Beija-Flor canta Laíla: um samba que revive a alma de um mestre e emociona o carnaval

Beija-Flor canta Laíla: um samba que revive a alma de um mestre e emociona o carnaval

Em 2025, a Beija-Flor de Nilópolis nos entrega mais do que um samba-enredo. O que a comunidade apresenta é uma verdadeira ode ao homem que escreveu capítulos gloriosos de sua história, um grito de saudade e força que ressoa em cada verso. “Laíla de todos os santos; Laíla de todos os sambas” não é apenas um tema, é uma declaração de amor e gratidão ao griô que, com sua sabedoria, transformou a Beija-Flor em uma potência do carnaval.

O samba emociona porque carrega a alma de Laíla, com suas raízes na religiosidade afro-brasileira e nas tradições que ele tanto respeitou e enalteceu. Desde o chamado inicial – “Kaô, meu velho! Volta e me dá os caminhos” – até a saudação final aos atabaques no terreiro da escola, cada palavra parece evocar sua presença. Laíla não está mais fisicamente entre nós, mas sua essência pulsa em Nilópolis, nas vozes dos compositores e nos corações da comunidade.

A força desse samba é o reflexo do respeito e da conexão que Laíla cultivou ao longo de décadas. Ele não era apenas um carnavalesco; era um mestre, um guia, um exemplo de coragem e luta. Nos ensaios, no palco, com o copo de cerveja na mão e os olhos atentos, ele era a alma da Beija-Flor. E agora, essa mesma alma renasce nos versos que a escola levará para a avenida.

Mais do que uma homenagem, esse samba é uma promessa. Uma promessa de que o legado de Laíla viverá em cada tambor, em cada canto e em cada lágrima derramada pela emoção de lembrar e celebrar quem ele foi. Não há como ouvir essa obra e não sentir um arrepio, não ser transportado para o chão sagrado da quinta-feira em Nilópolis, onde a comunidade ainda canta sob a proteção de seus santos e orixás.

Ao clamar por Laíla, a Beija-Flor também clama por si mesma, por suas raízes, por sua essência. E ao fazê-lo, entrega ao carnaval uma das obras mais emocionantes dos últimos tempos. A Beija-Flor não apenas canta; ela revive, reconecta e nos faz acreditar que a magia do samba pode, sim, atravessar o tempo e continuar a nos transformar.

Preparem-se. Esse samba não será apenas ouvido; será sentido. Laíla estará na avenida, em cada nota, em cada passo, em cada lágrima de emoção. Porque mestres como ele não se despedem. Eles permanecem, eternos, no coração do carnaval.

Por: Arinos Monge. 

Por Coluna Arinos Monge em 19/12/2024

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