Armado, ex-candidato a vereador pelo PSC foi quem atropelou manifestante no Recife

Um dos raros incidentes nos atos contra o presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro aconteceu em Recife e foi protagonizado por um bolsonarista.

O nome do motorista que atropelou intencionalmente uma manifestante de oposição a Jair Bolsonaro na capital pernambucana é Luciano Soares, candidato a vereador pelo PSC.

"Tentativa de homicídio no Recife. Luciano Soares, candidato a vereador pelo PSC, atropelou de propósito uma advogada que acompanhava o ato #ForaBolsonaro. Ele a arrastou, derrubou e passou por cima, causando-lhe traumatismo craniano. Também sacou uma arma e ameaçou de morte as pessoas", escreveu a vereadora de Recife pelo PT, Liana Cirne Lins.

A vítima, Isabela Freitas Veras, estava na comissão que garantia o diálogo entre os condutores e o manifestantes. Um condutor, que queria furar o bloqueio, começou a confusão, segundo Leonardo França, que presenciou a cena: “Ele arrastou, todo mundo pediu para parar, mas ele não parou. Ele correu mais de 100 metros com a menina pendurada no carro. Ele freou, a menina caiu e ele passou por cima”, afirma.

Isabela Freitas Veras integra a Comissão de Advocacia Popular da Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB-PE). O atropelamento aconteceu na Avenida Martins de Barros, perto da Ponte Maurício de Nassau, no bairro de Santo Antônio, na área central da capital pernambucana. 

Alguns manifestantes afirmam que o motorista chegou a sacar uma arma durante a confusão enquanto a vítima pedia calma. A vítima ficou ferida em diversas partes do corpo, incluindo a cabeça, mas foi socorrida no local e encaminhada para o Real Hospital Português.

A vereadora do Recife Dani Portela repudiou o acontecimento e declarou que acionou as autoridades competentes "Foi doloso, intencional, ele quis fazer. Isso fere o direito a manifestação e a democracia, ter um ato grande que acaba com uma violência dessa. Entramos em contato com a Secretaria da Mulher do Estado e com o Secretário de Segurança. É preciso cobrar das autoridades a agilidade para que ele seja preso em flagrante delito. Isso tem que acontecer hoje. Por nós, pela democracia, pelo Brasil. Para que isso não se repita", conclui.