Mais uma torre do castelo cai

 

Cerco se fecha 

Um dia após o depoimento do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres na CPI mista dos Atos Antidemocráticos, no Senado, Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF na gestão presidencial anterior é preso pela Polícia Federal no âmbito da Operação Constituição Cidadã. A prisão aconteceu na madrugada desta quarta-feira, 9, em Santa Catarina. Vasques foi transferido para Brasília e já está detido na sede da superintendência da PF.

 Crime eleitoral

Silvinei é suspeito de interferir nas eleições presidenciais de 2022, usando seu poder, enquanto diretor da Polícia Rodoviária Federal, ao autorizar blitz em rodovias federais em Estados da região Nordeste próximos de locais de votação onde o então candidato, Luiz Inácio Lula da Silva, era visto como favorito. A operação da PF cumpriu outros 10 mandados de busca e apreensão contra ex-diretores e ex-corregedor da PRF em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Rio Grande do Norte.

Muito a explicar 

Silvinei já depôs na CPI mista dos Atos Antidemocráticos, mas depois dessa prisão e de fatos novos que vieram à tona, a relatora da comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA) já avalia votar a reconvocação do ex-diretor da PRF.

 Fio do novelo 

Diante de mais uma prisão de um aliado direto do ex-presidente Jair Bolsonaro, o clã, aliados e o próprio ex-presidente já devem estar de orelha em pé sobre quem será o próximo da lista . As más línguas já apostam que não vai tardar para as investigações chegarem no alvo central: Jair Bolsonaro.

 Enquanto isso

Presidente nacional do PL Mulher, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro vai se reunir com lideranças femininas do PL de São Paulo no próximo dia 18 para alinhavar o processo pré-eleitoral 2024. Michelle será recebida pela presidente do PL-SP, a deputada federal Rosana Valle, que é pré-candidata a prefeita da cidade de Santos, no litoral paulista.

'Jamais'

Presidente nacional do PP e ex-ministro-chefe da Casa Civil do governo Bolsonaro, o senador Ciro Nogueira (PI) disse que é "impossível" o seu partido fazer o "L", se referindo à aliança com o governo Lula, pelo menos enquanto ele estiver à frente da direção da sigla. Alguém avisa a ele que o PP, que é um dos líderes do Centrão, já está com um lado do corpo praticamente no governo e essa articulação está sendo feita, ao vivo e a cores, pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, importante quadro do Progressistas.

Aposta

Com a inelegibilidade de Bolsonaro, alguns aliados veem no governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, uma alternativa à sucessão presidencial em 2026 e o desenho de uma nova liderança. Tarcísio tem feito o dever de casa e evitado se "apresentar" como alternativa, diferente de outros políticos da direita que têm buscado holofote, a exemplo de Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais.

Traição à vista

Indignado, o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) disse, em entrevista à CNN, que a CPI do MST não será prorrogada como se previa. Relator da comissão, o deputado acusou o Centrão de enterrar a investigação da CPI ao fazer acordo com o governo para livrar o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, da convocação para depor no colegiado, que já havia sido aprovada. A canetada para anular a convocação partiu de Arthur Lira ao atender requerimento da bancada petista na casa. "Não vamos fazer jogo de cena", disse Salles sobre estender as investigações da comissão, previstas para se encerrar em 14 de setembro.

Novo comando

No dia 28 de setembro, o ministro Luís Roberto Barroso vai tomar posse como novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) para um mandato de 2 anos. Ele foi eleito em votação simbólica nesta quarta-feira. O vice-presidente eleito será o ministro Edson Fachin.