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O Brasil está enfrentando um dilema na COP 28 (já foram 27 conferências e a poluição só vem aumentando): como conciliar o seu papel de líder climático com o seu histórico de poluidor. O país tem um potencial enorme para contribuir com a transição para uma economia de baixo carbono, mas também tem uma responsabilidade grande por suas emissões passadas e presentes de gases de efeito estufa.
O Brasil é o quarto maior emissor de gases de efeito estufa do mundo. atrás apenas de China, Estados Unidos e União Europeia. O país é responsável por 3% das emissões globais de gases de efeito estufa, mas tem apenas 2,7% da população mundial . Além disso, o Brasil tem uma das maiores pegadas de carbono per capita do mundo, com 11,4 toneladas de CO2 por habitante em 2021, acima da média global de 6,4 toneladas.
O principal fator que contribuí para esses números em permanente crescimento é o desmatamento na Amazônia e no Cerrado, que corresponde por quase metade das emissões do país.
Por outro lado, o Brasil tem um papel de destaque na agenda climática global por ser um dos maiores produtores de energia renovável do mundo, com uma matriz energética limpa e diversificada, baseada principalmente em hidrelétricas, biomassa, eólica e solar. O país também é um dos maiores detentores de florestas tropicais, que desempenham um papel fundamental na regulação do clima e na conservação da biodiversidade.
O Brasil tem demonstrado seu compromisso com a agenda climática global por meio de diversas ações e metas. O país foi um dos primeiros a ratificar o Acordo de Paris, em 2016, e a apresentar sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), que estabelece o objetivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% até 2025 e em 43% até 2030, em relação aos níveis de 2005. O país também se comprometeu a alcançar a neutralidade climática até 2060, antecipando em dez anos o prazo previsto pelo Acordo de Paris.
O país também tem fortalecido seus mecanismos de monitoramento, fiscalização e controle do desmatamento ilegal, que apresentou uma redução de 31% entre agosto de 2022 e julho de 2023, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
O Brasil está enfrentando um dilema na COP 28: como conciliar o seu papel de líder climático com o seu histórico de poluidor. O país tem um potencial enorme para contribuir com a transição para uma economia de baixo carbono, mas também tem uma responsabilidade grande por suas emissões passadas e presentes de gases de efeito estufa.
No entanto o Brasil se encontra em uma encruzilhada entre o desenvolvimento econômico baseado no petróleo, e o desenvolvimento sustentável baseado nas energias limpas. Entrar na Opep+ e explorar petróleo na foz do Amazonas pode significar um aumento da receita e da influência do Brasil no mercado de petróleo, mas também pode significar um retrocesso na transição energética e na luta contra as mudanças climáticas. O Brasil precisa definir qual é o seu papel e o seu protagonismo no cenário mundial, e quais são as suas prioridades e os seus valores.
O país precisa lidar com as pressões internas e externas. É fundamental garantir a participação e o engajamento de todos os setores da sociedade, especialmente dos povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais, que são os principais guardiões da floresta e da biodiversidade. O país precisa ainda superar as dificuldades econômicas, sociais e políticas que afetam sua capacidade de implementar e financiar suas políticas climáticas.
Saudações Ecológicas
Filinto Branco
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