Brincando de Hot Wheels: A estranha aquisição dos helicópteros Black Hawks pelo governo brasileiro

Por J. Perim

Brincando de Hot Wheels: A estranha aquisição dos helicópteros Black Hawks pelo governo brasileiro

Qual minha surpresa ao saber que o Brasil está comprando os Black Hawks dos Estados Unidos também sem qualquer compensação tecnológica? Nenhuma, devido a grande maioria de erros do tipo terem acontecido.

Pelo que parece, houve um grande arranjo, já que também se fala na compra de tanques. Ao mesmo tempo, se deprecia a autonomia da indústria militar nacional, com a venda da Avibrás, instrumento de soberania e autonomia em questões de defesa.

Falemos sobre um conceito objetivo do porque essa compra não passa de um desperdício de dinheiro de nós, contribuintes. 

O conceito básico da Defesa Nacional se dá por um Plano Nacional de Defesa que busca analisar os riscos à nossa integridade territorial, livre expressão de nossa soberania e independência econômica.

Uma vez estabelecida, como está sendo discutida no momento a Política Nacional de Defesa e Estratégia Nacional de Defesa (2020), o planejamento das forças deve contemplar equipamentos, treinamento e logística que deem conta dos diversos cenários e hipóteses de engajamento. E as despesas militares devem seguir a lógica de compras do mais essencial e importante.

Desafio qualquer um a defender uma aplicação efetiva dos Black Hawks no território nacional.

Um helicóptero com autonomia de 583 km, não seria capaz de operar na defesa costeira, que precisaria de 644 km + 15 minutos de voo para operação. Não seria capaz de operar na Amazônia, pois não consegue percorrer a distância entre as alas 6, 7, 8, 9 sem paradas técnicas.

O equipamento é muito vulnerável à guerra de drones e o projeto tem mais de 50 anos, bem como só carrega armamento leve para guerras antitanques. Fora que não há centro de manutenção adequado no país, ficando a cargo de parcerias com empresas locais, com qualidade muito aquém dos concorrentes, que possuem as próprias. 

Mas principalmente desde 1997, os que tínhamos já eram considerados obsoletos. Não há transferência de tecnologia, não há emprego dentro de nossa Estratégia Nacional de Defesa. Nosso ponto mais frágil é o nosso extenso litoral, recheado de “ouro negro”, mineral estratégico e necessário a nossa soberania, já tão frágil. Bem como agora outros minerais, conforme pesquisas e mapeamento geológico efetivados pela antiga CPRM, hoje Serviços geológicos do Brasil, demonstrando os fartos e preciosos recursos minerais no fundo do mar. 

Enquanto isso, a Avibras que é considerada estratégica no nosso Plano Nacional, está falida e a ser vendida ao estrangeiro, ao invés de receber encomendas.

Triste país do faz de contas.

 

 

Por Ultima Hora em 19/07/2024

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