Chiquinho Brazão nega envolvimento no assassinato de Marielle Franco e alega inocência em depoimento ao Conselho de Ética

Chiquinho Brazão nega envolvimento no assassinato de Marielle Franco e alega inocência em depoimento ao Conselho de Ética

Em um depoimento contundente ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, o deputado federal Chiquinho Brazão (Sem partido-RJ) reiterou sua inocência em relação às acusações de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes. Durante a sessão realizada por videoconferência, Brazão declarou que tanto ele quanto sua família são vítimas de uma acusação infundada, originada de uma delação premiada.

Brazão e seu irmão, Domingos Brazão, conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), são apontados pela Polícia Federal como os mandantes do crime ocorrido em 2018. A motivação, segundo a PF, estaria ligada a disputas fundiárias na Zona Oeste do Rio de Janeiro. No entanto, Chiquinho Brazão rebateu as acusações, afirmando que nunca teve qualquer envolvimento com milícias e que desconhecia os detalhes operacionais desses grupos.

Relação com Marielle Franco

Durante o depoimento, Chiquinho Brazão afirmou que sua relação com Marielle Franco sempre foi cordial e negou a existência de qualquer conflito. "A relação com Marielle era maravilhosa, não era boa. Estou dizendo aqui e afirmando. A Marielle ia lá com a gente bater papo, falar, sempre pedia um chicletinho. Quando ela fazia falas dela, muitas das vezes falava comigo”, relatou.

Brazão também sugeriu que, devido ao seu trabalho ao lado do deputado Marcelo Freixo no combate às milícias, Marielle poderia ter muitos inimigos, mas negou ter qualquer hipótese sobre quem poderia ser o verdadeiro mandante do crime.

Declarações de Domingos Brazão

Mais cedo, o irmão de Chiquinho, Domingos Brazão, também prestou depoimento ao Conselho de Ética. Ele negou conhecer Marielle Franco e classificou seu assassinato como "um absurdo". Domingos afirmou que nunca teve conflitos territoriais ou políticos com a vereadora e questionou a motivação atribuída pela Polícia Federal ao crime.

Domingos Brazão reforçou que a milícia não teria interesse em regularizar terras, pois preferiria explorar a população através de serviços ilegais. Ele destacou que nunca teve contato com o delegado Rivaldo Barbosa, apontado como um dos mentores do crime, e afirmou que sua família está passando por tratamento médico para lidar com o estresse causado pelas acusações.

Repercussão e próximos passos

O depoimento de Chiquinho Brazão ao Conselho de Ética ocorre em meio a um processo que pode resultar na cassação de seu mandato por quebra de decoro parlamentar. O parlamentar afirmou que desde o início das investigações se colocou à disposição da Polícia Federal, mas que nunca foi chamado para prestar depoimento.

A sessão foi marcada por momentos de emoção, com Chiquinho e Domingos Brazão reafirmando sua confiança na Justiça e expressando esperança de que a verdade prevaleça. O caso continua a ser um dos mais complexos e sensíveis da política brasileira, envolvendo questões de violência, poder e a luta contra a impunidade.

Fonte: G1

Por Ultima Hora em 18/07/2024
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