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Segunda testemunha a ser ouvida pela juíza Elizabeth Louro na audiência de instrução e julgamento realizada nesta quarta-feira (6/10) na 2ª Vara Criminal da Capital no processo que apura a morte do menino Henry Borel, aos quatro anos, ocorrida em março, a delegada auxiliar da 16ª DP Ana Carolina de Caldas afirmou que a ré Monique, mãe do menino, teria ciência da rotina de violência que Henry sofria e não o afastou desta situação, que tanto ela quanto seu namorado Jairinho, também réu na ação, mentiram no inquérito policial e que a criança já teria chegado morta ao hospital.
Ela destacou ainda que as agressões a Henry teriam começado pelo menos a partir do dia 2 de fevereiro e que as reiteradas agressões físicas e psicológicas teriam ficado comprovadas, além de que a babá teria ocultado os fatos por ter sofrido ameaça velada.
Em seguida, foi a vez de o policial civil Rodrigo Melo, que participou das oitivas e diligências do caso, dar o seu depoimento. Ele afirmou que as câmeras de segurança verificadas mostraram que não houve nenhum tipo de acidente com Henry no período em que esteve com o pai em um shopping antes de ser entregue a Monique, reforçou que o laudo pericial demonstrou que o menino teve uma morte violenta e que, no dia do ocorrido, quando a perícia esteve no apartamento em que a criança foi morta, o imóvel já havia sido limpo.
O pai da vítima, Henry Borel, relatou que mantinha um bom relacionamento com a ex-mulher até o surgimento de Jairinho e retratou seu filho como uma criança “maravilhosa, dócil, amorosa, o filho que toda mãe queria ter”. Afirmou que seus pais se separaram quando ele tinha a idade do Henry e que se preocupava em se manter presente na vida do filho.
Ele contou ainda que, mais de uma vez, Henry teria relatado que o “tio”, como se referia a Jairinho, o teria machucado, mas que, ao questionar Monique sobre o assunto, ela sempre negou que o filho fosse vítima de maus tratos. “Toda vez que eu pegava meu filho, verificava se ele tinha alguma marca ou escoriação”, contou.
Leniel também relatou que Henry sempre demonstrava resistência em retornar à casa da mãe, comportamento que ele atribuía às mudanças recentes na vida do menino, como a separação, a alteração de endereço e a nova escola. Muito emocionado, Leniel chorou ao contar sobre o último registro de vídeo que fez do filho, cantando a música religiosa “Mãezinha do Céu”.
Ele lembrou que Henry ficou muito nervoso e vomitou na sua volta para casa no dia anterior à sua morte e que teria dito na frente de Monique que “mamãe não é mamãe boa”. “Foi a última vez que vi meu filho vivo”, lamentou, dizendo que só teve certeza de que teria se tratado de uma morte violenta após o laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML) de hemorragia interna por ação contundente.
O pai do menino relatou ainda ter sofrido ameaças indiretas que acredita ser por parte de Jairinho e que foi procurado por ex-companheiras dele que relataram que seus filhos também sofreram agressões do ex-vereador, assim como Henry. Disse que Monique era ambiciosa e que hoje ele faz tratamento psicológico e psiquiátrico e vive à base de remédios.
“Meu filho estava sendo criado para fazer a diferença nessa sociedade. Poderia ser um novo Einstein, um criador de vacina”, afirmou, dizendo que a última vez em que falou com Monique foi no enterro do menino.
Processo nº: 0066541-75.2021.8.19.0001
Via TJ-RJ
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