Retomada das Obras da Estação Gávea: Entre Esperança e Polêmica

Retomada das Obras da Estação Gávea: Entre Esperança e Polêmica

Após anos de espera e incertezas, a estação Gávea do metrô do Rio de Janeiro, cujas obras foram interrompidas em 2015, vislumbra um novo capítulo.

A promessa de retomada vem acompanhada da assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que reúne esforços do estado, do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) e das concessionárias envolvidas.

A expectativa é que o acordo seja firmado até o dia 1º de maio, trazendo um alento para a população carioca e, especialmente, para os moradores da Gávea.

Em uma movimentação estratégica, o Secretário de Transportes, Washington Reis, encontrou-se com Rodrigo Melo do Nascimento, presidente do TCE-RJ, na última segunda-feira (18), em uma tentativa de acelerar o processo e garantir a assinatura do TAC.

Este acordo prevê que o Metrô Rio, em contrapartida à prorrogação da concessão por mais uma década e à unificação das linhas 1, 2 e 4 — atualmente, a concessionária só opera as duas primeiras —, assumirá os custos da obra até o limite de R$ 600 milhões. Caso os gastos ultrapassem esse valor, o estado do Rio de Janeiro deverá intervir.

Originalmente, a estação Gávea era parte integrante do projeto da Linha 4 do metrô, que ligaria Ipanema à Barra da Tijuca, com previsão de entrega para as Olimpíadas de 2016. Posteriormente, uma mudança contratual adiou a conclusão para 30 de janeiro de 2018, mas as obras permanecem paralisadas desde 2015, deixando um rastro de frustração e questionamentos.

A Associação de Moradores e Amigos da Gávea (Ama-Gávea) recebeu com otimismo a notícia sobre o fim do impasse, comunicada por Rogério Sacchi, chefe de gabinete da Secretaria Estadual de Transportes e Mobilidade Urbana.

A expectativa é que a retomada das obras dissipe o temor de abandono que assombra a região desde que a construção foi interrompida, deixando a estrutura inundada e inacabada.

A complexidade do projeto ainda inclui a escavação de 1.256 metros de túneis para conectar a Gávea à estação Antero de Quental, no Leblon, uma etapa crucial para a conclusão da estação.

Entretanto, o caminho até a retomada das obras é marcado por controvérsias, incluindo denúncias de superfaturamento que sobrecarregam o orçamento inicial.

O Ministério Público aponta indícios de um sobrepreço na ordem de R$ 3 bilhões, enquanto o TCE-RJ eleva a estimativa para R$ 3,7 bilhões, lançando sombras sobre a gestão dos recursos destinados ao empreendimento.

A retomada das obras da estação Gávea, portanto, não representa apenas a continuidade de um projeto de infraestrutura urbana, mas também um desafio de transparência e eficiência na administração pública, elementos fundamentais para restaurar a confiança da população no progresso da cidade e na melhoria do transporte público.

A comunidade do Rio de Janeiro aguarda, ansiosamente, por respostas concretas e resultados que reflitam o compromisso das autoridades com o bem-estar dos cidadãos e o desenvolvimento sustentável da metrópole.

Por Ralph Lichotti

 

Por Ultima Hora em 21/03/2024
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