Ação Ordo chega a 74 prisões e apreende mais de 2.300 munições

Secretaria de Segurança ressalta que a população pode colaborar com as investigações através de denúncias

Agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) fazem patrulhamento na comunidade Bateau Mouche. (Marino Azevedo / PCERJ)

A Ação Ordo fechou o quarto dia de atuação na Zona Oeste do Rio com 74 prisões e 8 adolescentes apreendidos desde segunda-feira. A colaboração da população permitiu que o Batalhão de Ações com Cães (BAC), da Polícia Militar, chegasse ao esconderijo de 2.305 munições para fuzis de diferentes calibres, 20 carregadores de armas, duas pistolas e cinco granadas. A Secretaria de Estado de Segurança Pública ressalta que essa participação dos moradores é importante para as investigações que estão em andamento sobre a atuação da criminalidade nesse território. As informações podem ser repassadas de forma anônima ao Disque Denúncia e ou pelo App 190RJ da Polícia Militar. 

- As forças policiais estão nessas 14 comunidades para livrar a população da opressão de criminosos e é fundamental que elas sejam apoiadas pela comunidade. O Governo do Estado está empenhando esforços para promover a paz dos moradores. A Ação Ordo não tem prazo para acabar e iremos atrás desses bandidos, onde quer que estejam - ressaltou o governador Cláudio Castro.

Os policiais militares estavam em patrulhamento na comunidade, quando receberam informação, por meio do Disque Denúncia, sobre a presença de armas em uma área de mata. As cadelas Kitana e Naomi, do BAC, foram levadas ao local pelos agentes. Elas indicaram o local onde estavam enterrados dois tonéis. O prejuízo estimado para a facção criminosa com as armas e munições apreendidas pelo BAC supera R$ 177 mil.

- A participação da população é de grande importância nessa atuação integrada para que sejam alcançados resultados positivos - reforçou o secretário de Segurança Pública, Victor do Santos, durante coletiva no Centro Integrado de Comando e Controle.

Central de internet clandestina é fechada em Vargem Pequena

Agentes da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) fecharam uma central clandestina de internet na comunidade Fontela, em Vargem Pequena. A ação, apoiada pela equipe técnica da concessionária Claro, apreendeu materiais de uso exclusivo da empresa de internet, como amplificadores e fonte. Segundo a Polícia Civil, o estabelecimento clandestino era comandado pelo tráfico de drogas.

Na manhã desta quinta-feira, os secretários de Segurança Pública, Victor dos Santos, da Casa Civil, Nicola Miccione, de Governo, André Moura, e as empresas de serviços se reuniram para alinhar o prosseguimento das ações. O objetivo é asfixiar financeiramente as organizações que exploram serviços de energia, gás, internet, entre outros.

Segundo o secretário em exercício da Polícia Civil, Alexandre Capote, 80% das prisões foram relativas a atividades exercidas ilegalmente que impõem serviços a populações de áreas dominadas por organizações criminosas, como empresas irregulares de internet, fábricas de gelo, fábricas de gesso, entre outras. 

Em quatro dias de atuação, a Light inspecionou 27 alvos e encontrou irregularidades no fornecimento de energia em 20 estabelecimentos, como um bar, uma igreja, uma fábrica de gelo, uma oficina mecânica e lojas de material de construção. Ao todo, a empresa mobilizou 30 agentes para as ações. A concessionária estima que a ação gerou, até o momento, uma recuperação de 264 MWh de energia que estava sendo furtada, o que equivale a cerca de R$ 316 mil.

Equipes da Iguá com apoio da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) e DDSD vistoriaram 16 estabelecimentos nas localidades do Terreirão e Cidade de Deus, onde foram averiguados furtos de água e energia. Já a Naturgy recuperou 61 medidores de gás na comunidade Cidade de Deus, ao longo dos quatro dias. Nos quatro dias da ação Ordo, mais de 600 clientes da empresa Claro foram reconectados. Já a Oi recuperou mais de 500 quilos de cobre que tinham sido furtados. A Águas do Brasil identificou 75% de perdas nas áreas de atuação.

Nesta quinta-feira, o Governo do Estado e as concessionárias de serviços públicos divulgaram a ampliação da tarifa social concedida pelas concessionárias Iguá, Águas do Brasil, Naturgy, Light, Oi e Claro. A medida pretende tornar o preço competitivo, desestimulando a exploração ilegal dos serviços. Serão realizadas reuniões de trabalho para planejar e viabilizar a proposta, que poderá incluir a expansão de projetos sociais nas comunidades que fazem parte do cinturão da Ação Ordo.

Secretaria do Ambiente e Inea vistoriam distribuidora de água em Vargem Grande. Imagem: Divulgação INEA.

Forças de Segurança fazem monitoramento de trânsito no entorno das comunidades

A fiscalização de veículos irregulares nas vias de acesso às comunidades permanece, com a mobilização de agentes da Polícia Militar, do Detran.RJ, do Detro e da Guarda Municipal do Rio. Foram abordados 230 veículos, com 125 autuações. Dois veículos e 19 motos foram retirados das ruas. A blitz ocorreu na Taquara e em dois pontos de Jacarepaguá, nas estradas Rodrigues Caldas e de Jacarepaguá. Na Cidade de Deus, o Batalhão de Choque da Polícia Militar reforçou o patrulhamento na Avenida Edgard Werneck. 

 

A caravana de serviços sociais do programa RJ para Todos foi integrada à Ação Ordo, a partir desta quinta-feira (18/07). Mais de 360 moradores da comunidade de Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio, tiveram acesso aos atendimentos que mobilizaram as secretarias de Trabalho e de Desenvolvimento Social, além da Cedae, Detran, Fundação Leão XIII, Procon e Faetec.

Blitz reforça o policiamento nos acessos à Cidade de Deus. Imagem: Dilvulgação / PMERJ.