Balanço Ideológico do Segundo Turno nas Capitais: Centro e Direita se Consolidam

Balanço Ideológico do Segundo Turno nas Capitais: Centro e Direita se Consolidam

Amigos, hoje vou dar uma de mãe Diná e prever o cenário eleitoral deste domingo no Brasil. O segundo turno revela um mapa fragmentado, com a centro-direita liderando em várias capitais. Partidos de centro e direita têm forte presença em todas as capitais brasileiras A esquerda, com Guilherme Boulos (PSOL), Maria do Rosário (PT), Lúdio Cabral (PT) e Evandro Leitão (PT), enfrenta desafios para reverter um quadro bastante desfavorável.

Se as pesquisas forem confirmadas, o centro e a direita devem ganhar nas 15 capitais em disputa. Enquanto a direita se fortalece, a esquerda luta por até quatro prefeituras, mas a vantagem das outras forças indica um caminho difícil. Este segundo turno também será uma prévia para as eleições gerais de 2026, antecipando novos arranjos políticos.

Análise por Capitais no Segundo Turno

Os primeiros nomes na lista deverão ser os eleitos

  • 1. São Paulo:

            Ricardo Nunes (MDB): 58%

             Guilherme Boulos (PSOL): 42%

  • 2. Belo Horizonte:

            Fuad Noman (PSD): 53%

            Bruno Engler (PL): 47%

Empate técnico, com margem de erro de 3,5 pontos.

 

  • 3.     Fortaleza:

                      André Fernandes (PL): 51%

                      Evandro Leitão (PT): 49%

 

  • 4. Porto Alegre:

            Sebastião Melo (MDB): 68%

            Maria do Rosário (PT): 32%

  • 5.     Manaus:

                   David Almeida (Avante): 51%

                   Major Alberto Neto (PL): 41% Disputa acirrada, com leve vantagem para Almeida.

  •   6.   Curitiba:

               Eduardo Pimentel (PSD): 54%

               Cristina Graeml (PMB): 46% Margem de erro, mantém a disputa indefinida.

 

  • 7.     Belém:

                 Igor Normando (MDB): 58%

                 Delegado Éder Mauro (PL): 34%

 

        8.   Goiânia:

        Sandro Mabel (União Brasil): 52%

         Fred Rodrigues (PL): 48%

 Disputa apertada, dentro da margem de erro de dois pontos.

  • 9. Natal:

          Paulinho Freire (União Brasil): 58%                        .         Natália Bonavides.     (PT):42%

  • 10. João Pessoa:

•  Cícero Lucena (PP): 64%

  • Marcelo Queiroga (PL): 36% Reeleição consolidada do PP.

 

  • 11. Cuiabá:
  • Abilio Brunini (PL): 52%
  • Lúdio Cabral (PT): 48%

Cenário de empate.

  • Campo Grande:
  • Adriane Lopes (PP): 54%
  • Rose Modesto (União Brasil): 46%

 

  • 13.   Aracaju:
  • Emília Corrêa (PL): 57%
  • Luiz Roberto Dantas (PDT): 43% Favoritismo do PL.
  • 14.   Palmas:
  • Janad Valcari (PL): 53%

Eduardo Siqueira Campos(Podemos):47% Disputa indefinida, com margem de 3,6 pontos.

  • 15.   Porto Velho:

         Léo Moraes (Podemos): 52%

        Mariana Carvalho (União Brasil): 48%

 

 

 

 

 

Mapa Ideológico Completo: Incluindo os Eleitos no Primeiro e Segundo Turno

Com a conclusão do segundo turno em 27 de outubro, somamos os resultados do primeiro turno para um panorama ideológico mais abrangente das capitais brasileiras. Esse mapa reflete as forças políticas em ascensão, consolidando um quadro onde o centro e a direita ganham maior espaço, enquanto a esquerda míngua em todas as regiões.

                   Esquerda (PT, PSB e Aliados):

              Capitais: 1

      

Recife: João Campos (PSB) – Já eleito no primeiro turno

A esquerda manterá uma presença limitada, com apenas uma capital no Nordeste e em Niterói. Para expandir esse espaço, terá que renovar o discurso e estratégia.

  

                      Centro (MDB, PSD, PSB e Aliados):

                            Capitais:  16

São Paulo: Ricardo Nunes (MDB)

Belo Horizonte: Fuad Noman (PSD)

Porto Alegre: Sebastião Melo (MDB)

Goiânia: Sandro Mabel (União Brasil)

Salvador: Bruno Reis (União Brasil) – Eleito no primeiro turno

Curitiba: Eduardo Pimentel (PSD)

Florianópolis: Topázio Neto (PSD) – Vitória no primeiro turno

Rio de Janeiro: Eduardo Paes (PSD) – Vitória no primeiro turno

João Pessoa: Cícero Lucena (PP)

Natal: Paulinho Freire (União Brasil)

São Luís: Eduardo Braide (PSD)  Vitória no primeiro turno

Teresina (PI): Silvio Mendes (União Brasil) primeiro turno

Belém: Igor Normando (MDB)

Manaus: David Almeida (Avante)

Macapá: Furlan (Cidadania)

Boa Vista: Arthur Henrique(MDB) Vitória no primeiro turno

O centro emerge como o grande vencedor das eleições, com MDB, PSD e União Brasil consolidando um bloco robusto. Esse protagonismo garantirá força nas articulações para 2026, tanto na política municipal quanto nacional.

