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A vida presta! Assim disse Fernanda Torres após ser agraciada com o Globo de Ouro. Presta, é bonita e é bonita como já versou o mestre Gonzaguinha. Estamos sentindo na pele o gosto dessa alegria, da beleza da vida e da arte cujo papel é intrínseco nessa história. Que seria da vida sem arte? Todos os viventes do século XXI sabem muito bem. Basta lembrar da trágica pandemia tão recente que vivemos. Supérfluo comentar. Só não vê quem não quer.
Não é só o cinema que está em festa, é a arte brasileira, o artista brasileiro, o cidadão brasileiro, é o Brasil! Estamos de alma lavada. Há 25 anos a gente bateu na trave. O gol estava engasgado, agora a mesma dinastia vai lá e lava nossa alma. Gol de placa!
Atributos à Fernanda Torres são dispensáveis de comentários. Ela já disse ao que veio faz tempo. Um tanto a ver com sua origem, não é pra menos, mas seu talento é inquestionável. Sua trajetória comprova.
Fato é que precisamos de uma vez por todas acreditar no produto brasileiro por tudo que representa. A tal síndrome de vira-lata precisa ser banida. Ainda Estou Aqui é o resumo disso. Elenco brilhante, história que merece ser contata, roteiro e direção impecáveis e de quebra a magistral Fernanda Montenegro sem abrir a boca diz tudo. Esplêndida. Absoluta como sempre. Além de tudo isso, o filme traz a realidade de uma família que dá voz a muitas outras. É claro que o brilhantismo do filme é encantador e nos leva a um lugar especial como espectador brasileiro que conhece os meandros dos acontecimentos narrados. Mas há muitos jovens que não fazem idéia e esse é outro ponto alto do filme, resgatar essa memória de um capítulo dantesco da história nacional, sem ficção. A realidade nua e crua ali na tela, na nossa frente, no nosso colo precisa continuar a ser contada e recontada até que seja nevoa em nossa lembrança, mas também permaneça como um marco histórico e nos faça lembrar que é preciso permanecer atento e forte.
Ainda Estou Aqui nos devolve o sentido de brasilidade, de que vale a pena seguir, que há mel depois do arco Iris, a não esmorecer a despeito dos enfrentamos e, sobretudo, nos restaura o óbvio que por vezes se faz necessário afirmar; a competência e a potência artística que temos de sobra.
Brasil de alma lavada! E como citei o grande Gonzaguinha, mais uma vez eu fico com ele: ‘Eu acredito é na rapaziada, que segue em frente e segura o rojão, eu ponho fé é na fé da moçada, que não foge da fera e enfrenta o leão’. Benfazeja alma brasileira.
Rogéria Gomes
Jornalista e escritora
teatroemcenanoradio@gmail
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