Assine nossa newsletter e fique por dentro de tudo que rola na sua região.
Leiloado para um oficial de justiça, o imóvel icônico sofre com invasões, furtos e negligência, enquanto sua memória se perde em meio ao descaso.
Em meio ao caos urbano de Nova Iguaçu, um pedaço da história clama por socorro. O casarão da Cruz Vermelha, situado na Rua Coronel Bernardino de Melo, nº 2085, já foi símbolo de cuidado e acolhimento. Hoje, é um reflexo doloroso do abandono. Tombado como patrimônio histórico pela Emenda 040/2019, o prédio, que carrega em sua arquitetura traços marcantes da influência europeia, está sendo consumido pelo descaso.
Construído em 1934, o casarão já pertenceu a Sebastião Herculano de Matos, um dos personagens marcantes da época. Durante anos, abrigou a Cruz Vermelha de Nova Iguaçu, que prestava serviços essenciais à população. No entanto, a saída da instituição e o leilão subsequente, arrematado por um oficial de justiça da cidade, marcaram o início de uma nova e triste fase: abandono total e risco iminente de destruição.
Um símbolo que pede socorro
Com suas esquadrias estilizadas, pilastras ornamentadas e elementos decorativos típicos do estilo eclético, o casarão sempre foi um marco de beleza e história em Nova Iguaçu. Mas, atualmente, o que se vê é um retrato de degradação.
Moradores em situação de rua ocupam o espaço. Usuários de drogas retiram estruturas metálicas e outros materiais para revenda.
Aos poucos, o casarão está sendo desmontado. Vidros quebrados, portas arrancadas reforçam o cenário de descaso.
Mesmo tombado, o imóvel não recebe a proteção que deveria. Enquanto a lei impede mudanças em sua estrutura, ela também não tem sido eficaz para barrar a destruição. É como se o casarão estivesse entregue ao tempo, aos vândalos e à indiferença.
Leilão e promessas Não cumpridas
O leilão parecia uma saída para o imóvel. Quando um oficial de justiça de Nova Iguaçu arrematou o casarão, havia esperança de que ele pudesse ser restaurado e ganhar um novo propósito. Contudo, o que se seguiu foi um abandono total.
O novo proprietário nunca tomou posse efetiva do prédio. Sem manutenção, sem segurança e sem qualquer perspectiva de revitalização, o casarão foi relegado à invisibilidade. Um pedaço da história iguaçuana, que deveria ser motivo de orgulho, tornou-se um problema para a cidade.
A memória de Nova Iguaçu em risco
O casarão da Cruz Vermelha é mais que um prédio antigo. Ele representa a memória de uma época em que Nova Iguaçu valorizava sua história e seu papel comunitário.
A Cruz Vermelha, que ocupou o espaço por décadas, foi responsável por projetos sociais que beneficiaram milhares de pessoas.
Hoje, o que resta desse legado está em ruínas. Especialistas alertam para a urgência de medidas de preservação, mas a falta de iniciativas concretas levanta uma questão preocupante: será que Nova Iguaçu está condenada a perder seus marcos históricos?
A luta pela preservação
Manter o casarão de pé não é apenas uma questão estética. É uma luta pela preservação da memória e da identidade da cidade. Em meio ao crescimento desordenado e às mudanças urbanas, preservar espaços como este é lembrar às futuras gerações de onde viemos e o que nos define.
Enquanto o casarão segue entregue à própria sorte, ele grita silenciosamente por atenção. A cidade, que já girou em torno de sua importância histórica, agora parece indiferente ao seu destino.
A pergunta que fica é: quem irá se responsabilizar? Vamos permitir que o casarão da Cruz Vermelha se transforme em poeira ou lutaremos para que ele volte a ser um símbolo de orgulho e resistência em Nova Iguaçu? O tempo corre, e a história, aos poucos, vai sendo apagada.
Os posts sobre o abandono do casarão e opiniões, estão nas redes sociais Facebook e Instagram.
Por: Arinos Monge.
Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!