Após 557 mil mortos, CPI da Pandemia retoma trabalhos e ouve 'reverendo da vacina'

Primeiro depoente é o Reverendo Amilton Gomes de Paula, que é apontado por representantes da Davati Medical Supply como um

Após 557 mil mortos, CPI da Pandemia retoma trabalhos e ouve 'reverendo da vacina'

DA REDAÇÃO - Em clima quente durante as deliberações que atrasou o início do depoimento do reverendo Amilton Gomes de Paula, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) retomou os trabalhos depois de duas semanas de recesso do Congresso.

O reverendo Amilton Gomes de Paula é apontado por representantes da Davati Medical Supply como um "intermediador" entre empresas que ofertavam vacinas da AstraZeneca sem garantia de entrega ao governo federal. Ele chegou a ser convocado para depor antes do recesso parlamentar, mas apresentou um atestado médico, e o depoimento foi então adiado. O reverendo, que é fundador da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), uma empresa com fachada de organização não governamental, comparece munido por um habeas corpus.

Amilton Gomes de Paula é reverendo ligado à Igreja Batista e dirige há duas décadas uma entidade religiosa sediada em Taguatinga, bairro periférico de Brasília. No início deste ano, no entanto, ele decidiu se lançar num novo ramo de atuação: a venda de vacinas. “Reverendo Amilton”, como é conhecido, foi quem abriu as portas do Ministério da Saúde para a Davati fazer uma proposta bilionária para vendas do imunizante da AstraZeneca.

Uma troca de e-mails feita em março, revelada pelo Jornal Nacional, da TV Globo, aponta que o reverendo recebeu autorização do então diretor do departamento de Imunização do Ministério da Saúde, Lauricio Monteiro Cruz, para negociar 400 milhões de doses do imunizante da AstraZeneca. O servidor foi demitido no dia 8 de julho.

O depoimento do reverendo estava agendado para o dia 14 de julho, mas foi adiado após o presidente da Senah apresentar atestado informando a “impossibilidade de comparecer ao depoimento agendado” pelo colegiado por problemas renais, confirmado por perícia médica do Senado.

O nome do reverendo apareceu pela primeira vez na CPI durante o depoimento de Luiz Paulo Dominghetti, que afirmou que teve reuniões agendadas no Ministério da Saúde por intermédio de Amilton. O ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, reconheceu ter recebido Amilton para falar sobre uma oferta de doses de vacina contra a Covid-19.

Agenda da CPI
Para quarta-feira (4), a expectativa era a de que o sócio da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, comparecesse na CPI. A Precisa foi a intermediária da intenção de compra das vacinas Covaxin, que tiveram problemas no contrato. Maximiano, porém, está na Índia e embarcou antes de ser notificado pela comissão. Quem irá depor será o ex-assessor do Ministério da Saúde coronel Marcelo Blanco.

Blanco era vinculado ao departamento de logística na gestão de Roberto Dias e é apontado como uma das pessoas que participou das reuniões de negociação com a Davati. O ex-assessor teria participado, inclusive, da reunião em que Dominguetti acusa Dias de ter cobrado propina pela aquisição das vacinas.

Na quinta-feira (5), a previsão é que o empresário Airton Cascavel seja recebido pela CPI. De acordo com os senadores, documentos analisados demonstram que Airton teria uma participação maior dentro das negociações do ministério da Saúde. Airton foi assessor na gestão de Eduardo Pazuello, de junho de 2020 a março de 2021.(Com Brasil247)

Por Ultima Hora em 03/08/2021
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