Cuidado! A Neofobia Alimentar pode estar prejudicando a alimentação do seu filho

Cuidado! A Neofobia Alimentar pode estar prejudicando a alimentação do seu filho

Se seu filho demonstra resistência a experimentar novos alimentos, é importante ficar atento, pois esse comportamento pode estar relacionado à neofobia alimentar— uma condição caracterizada pela aversão a alimentos desconhecidos. A neofobia pode resultar em uma dieta limitada e carente de nutrientes essenciais, afetando a saúde da criança.

De acordo com a nutróloga Karla Cristina Malta Vilanova, especialista em Nutrologia Pediátrica e docente nos cursos de Pós-Graduação da ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia), as causas dessa condição ainda não são completamente compreendidas. No entanto, a neofobia alimentar está ligada a diversos fatores, como questões biológicas, psicológicas, culturais e sociais.

Identificando os Sinais da Neofobia Alimentar

Esse tipo de comportamento geralmente aparece na faixa etária de dois a cinco anos, quando os hábitos alimentares estão sendo formados. Um dos primeiros sinais de alerta é a dieta restrita da criança, com baixa diversidade e qualidade nutricional. Comumente, alimentos ricos em nutrientes, como legumes, carnes e frutas, são recusados, enquanto alimentos com alto teor de gordura e açúcar atraem mais a atenção dos pequenos.

Além disso, as crianças com neofobia alimentar podem sofrer de ansiedade. Karla explica que isso acontece porque, muitas vezes, os pais não incentivam a criança a participar ativamente das refeições, como escolher os alimentos e montar o prato. A pressão excessiva para comer determinados itens também pode agravar o quadro. Estudos indicam que forçar a criança a consumir alimentos que não deseja pode aumentar a ansiedade e criar associações negativas, tornando o processo alimentar ainda mais difícil. Esse comportamento pode também prejudicar a socialização da criança na escola, afetando seu bem-estar social e emocional.

Tratando a Neofobia Alimentar: Repetição e Envolvimento

Embora lidar com a recusa alimentar de crianças seja desafiador, a especialista ressalta a importância da exposição repetida a novos alimentos. Geralmente, é necessário oferecer o alimento de 10 a 15 vezes antes que a criança o aceite. Mais importante ainda é criar um ambiente de refeição prazeroso. Uma sugestão é envolver os pequenos no preparo das refeições, o que pode diminuir a ansiedade e aumentar a confiança deles ao experimentar novos alimentos.

Nos casos mais intensos, em que a ansiedade e outros aspectos emocionais são mais marcantes, a ajuda de uma equipe multidisciplinar pode ser essencial para apoiar a família na gestão da neofobia.

Tornando a Alimentação Atraente para Crianças Neofóbicas

Para os pais preocupados com a saúde de seus filhos, existem maneiras de tornar os alimentos mais atraentes para as crianças com neofobia alimentar. Algumas dicas incluem:

  • Oferecer porções pequenas dos alimentos que a criança resiste a comer.
  • Aumentar a frequência da oferta desses alimentos.
  • Apresentar o alimento no prato e deixar a criança experimentar por conta própria, evitando pressões ou cobranças.
  • Não forçar a alimentação.
  • Evitar alimentos que causem náuseas ou desconforto físico.
  • Misturar alimentos novos com os que a criança já consome.
  • Servir como exemplo, já que os hábitos alimentares dos pais influenciam diretamente os filhos.

Karla também destaca que a ausência de um ambiente afetivo durante as refeições pode contribuir para que a criança associe esse momento com um desconforto, ao invés de prazer. Por isso, é fundamental cultivar uma relação positiva com a comida desde cedo, para despertar o interesse por novos sabores e texturas.

 Alimentação Prazerosa e Sem Pressões

Os aspectos emocionais desempenham um papel importante no desenvolvimento da neofobia alimentar, e o ambiente durante as refeições deve ser favorável ao prazer de comer. Promover uma experiência tranquila e agradável à mesa pode ajudar a criança a superar suas resistências alimentares, sem traumas ou pressões.

 

Fonte: Revista Crescer

Por Ultima Hora em 20/03/2025

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