Ausência de habitação de interesse social e os navios abandonados na Baía de Guanabara

Ausência de habitação de interesse social e os navios abandonados na Baía de Guanabara

 Todas as vezes que cruzo do Leblon até Niterói para velejar, vejo os navios abandonados contrastando com as favelas cariocas. Sim, as áreas de comunidade deixaram há muito de ser uma comunidade, com amparo público para tal, e voltaram a ser favelas - áreas deflagradas em que não se há de ouvir sobre o poder do Estado. Fica evidente isso quando circulamos pela madrugada. Ausência do estado e da prefeitura.

Mas o que as favelas do centro do Rio tem a ver com os Navios da Baía de Guanabara? Simples. Navios são, também, via de regra, moradias…

Ao cruzar a zona sul carioca, rumando a Niterói, estou indo dormir em um veleiro por gostar me isolar da violência urbana do Rio, das balas perdidas e tiros para todos os lados. Venho, então, me refugiar em Niterói, do lado de uma comunidade em que eu não escuto nem tiro, nem porrada e nem bomba.

Voltando aos navios, em contraste com a violência. Novamente, navios são morada. Esses navios abandonados deveriam servir a população como tal, exercendo sua função social enquanto propriedade e ajudando a abrigar os moradores de ruas, população que não tem como sair do centro do rio, etc.

Já vimos situações parecidas, inclusive naquele navio que, à deriva, se chocou com a ponte Rio/Niteroi. Lógico que se o poder público não tomar a dianteira e deixar a população ocupar sem estrutura vai virar favela.

Não há tempo a perder. A oportunidade de se utilizar esses navios abandonados como bases de habitação de interesse social para que não se façam ocupações em áreas de risco está aí. Ainda há tempo de todos os interesses, sociais e comerciais, serem atendidos numa política pública integrada e pioneira que consiga alinhar forças municipais estaduais e federais, para a construção de espaços interessantes, aprazíveis e inovadores; com viés social, com cultura e lazer próprios. Desse modo, podemos fazer, desses navios abandonados, uma comunidade cultural, voltada para economia do mar com eventos de para arte, cultura e diversidade.

Eu largaria o Leblon e deixaria de dormir no meu veleiro de 20 pés e moraria feliz em uma habitação de interesse social assim!

Longe da bala perdida e longe da maldade humana!

Por Ultima Hora em 21/01/2025
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