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Carlos Santana que foi por 5 vezes um dos melhores Deputados do Brasil segundo FHC, Defende incluir os policiais ferroviários no Sistema Único de Segurança Nacional e Melhorias no Transporte sobre Trilhos
O ex-deputado federal Carlos Santana, em visita ao Ministério do Trabalho em Brasília, reafirmou seu compromisso com a luta pelos direitos dos ferroviários e policiais ferroviários. Em entrevista exclusiva, Santana destacou a importância de incluir os policiais ferroviários no Sistema Único de Segurança Nacional.
"Não há discussão de segurança sem discutir a questão da ferrovia", afirmou Santana, lembrando que as ferrovias são vulneráveis ao transporte ilegal de materiais perigosos. O ex-deputado defende a criação de um departamento específico para policiais ferroviários no Ministério da Segurança, aproveitando profissionais experientes e abrindo novos concursos.
Santana também abordou a crise no sistema metroferroviário, citando problemas como trens quebrados e horários irregulares, especialmente no Rio de Janeiro. Ele participou do primeiro seminário do setorial de mobilidade urbana do PT, onde se discutiu a situação crítica do transporte ferroviário em todo o Brasil.
O ex-parlamentar criticou o processo de devolução de ramais ferroviários por empresas privadas, argumentando que as indenizações propostas são insuficientes para reparar os danos causados desde a privatização. Santana defende que parte desses recursos seja direcionada para melhorias no transporte de passageiros.
"Não há mobilidade urbana sem discutir transporte de passageiros e de carga no nosso país", ressaltou Santana, enfatizando a necessidade de uma ação conjunta entre governos federal, estadual e municipal para resolver os problemas do setor.
O ex-deputado também abordou a questão das tarifas, considerando-as "as mais vergonhosas", e defendeu a criação de um fundo nacional de transporte visando, no futuro, a implementação da tarifa zero.
Carlos Santana, que recentemente concluiu um doutorado em História, reafirmou seu compromisso com a luta contra o racismo e a importância da educação sobre a cultura afro-brasileira.
A entrevista com Carlos Santana lança luz sobre um tema crucial, mas muitas vezes negligenciado: a situação do transporte ferroviário no Brasil. O ex-deputado, com sua vasta experiência no setor, apresenta uma visão abrangente dos desafios e possíveis soluções para revitalizar esse meio de transporte essencial.
Um dos pontos mais alarmantes levantados por Santana é a drástica redução no número de passageiros transportados diariamente no Rio de Janeiro. "Antes da pandemia, transportávamos 650 mil passageiros por dia. Hoje, esse número caiu para 350 mil", revela. Esta queda significativa não apenas reflete problemas operacionais, mas também impacta diretamente a mobilidade urbana e a qualidade de vida dos cidadãos.
O ex-parlamentar também abordou a questão do financiamento para melhorias no setor. Segundo ele, seriam necessários cerca de 1 bilhão e 200 milhões de reais para retornar à qualidade de serviço pré-pandemia. Santana propõe que parte dos recursos provenientes da devolução de ramais ferroviários por empresas privadas seja direcionada para o transporte de passageiros.
"Esses ramais que estão sendo devolvidos vão ter que repassar em torno de 5 bilhões no Brasil todo, que é pouco. Deveria ser no mínimo uns 30 bilhões", argumenta Santana, destacando a disparidade entre o valor das indenizações e o real custo de recuperação da malha ferroviária.
O ex-deputado faz uma crítica contundente ao modelo de desenvolvimento adotado no Brasil a partir dos anos 50, que priorizou a indústria automobilística em detrimento do transporte ferroviário. "Para você botar carro, você tinha que destruir o transporte ferroviário", afirma, explicando como essa escolha impactou negativamente a mobilidade urbana nas décadas seguintes.
Santana também abordou a questão da segurança nos trens, um problema que tem afastado passageiros, especialmente estudantes que utilizam o transporte à noite. "Nós estamos perdendo passageiro porque está tendo assalto constante dentro dos trens", alerta, enfatizando a necessidade de medidas urgentes para garantir a segurança dos usuários.
O ex-parlamentar defende uma mudança de paradigma na concepção do transporte ferroviário. "Foi feita uma concepção que o trem só é para levar o trabalhador pro trabalho e trazer para casa. O trem é para tudo: é pro seu lazer, é para ir pro hospital, é para ir pra escola", argumenta, propondo um modelo de transporte mais inclusivo e abrangente.
Sobre as tarifas, Santana as classifica como "as mais vergonhosas", citando o valor atual de R$ 7,40 como exemplo. Ele defende a criação de um fundo nacional de transporte, proposto pela deputada Luísa Erundina, visando alcançar, no futuro, a tarifa zero no transporte ferroviário.
Ao final da entrevista, Carlos Santana fez um apelo à "bancada da bala" para que inclua o policial ferroviário em suas pautas, argumentando que é necessário "cobrir todas as áreas" para garantir uma segurança pública efetiva.
A entrevista de Carlos Santana traz à tona questões cruciais sobre o transporte ferroviário no Brasil, desde sua infraestrutura até seu papel social. As propostas e críticas apresentadas pelo ex-deputado oferecem um ponto de partida para um debate mais amplo sobre o futuro da mobilidade urbana no país, destacando a necessidade de investimentos, planejamento integrado e uma visão de longo prazo para o setor.
Edição Robson Talber
Repórter Ralph Lichotti - Advogado e Jornalista, Foi Sócio Diretor do Jornal O Fluminense e acionista majoritário do Tribuna da Imprensa, Secretário Geral da Associação Nacional, Internacional de Imprensa - ANI, Ex- Secretário Municipal de Receita de Itaperuna-RJ, Ex-Presidente da Comissão de Sindicância e Conselheiro da Associação Brasileira de Imprensa - ABI - MTb 31.335/RJ
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