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O Ministério da Saúde divulgou nessa sexta-feira (21) uma nota técnica com uma lista de justificativas para vetar um parecer que rejeita o uso do chamado kit Covid, que considera medicamentos como a hidroxicloroquina - rejeitada mundialmente por estudos científicos para tratar a doença.
Em um trecho do documento, a pasta comandada por Marcelo Queiroga afirma que há efetividade e segurança no uso da substância no tratamento contra a Covid-19.
Em contrapartida, no mesmo trecho, a nota pontua que não existe efetividade e segurança no uso de vacinas contra a Covid-19. O Ministério da Saúde aponta que não há demonstração de efetividade da vacina "em estudos controlados e randomizados" nem de segurança "em estudos experimentais e observacionais adequados".
No entanto, dados do próprio Ministério da Saúde apontam que o número de mortes, casos e hospitalizações por Covid teve queda drástica após o início da campanha de vacinação no Brasil.
A manifestação antivacina foi feita em uma tabela dentro do documento assinado pelo secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Helio Angotti, uma liderança da ala negacionista do governo.
A diretora da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) Meiruze de Freitas reagiu à nota e afirmou à Folha que "todas as vacinas autorizadas no Brasil passaram pelos requisitos técnicos mais elevados no campo dos estudos clínicos randomizados (fase I, II e III) e da regulação sanitária".
"Não é esperado e admissível que a ciência, tecnologia e inovação no Brasil estejam na contramão do mundo", afirmou a diretora. "É preciso que todos estejam unidos na mesma direção, ou seja, salvar vidas", completou.
Médicos e médicas cearenses do Coletivo Rebento manifestaram repúdio e alertam a sociedade quanto à insistência do governo federal em impor, como política pública, o uso de medicamentos sem eficácia contra a Covid-19.
"Mesmo com quase dois anos de pandemia e com inúmeras pesquisas que já demonstraram a total ineficácia e os riscos de uso de hidroxicloroquina para pacientes portadores de Covid-19 ou como falsa "medida profilática', o Governo Federal insiste no tema", diz trecho do comunicado.
Indiferente à explosão de casos de Covid-19 e de Influenza no País, além da projeções de instituições renomadas que já avaliam risco de retornarmos, em fevereiro, a um patamar diário de 800 a 1.200 óbitos por Covid-19, coma altíssima transmissibilidade da variante Ômicron, o governo voltou a incluir o uso da hidroxicloroquina na "Fundamentação e Decisão Acerca das Diretrizes Terapêuticas para o Tratamento Farmacológico da Covid-19", por meio da Nota Técnica Nº 2/2022, da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, do Ministério da Saúde - SCTIE/MS, ressaltam ainda.
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