Quando a desinformação vem de cima, normalizada

 

E daí, né?

A confirmação, pelo próprio ex-presidente da República, de que determinou a disseminação de notícias falsas sobre as urnas eletrônicas e o processo eleitoral do país, só reforça o perigo e a ameaça que a democracia brasileira atravessou nos últimos 4 anos. Com a maior naturalidade, Jair Bolsonaro (PL), eleito pelo voto popular e por este mesmo sistema eleitoral, confirmou a orientação de fake news: "Mandei, qual o problema?"

Tá ok!

Deputado federal eleito seis vezes pelo Estado do Rio de Janeiro e, uma trajetória de quase 30 anos de mandato na Câmara dos Deputados, Bolsonaro se beneficiou, nestes anos todos, com a vitória oriunda do sistema eleitoral, mas da metade delas fruto do voto eletrônico. Chegou a presidente da República, em 2018, com a maioria dos votos computados na urna eletrônica. 

 'Pernas curtas'

Os ditados populares são clichês, mas não existem frases mais verdadeiras. A mentira tem pernas curtas e todas as acusações de seus opositores sobre a prática de fake news foi confirmada pelo próprio. E abre brecha para a confirmação de que Bolsonaro pode ter sido o mentor intelectual e direto da trama do golpe de estado, que começou a ser colocado em prática no pós-30 de outubro.

 Nem aí 

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais pagou pra ver e agendou para a próxima segunda-feira, 28, sessão solene para a entrega do título de cidadão mineiro a Jair Bolsonaro. A lei com a homenagem foi aprovada em 2019 e sancionada pelo governador Romeu Zema (Novo), mas somente agora, quatro anos depois, é que o título vai ser entregue, num momento em que o ex-presidente está com a ameaça de uma prisão preventiva e com uma série de denúncias graves de corrupção ativa que pesam contra ele.

De fato e de direito 

Nesta quinta-feira, 24, a corte do Supremo Tribunal Federal (STF) vai proclamar o resultado do julgamento do Juiz de Garantias, aprovado por 10 votos a 1. A norma será obrigatória no sistema judicial de todo o país e prazo de até 2 anos para ser implementado. O assunto é polêmico e tem causado diversas Interpretações no meio jurídico. A ação no STF de autoria de partidos políticos e de associações de magistrados contestava lei aprovada em 2019 dentro do pacote anticrime do governo Bolsonaro, na gestão do então ministro da Justiça, Sérgio Moro.

 Na mira 

A CPI das Pirâmides Financeiras, em andamento na Câmara dos Deputados, aprovou a quebra do sigilo bancário dos atores Cauã Reymond e Tatá Werneck e do apresentador Marcelo Tas. Eles foram garotos-propaganda da empresa Atlas Quantum, investigada na comissão. Os três também foram convocados para depor, mas conseguiram um habeas corpus que o desobrigavam de comparecer à audiência.

Pressão

Entidades e lideranças indígenas vão intensificar a pressão junto ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e no Planalto para barrar uma possível aprovação do projeto de lei que institui o marco temporal na demarcação de terras indígenas. A matéria passou com êxito, hoje, na Comissão de Agricultura da casa e seguiu para análise da CCJ.

Novos membros 

Ao final da XV Cúpula dos Brics, nesta quinta-feira, 24, na África do Sul, serão conhecidos os novos países-membros para ingressar no bloco econômico. A expectativa é que pelo menos dez países sejam aceitos nesta comunidade, de vários continentes. Da América, a Argentina é uma das cotadas. O Brics foi criado há 17 anos e reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Atualmente, esse bloco representa 40% da população mundial. Com a entrada de novos membros vai potencializar a influência dentro da comunidade econômica internacional.

Afiado

E o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), já vislumbra o seu partido em cargos estratégicos na Esplanada do Ministério. Após a aprovação do novo arcabouço fiscal na casa legislativa, ontem à noite, que está pronto para a sanção presidencial, o parlamentar se sente no direito de receber a recompensa. Está só esperando o presidente Lula retornar ao Brasil para cobrar a fatura.