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Caros leitores, embora isso possa parecer uma falta de criatividade, como todo colunista, não posso deixar de apresentar a tradicional retrospectiva de final de ano. Vamos nessa!
O ano de 2024, para não fugir à regra, foi repleto de polêmicas e crises, reforçando a máxima de que o Brasil não é para amadores. Reconfigurações políticas, desafios econômicos, crises ambientais e a crescente influência das redes sociais moldaram um período repleto de acontecimentos marcantes. Entre expectativas frustradas e crises forjadas, a jornada que começou com esperança termina com muitas lições. Vamos aos principais eventos.
Reviravoltas na Política?
A política brasileira foi palco de transformações significativas. A queda na popularidade do presidente Lula, captada pelas pesquisas ao longo do ano, forçou o governo a se reorganizar. A aliança com o Centrão, apesar de criticada pela base progressista, resultou em avanços pontuais, como a aprovação da segunda etapa da reforma tributária, mas gerou um desgaste político considerável.
As eleições municipais redesenharam o mapa político nacional. A nova direita ganhou destaque em capitais como São Paulo e Belo Horizonte, enquanto a esquerda triunfou em apenas uma capital do Nordeste, evidenciando o desgaste do PT em antigos redutos. A direita moderada se consolidou como uma força influente no cenário nacional, ocupando o espaço deixado por figuras polarizadoras como Jair Bolsonaro.
Para culminar o ano, Lula teve que se submeter a uma cirurgia de emergência, a internação foi recebida com celebração por muitos bolsonaristas, mas pra tristeza deles, o presidente saiu bem dessa e voltou a Brasília, encontrando tanta confusão, que talvez arrume um jeito de voltar a São Paulo. Enquanto Lula buscava cuidar da saúde e dar uma nova direção a sua gestão, o ambiente político continuava a ser marcado por divisões e tensões.
STF e Democracia em Foco
O Supremo Tribunal Federal protagonizou decisões que geraram intensos debates. Entre os julgamentos mais polêmicos, destacou-se a questão da posse de drogas, que dividiu a opinião pública e os atores políticos. Além disso, o STF manteve firmeza em relação à desinformação nas redes sociais. A decisão de responsabilizar plataformas digitais pela disseminação de fake news, culminando na proibição da plataforma X, gerou amplas repercussões políticas e sociais, levantando discussões sobre os limites da liberdade de expressão.
Outro episódio emblemático foi a prisão do General Braga Netto, ex -candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro, por seu envolvimento nos atos golpistas de 2023.
A operação, conduzida por órgãos federais, evidenciou a determinação das instituições democráticas em responsabilizar figuras de alta patente militar envolvidas em conspirações contra a ordem constitucional. A resposta firme reforçou a percepção de que 2024 foi um ano de enfrentamento e reestruturação institucional.
Economia: Entre Crises e Esperanças
No campo econômico, o ano foi marcado por instabilidade. A crise cambial, com o dólar ultrapassando os R$6,00, pressionou a inflação e o consumo das famílias. A atuação do Banco Central, elevando os juros, foi a pólvora na fogueira, lançando o dólar para o alto. Apesar disso, o aumento no PIB, impulsionado pelas commodities e pelos gastos do governo, foi um alívio em meio ao cenário adverso.
A segunda fase da reforma tributária buscou simplificar o sistema, mas enfrentou resistência de setores produtivos e de estados temerosos de perdas fiscais. O governo celebrou o aumento na arrecadação, fruto do combate à sonegação fiscal, mas o pacote econômico liderado por Fernando Haddad gerou mais controvérsias do que soluções, atrasando a recuperação esperada.
Crises Ambientais em Evidência
Na área ambiental, o desmatamento na Amazônia e a pior seca em décadas colocaram a crise climática no centro do debate nacional. Apesar de operações contra garimpos ilegais, o governo enfrentou limitações financeiras e pressões do agronegócio. Os avanços, como novos marcos regulatórios e metas de redução de emissões de carbono, foram tímidos diante da urgência dos desafios ambientais.
Cultura e Perdas Inestimáveis
A cultura brasileira viveu momentos de grande emoção e profundas perdas. A turnê conjunta de Caetano Veloso e Maria Bethânia percorreu o país, encantando plateias com interpretações memoráveis e consolidando a força da MPB como um dos pilares da identidade nacional.
Após a comoção nacional com a morte de Silvio Santos, um dos maiores comunicadores da história brasileira, o país se despediu recentemente de Ney Latorraca, um gigante do teatro e da televisão. Ambos deixaram legados inestimáveis, marcando gerações com seu talento e carisma. Entre lágrimas e aplausos, o Brasil reafirmou sua profunda conexão com sua arte e seus artistas, que continuam a refletir e a moldar a identidade nacional.
Esporte: Um Ano de Superação
O Brasil brilhou nas Olimpíadas de Paris, conquistando medalhas expressivas em modalidades coletivas, como futebol e vôlei, além de novos talentos no atletismo e judô. Nas Paralimpíadas, os atletas brasileiros superaram expectativas, reafirmando o compromisso com a inclusão e o respeito à diversidade.
No futebol, o Botafogo protagonizou um ano histórico ao conquistar a Libertadores e o Campeonato Brasileiro, devolvendo o prestígio ao clube e celebrando o futebol carioca.
Entre altos e baixos, o Brasil mais uma vez demonstrou resiliência e capacidade de adaptação. Cada crise enfrentada, trouxe lições que pavimentam o caminho para um futuro mais estável e promissor. Com instituições fortalecidas e uma sociedade cada vez mais crítica, temos razões para acreditar que o país está mais preparado para transformar obstáculos em oportunidades.
Afinal, se há algo que define o Brasil, é a capacidade de se reinventar, mesmo nos momentos mais difíceis. Que venha 2025, com alegria e esperança de dias melhores.
Comemorem sem moderação.
Filinto Branco – colunista político
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