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DA REDAÇÃO - O Talibã enfrenta dificuldades para manter o Afeganistão em funcionamento após a retirada final das forças dos Estados Unidos (EUA). Doadores estrangeiros manifestaram preocupação com uma iminente crise humanitária.
Duas semanas após a retomada da capital, Cabul, e do fim caótico a 20 anos de guerra, o grupo militante islâmico ainda não nomeou um novo governo ou revelou como pretende governar.
Em vácuo administrativo, os preços dispararam, e multidões se reuniram nos bancos para sacar dinheiro.
Apesar dos combatentes fortemente armados para impor o controle sobre Cabul, oficiais do Talibã enfrentavam, nessa quarta-feira (1º), problemas para manter bancos, hospitais e máquinas do governo funcionando após o fim da enorme retirada aérea de estrangeiros e afegãos que ajudaram as nações ocidentais durante a intervenção internacional.
A televisão Al Jazeera, do Catar, informou que especialistas técnicos do Catar chegaram a Cabul, a pedido do Talibã, para discutir a retomada das operações no aeroporto da cidade, atualmente inoperante.
O ministro das Relações Exteriores do vizinho Paquistão, que tem laços estreitos com o Talibã, disse esperar que o Afeganistão tenha um novo "governo de consenso" em alguns dias.
Enquanto isso, pessoas com medo da vida sob o domínio do Talibã correram para as fronteiras, em uma tentativa de escapar de um futuro incerto.
Na província de Panjshir, membros de milícias locais e remanescentes de antigas unidades militares ainda resistiam sob a liderança de Ahmad Massoud.
O líder do Talibã, Amir Khan Motaqi, pediu-lhes que baixassem as armas e negociassem o fim das hostilidades.
"O Emirado Islâmico do Afeganistão é o lar de todos os afegãos", disse ele em um discurso.
O Talibã declarou anistia para todos os afegãos que trabalharam com forças estrangeiras durante a guerra, que começou quando eles foram destituídos do poder em 2001 por sua recusa em entregar o líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, após os ataques de 11 de Setembro contra os EUA.
Os líderes do Talibã pediram aos afegãos que voltem para casa e ajudem na reconstrução. Eles prometeram proteger os direitos humanos, em um aparente esforço para apresentar uma face mais moderada do que em seu primeiro governo, que impôs a lei islâmica radical, incluindo a proibição da educação e do emprego às mulheres. (Da Agência Brasil)
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