livre por quase 90% dos filiados votantes.

Ontem (10/03), foi o momento mais constrangedor dos meus anos de militância no PT enquanto mulher. Quando um grupo minoritário coordenado pelo ex-deputado Celso Pansera e o vereador Eduardo Moreira que desejam por conta própria levar o PT para uma política de aliança com o atual prefeito Washington Reis e tentariam aprovar um documento com esse encaminhamento, perceberam que não tinham maioria e de forma agressiva, puxaram a lista de presença da mesa que eu presidia, rasgaram e deixaram  sede do PT Duque de Caxias, rumo a Câmara Municipal para uma reunião da minoria que "aprovou" a entrega do PT ao prefeito Washington Reis ou seu candidato, caso seja impedido pela justiça. Sem discussão, sem debate, sem convite. Dando o PT, aquele que foi o primeiro deputado federal a votar favoravelmente ao impechament da Presidenta Dilma Rousseff, primeira mulher eleita para dirigir a República Federativa do Brasil, de maioria feminina. A maioria seguiu a reunião na sede do PT Caxias e aprovou a expulsão do vereador e referedou a candidatura própria do companheiro Aluízio Júnior a Prefeitura, ambos por unanimidade. 

Mais grave que rasgar um documento, foram as agressões verbais que meus ouvidos escutaram, os dedos na cara apontados, os gritos machistas de membros deste grupo minoritário à mim, mulher, mãe e presidenta do PT Duque de Caxias que defende acima de tudo a institucionalidade, o regimento e as resoluções do Partido dos Trabalhadores/as. Xingamentos e julgamentos absurdos, que nenhuma mulher merece e precisa ouvir. Enfrentei o machismo mais uma vez de cabeça erguida, ciente da minha responsabilidade, do meu papel e daquelas que passaram situações mais constrangedoras que a minha, mas mesmo assim não esmurecem. É triste estar em um partido onde a cultura do machismo deveria estar sendo desconstruída, mas infelizmente, muitos de nossos algozes, estão aqui dentro e nos julgando.

Tenho certeza que se fosse um homem sentado na cadeira de presidente do Diretório Municipal, nenhuma dessas ações teria ocorrido, nenhum xingamentos teria sido proferido e nem o tom de voz teria aumentado. Enquanto estiver presidenta do PT Duque de Caxias, estarei enfrentando o machismo e os machistas, estarei provando a eles que somos maiores que os seus falsos julgamentos, achismos e seguirei respeitando as Resoluções da Executiva Nacional, comandada por uma mulher, a companheira e deputada federal Gleisi Hoffmann. 

Por fim, os machistas tem que aceitar que o Diretório Municipal do PT Duque de Caxias é comandando por uma mulher. 

Agradeço a solidariedade de todas as companheiras presentes a reunião e que seguimos juntas uma da outra. Machistas não passarão!"

ALINE RANGEL 
Presidenta do PT Duque de Caxias"