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A malograda tentativa de golpe na Bolívia deve servir de alerta para todas as democracias do Planeta. A ultradireita está crescendo perigosamente e os irmão bolivianos estão experimentando isso em seu dia a dia.
Há uma corresponsabilidade dos segmentos de esquerda pela falta de fidelidade aos compromissos assumidos com o povo, e falta de liderança para promover as mudanças necessárias para alcance da igualdade social e manutenção dos direitos conquistados na árdua batalha política.
Amigos bolivianos narram que o que aconteceu em seu país é resultado de diferentes crises em muitos níveis, desde o econômico, político e que já dura alguns anos. A mudança de governo da direita para a vitória de Lula não nos trouxe até o momento nenhuma mudança significativa e continuamos com falta de trabalho e uma economia oscilante que só acrescenta lucros aos mais ricos e deixa o povo cada dia mais endividado.
Dizem os irmãos bolivianos que ninguém respeita a Constituição de seu país. Alguma diferença com o Brasil? O órgão eleitoral costuma seguir os princípios da democracia e as eleições municipais se avizinham com os mesmos abusos do poder econômico e político promovendo a compra dos eleitores em troca de favores administrativos e econômicos. A população segue refém da milícia e do poder paralelo da criminalidade, e votam conforme comandam os “chefes” tal como os currais eleitorais dos “coronéis”. A politicagem continua a afetar as organizações sociais e corrompem a livre vontade popular ostensivamente.
Tanto que afirmam os bolivianos críticos que dizem que tanto pode ter sido uma tentativa de golpe, como um autogolpe do governo que se assemelha à renúncia de Jânio Quadros, que segundo a história, desejava uma reação popular, como a que houve na Bolívia, para sair do episódio fortalecido, e não malogrou seu intento, em razão da postura do poder militar. Tudo isso ainda precisa de melhor análise para que as investigações apontem o que realmente sucedeu no país vizinho. Mas devemos estar atentos porque há uma conspiração internacional para derrubar as democracias construídas pela vontade do povo.
Se na Bolívia, graças às reações internas e internacionais as forças armadas não atingiram seus objetivos, e o Presidente Luís Arce, eleito pelo povo foi mantido, ainda há muita incerteza sobre o que pode vir acontecer lá como aqui.
Além da solidariedade ao povo boliviano, devemos estar atentos e é preciso que o governo eleito invista nas reformas tão esperadas tanto no campo da reforma agrária, onde é muito tímido o governo, apesar das vitórias isoladas do MST, quanto na reforma da educação porque só a educação liberta como dizia e praticou Leonel Brizola.
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