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Em meio a uma crise no sistema de trens do Rio, o governador Cláudio Castro admitiu que a Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio (Agetransp), órgão responsável pela fiscalização, tem uma equipe "ínfima" que não consegue vistoriar o serviço prestado pela SuperVia da forma ideal. Ao comentar o problema, o governador disse que funcionários das empresas públicas Central e RioTrilhos, ligadas ao setor, conseguiram uma decisão judicial ao longo da pandemia e só retornaram ao trabalho presencial na última semana.
— O governo já vem fazendo a fiscalização e sabemos os problemas pelos quais o estado passou. A agência (Agentransp) tem uma equipe ínfima, que não tem a menor capacidade operacional de fazer isso. Estamos em pandemia, e, infelizmente, os funcionários da Central e da Riotrilhos ganharam uma liminar e só voltaram a trabalhar presencialmente na semana passada. E, infelizmente, tudo se recai sob o colo do governo do estado. A agência terá o apoio do estado e da polícia para fazer a fiscalização. E já autorizei o presidente Murilo (Leal) a fazer a abertura de concurso para aumentar e melhorar a fiscalização, coisa que até outro dia não era possível por causa do Regime de Recuperação Fiscal — afirmou Castro.
A Agetransp tem 106 funcionários, com salário médio de R$ 6,5 mil, segundo dados do site do governo estadual. Já a RioTrilho tem mais o triplo disso. Criada em 1979 para construir, implantar e operar o sistema metroviário do Rio, a estatal conta atualmente com 373 servidores, com remuneração média de R$, 5,9 mil mensais. No site da empresa, não há uma explicação sobre qual é a atual função do órgão já que o metrô foi concedido à iniciativa privada. A página de apresentação diz que a empresa é "vinculada à Secretaria de Estado de Transportes e foi constituída com a finalidade primordial de construir, implantar e operar o sistema metroviário do Rio de Janeiro".
Já a Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística (Central) foi criada em 2001 e atualmente tem a responsabilidade de operar o bondinho de Santa Teresa e o Teleférico do Complexo do Alemão, que está fechado desde 2016, mas deve ser reativado pelo governo estadual. Não há informações no site do governo do Rio sobre o número de funcionários e as remunerações.
Uma interrupção a cada 18 horas
Dados da Agetransp mostram que, entre janeiro e fevereiro deste ano, a Supervia teve registro de uma ocorrência com interrupção da circulação a cada 18 horas. Foram 77 ocorrências entre os dois meses. O ramal mais afetado durante o início deste ano foi o de Japeri, com 27 ocorrências, seguido dos ramais de Saracuruna e Santa Cruz, com dez e oito ocorrências, respectivamente.
Em comparação ao ano de 2021, quando 365 ocorrências da Supervia foram registradas pela agência, é possível observar que o ramal Japeri já era o mais afetado. Foram 102 ocorrências no ano passado. Entre os principais motivos declarados estão os relacionados à segurança pública, relatado em 216 casos.
As outras duas principais razões para ocorrências com trens da Supervia são o acesso indevido às vias e o vandalismo. No entanto, registros com essa natureza só foram identificados nos ramais Santa Cruz, Belford Roxo, Saracuruna, Deodoro e Gramacho. (Do Extra)
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