Implante de Chip Cerebral Chinês Restaura Habilidades Motoras em Paciente Tetraplégico

Tecnologia de Interface C

Uma equipe clínica de Pequim, China, atingiu um marco significativo na tecnologia de Interface Cérebro-Computador (BCI), ao implantar com sucesso um processador sem fio no crânio de um homem tetraplégico. Após 14 anos de paralisia devido a uma lesão completa na medula espinhal causada por um acidente de carro, o paciente agora recupera habilidades motoras, incluindo a capacidade de beber água por conta própria.

A cirurgia pioneira, realizada em 24 de outubro de 2023, envolveu a inserção de um processador BCI sem fio, do tamanho de duas moedas, no crânio do participante. Conhecido como "Oportunidade Eletrônica Neural" (NEO), o dispositivo foi desenvolvido por cientistas da Universidade Tsinghua. Diferentemente de tecnologias similares, o NEO utiliza eletrodos entre o crânio e a dura-máter, assegurando a qualidade do sinal sem causar danos aos tecidos neurais.

Após três meses de treinamento em casa, o paciente demonstrou a habilidade de pegar uma garrafa de água por conta própria, utilizando uma luva inflável acionada por ondas cerebrais, com uma taxa de precisão de agarre superior a 90%. Além disso, melhorias nas pontuações clínicas para lesões na medula espinhal e medições de potenciais evocados sensoriais foram observadas, conforme relatado pelos neurocirurgiões envolvidos no ensaio.

A segunda implantação bem-sucedida do NEO ocorreu em 19 de dezembro de 2023, no Hospital Tiantan, em Pequim, em outro paciente com lesão na medula espinhal.

A tecnologia BCI, que permite a comunicação entre o cérebro e o computador, tem atraído atenção global. Elon Musk, fundador da Neuralink, anunciou recentemente resultados promissores em seus experimentos de implante cerebral. Na China, o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação expressou seu compromisso em apoiar indústrias futuras, incluindo BCI, metaverso e robôs humanoides.

O professor Zhao Guoguang, do Hospital Xuanwu, enfatizou o potencial do BCI para auxiliar na recuperação de pacientes com doenças cerebrais e destacou a fusão em potencial da inteligência cérebro-computador. Ele ressaltou que, embora haja progresso notável, mais pesquisas serão conduzidas para garantir a estabilidade e funcionalidade contínua do dispositivo, antes de sua aplicação em larga escala.

 

Fonte: Brasil 247

Por Jéssica Porto