     Direita (PP, PL, Republicanos e Aliados):

             Capitais: 10

            Campo Grande: Adriane Lopes (PP)

Manaus: David Almeida (Avante)

Porto Velho: Léo Moraes (Podemos)

Rio Branco: Socorro Neri (PP) – Vitória já  no primeiro turno

Vitória: Lorenzo Pazolini (Republicanos) – Primeiro turno

Fortaleza: André Fernandes (PL)

Cuiabá: Abílio Brunini (PL)

Aracaju: Emília Corrêa (PL)

Maceió (AL) – João Henrique Caldas (JHC)(PL)

Palmas: Janad Valcari (PL)

A direita mantém uma base sólida em capitais importantes, especialmente no Centro-Oeste e Norte, aproveitando o apoio do eleitorado conservador e de grupos alinhados ao bolsonarismo.

Impacto Nacional e Projeção para 2026

O cenário político que emerge das eleições de 2024 revela uma descentralização do poder, com o centro e a direita consolidando posições estratégicas nas principais capitais. Essa nova configuração oferece uma base sólida para articulações futuras, especialmente na corrida presidencial de 2026. O MDB e o PSD saem fortalecidos, enquanto o bolsonarismo preserva influência em redutos específicos, mantendo uma presença relevante no cenário local.

A esquerda, por sua vez, enfrentou o desafio de reconfigurar seu discurso e renovar lideranças para evitar a marginalização nas disputas nacionais. A capacidade de formar alianças pragmáticas com forças centristas será fundamental tanto para a direita quanto para a esquerda, garantindo competitividade no ciclo político que se avizinha.

Conclusão: A Nova Configuração do Poder nas Capitais Brasileiras

As eleições de 2024 consolidam uma reconfiguração política no Brasil, com o centro emergindo como um bloco robusto e a direita preservando seus redutos estratégicos. A fragmentação e a descentralização do poder se destacam como características centrais deste novo momento, onde lideranças locais e alianças flexíveis serão fundamentais para moldar o futuro político do país

Esse cenário não apenas molda as administrações municipais para os próximos quatro anos, mas também oferece compromissos claros sobre a corrida presidencial de 2026. Fica evidente que o pragmatismo e a capacidade de articulação serão essenciais para a conquista do poder.

Com o centro e a direita liderando em até 26 capitais, o Brasil caminha para uma configuração política mais descentralizada, onde a força das alianças e a relevância das lideranças locais serão decisivas. Além de influenciar as gestões municipais, esse novo panorama estabelece as bases para a corrida presidencial de 2026.

À esquerda será necessário atualizar sua narrativa e encontrar novas lideranças capazes de dialogar com diferentes setores da sociedade. A preparação para as próximas batalhas eleitorais exigirá uma estratégia conjunta mais eficaz, evitando que o campo progressista perca importância.

As eleições de 2024 consolidam uma reconfiguração política no Brasil, com o centro emergindo como um bloco sólido e a direita preservando redutos estratégicos. A fragmentação e a descentralização do poder tornam-se características centrais deste novo momento, em que lideranças locais e alianças flexíveis serão fundamentais para moldar o futuro político do país.

Além de definir as administrações para os próximos quatro anos, esse cenário oferece pistas essenciais para a corrida presidencial de 2026. Fica evidente que o pragmatismo e a capacidade de articulação serão indispensáveis na conquista do poder.

Com o centro e a direita projetando vitórias em até 26 capitais, o Brasil segue para uma configuração política descentralizada, na qual a força das alianças e a relevância das lideranças locais serão determinantes. Esse novo panorama não influenciará apenas as gestões municipais, mas também será uma referência para a dinâmica eleitoral de 2026.

A esquerda, por sua vez, precisará renovar sua narrativa e identificar novas lideranças para fazer frente à hegemonia emergente do centro e da direita. A preparação para as próximas batalhas eleitorais exigirá mais força, articulação estratégica e um discurso capaz de dialogar com diferentes setores da sociedade, evitando um encolhimento em relevância no cenário nacional.

O cenário político que emerge destas eleições, revela uma descentralização do poder, com o centro e a direita consolidando posições estratégicas nas principais capitais. Essa nova configuração oferece uma base sólida para articulações futuras, especialmente na corrida presidencial de 2026. O MDB e o PSD saem fortalecidos, enquanto o bolsonarismo preserva influência em redutos específicos, mantendo uma presença relevante no cenário local.

Eleições nas Cidades Fluminenses

Para encerrar este que é o maior textão que já escrevi, falo das duas cidades fluminenses onde haverá segundo turno

            1.         Petrópolis:

Hingo Hammes (PP) : 65%

Yuri Moura (PSOL) : 35%

A vantagem substancial de Hammes indica sua provável vitória.

2.           Niterói:

Rodrigo Neves (PDT) : 61%

Carlos Jordy (PL) : 39%

A vitória significativa de Rodrigo Neves em Niterói sobre Carlos Jordy, que é um bolsonaristas raiz, marca não apenas uma vitória local, mas uma declaração política significativa. Obtendo 61% dos votos sob a bandeira do PDT contra 39% de Jordy, o sucesso de Neves é notável no contexto do clima político de direita no Brasil. Esta vitória sugere a resiliência das políticas centristas e de esquerda em centros urbanos tradicionalmente progressistas e posiciona Neves como uma figura central no espectro de centro-esquerda do Brasil, potencialmente influenciando a política nacional ao demonstrar que uma agenda centrista bem articulada pode ter um apelo amplo. Suas políticas, particularmente em desenvolvimento urbano, segurança pública, saúde e bem-estar

social, provavelmente servirão como indicadores de sua eficácia de governança, fornecendo um modelo para outras regiões e moldando estratégias que levem à corrida presidencial de 2026. Esta vitória não apenas surfa nas águas da Guanabara,  mas podem até remar no Paranoá. Boa votação, pra quem vota, e até a próxima semana.

Filinto Branco - Colunista político.

 

 

 

Por Ultima Hora em 26/10/2024
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