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Em meio à pandemia que assola o planeta, os Estados Unidos e a Rússia trocam ameaças, sob forte tensão nos dois opostos. O presidente americano Joe Biden e o presidente Russo Vladmir Putin, alimentam suas diferenças através de mensagens e fazem comentários, focados na crise onde no epicentro da desavença está a Ucrânia e a Criméia.
A Rússia tem motivação para intervir, calcada no fato de que cerca de meio milhão de pessoas nas autoproclamadas "Repúblicas Populares" de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, receberam passaportes russos desde o início dos combates em 2014.
Existe diálogo, embora conservador sob o ponto de vista de Estado, conforme o diretor-geral da think tank Conselho de Assuntos Internacionais russo, Andrei Kortunov, ao citar “os recentes reforços de Kiev no leste da Ucrânia, argumentando que as ações da Rússia são para impedir qualquer movimento com a intenção de retomar áreas controladas por militantes separatistas apoiados pela Rússia.
Como a retórica hostil e os movimentos militares na Ucrânia se intensificaram, os políticos ocidentais começaram a temer uma invasão aberta da Rússia, instando o presidente russo, Vladimir Putin, a "reduzir a escalada". A Rússia se recusou: o Ministério da Defesa insistiu nesta semana que seus movimentos foram em resposta aos exercícios "ameaçadores" da OTAN na Europa – escreveu a correspondente da BBC News em Moscou Sarah Rainsford.
As rusgas tiveram início quando Biden chamou Putin de “assassino”
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, qualificou Vladimir Putin, presidente da Rússia, de “assassino” e disse que o líder russo “pagará um preço” por tentar influenciar as eleições presidenciais dos Estados Unidos no ano passado. As declarações foram feitas nesta quarta-feira (17), durante uma entrevista do democrata no programa Good Morning America. Moscou respondeu dizendo que as palavras de Biden são um ataque a toda a Rússia.
"O preço que ele vai pagar, eles verão muito em breve", disse Biden, referindo-se a um relatório de inteligência dos EUA, publicado na semana quando alegou que Putin autorizou “uma ampla gama” de operações para interferir no processo eleitoral americano a fim de favorecer o então presidente Donald Trump. Depois disso, o apresentador George Stephanopoulos perguntou se Biden acreditava que Putin era um assassino (em inglês ele usava a palavra killer). "Sim, eu acredito", respondeu o presidente dos EUA.
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A reação dos russos às declarações de Biden veio logo em seguida. O presidente da Câmara de Deputados da Rússia, Viacheslav Volodin, disse que “Biden insultou os cidadãos de nosso país com sua declaração” e que os ataques a Putin são "ataques ao nosso país". A partir da declaração de Biden, que disse ‘sim’ ao ser questionado se o governante russo era um assassino, Putin ironizou a acusação e disse que “sempre observamos nos outros nossas próprias qualidades e pensamos que eles são iguais a nós”, afirmando que desejava “boa saúde” ao líder norte-americano.
A diplomacia se manifestou
Um jogo de palavras, dando a entender que o lado russo não quer assumir o protagonismo de um possível confronto armado. Recente o embaixador russo nos Estados Unidos, Anatoly Antonov, declarou que as relações entre a Rússia e os Estados Unidos estão atravessando uma crise gravíssima, e o governo de Moscou está se esforçando para estabelecer um diálogo pragmático, ao contrário de Washington.
Para Antonov, os Estados Unidos não se mostram dispostos para "arrumar a bagunça" nas relações com a Rússia, o que torna tudo muito difícil. "Entretanto, nós entendemos que arrumar a bagunça formada nos últimos anos será muitíssimo difícil. A propósito, após várias conversas e consulta de uma série de documentos, quero dizer que hoje em dia não existe nenhum desejo em Washington de arrumar esta bagunça", anunciou o diplomata no Conselho da Federação da Rússia durante uma reunião amplificada dos comitês de Defesa e de Assuntos Internacionais.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia convocou Anatoly Antonov para ir a Moscou a fim de discutir o futuro das relações entre os Estados Unidos e a Rússia, tendo como objetivo principal analisar o cenário político-diplomático e também determinar que medidas devam ser tomadas referentes aos EUA.
Num cenário ameno, no dia 18 de março diante das câmeras de um programa da TV Russa, o presidente russo, Vladimir Putin, zombou do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, por seu comentário "assassino", mas disse que Moscou não romperia os laços com Washington por causa da briga.
No início do ano o prenúncio de uma boa relação
Em 26 de janeiro deste ano o presidente Joe Biden e o presidente russo Vladimir Putin se comprometeram a fazer com que suas equipes trabalhassem urgentemente na extensão do tratado nuclear New START antes que ele expirasse em 5 de fevereiro, de acordo com uma leitura da convocação divulgada pela Casa Branca.
“Eles discutiram a disposição de ambos os países de estender o New START por cinco anos, concordando em ter suas equipes trabalhando urgentemente para concluir a extensão até 5 de fevereiro”, afirma a leitura. “Eles também concordaram em explorar as discussões de estabilidade estratégica em uma série de controle de armas e questões de segurança emergentes.”
Assinado em 2010, tratado limita o número de ogivas nucleares estratégicas posicionadas por cada nação a 1.550 e o número de mísseis e bombardeiros posicionados a 700. Desde a assinatura do tratado, a Rússia anunciou o desenvolvimento e implantação de vários mísseis que representam sérios desafios para as defesas de mísseis dos EUA, incluindo um míssil nuclear com alcance virtualmente ilimitado, o míssil balístico intercontinental Sarmat e o veículo planador Avangard .
Por Roberto Monteiro Pinho. Fonte: BBC News/Diário de Pernambuco/Gazeta do Povo/EPOCHTIMES/PERFIL/Imagens: Bankok Post e Regenum.
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