A Cultura do Limite: Não Há Janelas no Avião Para Todos e Todas

Por Silvia Blumberg

A Cultura do Limite: Não Há Janelas no Avião Para Todos e Todas

Todos os dias, somos surpreendidos por notícias e debates da sociedade que surgem a partir de fatos do cotidiano e por movimentos em um mundo de culturas e comportamentos desiguais.

O último acontecimento que mobilizou milhões de pessoas foi a discussão sobre se alguém tem ou não o direito de permanecer com a janela do avião, mesmo que isso signifique deixar uma criança em desespero sem a visão externa.

O ponto da reflexão de hoje é: as janelas, assim como muitos outros recursos naturais do nosso planeta, são limitados! Como atender a tantas necessidades quando a maioria discute apenas os gritos da mãe descontrolada, a falta de controle dela e a educação da criança, que não foi orientada sobre a questão dos limites?

Poderia a companhia aérea incluir em seus procedimentos cuidados especiais para crianças pequenas, prevenindo esses conflitos referentes aos assentos? É uma prioridade permitir que uma criança de três anos tenha a experiência de ver o mundo lá de cima pela janela do avião?

Enquanto muitos debatem quem está certo ou errado na questão, a jovem que se recusou a trocar de assento ganhou um número significativo de seguidores. Enquanto isso, aconteciam inúmeras ações impactantes em outras partes do mundo.

Em Montevidéu, Uruguai

Recentemente, Montevidéu foi palco de discussões cruciais entre os países do Mercosul e a União Europeia (UE), em um esforço para avançar no acordo comercial que, há anos, busca integrar os dois blocos econômicos. O acordo, que promete facilitar o comércio e aumentar os investimentos entre as partes, enfrenta desafios relacionados a preocupações ambientais e direitos trabalhistas. Líderes de ambos os blocos se mostraram otimistas, destacando o potencial do acordo para impulsionar o crescimento econômico em meio a um cenário global tumultuado.

A situação na Síria continua a se deteriorar, com novas ondas de violência e deslocamento forçado de civis. A batalha pela cidade de Idlib se intensificou, enquanto as forças do governo sírio, apoiadas por aliados, buscam retomar o controle da região. Organizações humanitárias alertam sobre uma emergência humanitária crescente, com milhões de pessoas necessitando de assistência. A comunidade internacional continua a pressionar por uma solução pacífica, mas os conflitos armados dificultam os esforços de paz.

 Na Ucrânia, os ataques da Rússia estão em alta, gerando novas preocupações em relação à segurança europeia e ao direito à soberania ucraniana. As forças russas intensificaram suas ofensivas em várias frentes, resultando em perdas significativas e aumentando a crise humanitária no país. A resposta global inclui sanções adicionais contra a Rússia e um fortalecimento do apoio militar da OTAN à Ucrânia. O clima de tensão permanece palpável, com chamadas para negociações de paz sendo frequentemente ignoradas.

As notícias revelam um panorama complexo de desafios políticos e sociais, tanto na América do Sul quanto na Europa e no Oriente Médio, refletindo a interconexão global em meio a crises locais e regionais. O futuro do acordo Mercosul-UE pode ter repercussões econômicas significativas, enquanto a instabilidade na Síria e o conflito na Ucrânia exigem atenção contínua da comunidade internacional.

Em Gaza e Israel, cerca de 11 milhões de pessoas estão impactadas direta e indiretamente.

Se compararmos as repercussões e suas dimensões, abriremos inúmeras discussões. As redes sociais sensibilizam milhões com questões triviais, enquanto situações extremamente dolorosas e complexas são frequentemente deixadas de lado.

As guerras apresentam impactos ambientais incalculáveis—outro tema que deveria estar nas redes, mas não está!

A repercussão desproporcional de situações cotidianas em relação a guerras e conflitos pode ser vista como uma forma de lidar com a complexidade da experiência humana. Esse fenômeno reflete, em grande parte, nossa natureza social e os mecanismos de identificação e empatia, além de como as plataformas de mídia social moldam o que consideramos importante.

Por Ultima Hora em 09/12/2024
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