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A CPI da Covid em curso no senado deixou na terça-feira (01/06) a nítida impressão de que jamais chegaremos ao ponto mais importante sobre a responsabilidade da administração da crise sanitária que assola o país desde o inicio de janeiro de 2020. A convidada de ontem (01/06) foi a médica Nise Yamaguchi, apontada pela imprensa como uma das principais defensoras da cloroquina como tratamento para pacientes de covid-19.
Ao ser inquirida pelos senadores, de certa forma (porem não muito clara) admitiu à CPI que não sabia que o estudo citado por ela para indicar o uso do remédio como política pública havia sido descontinuado em dezembro de 2020. Em resposta a uma das perguntas focadas na questão do uso da cloroquina em pacientes com sintomas de covid, ela acabou sendo contestada pelo senador Alessandro Vieira:
"Pois é. Ela é de dezembro do ano passado", replicou o senador. Ele passou em seguida a defender o Instituto de Medicina Tropical do Amazonas, que bolsonaristas rotineiramente acusam - citando informações falsas - de ter usado pessoas como cobaias, aplicado dosagens não recomendadas de cloroquina com o fim de descredibilizar o medicamento, resultando em morte.
Formação de um libelo que leve ao impeachment de Bolsonaro
Esse é o ponto mais importante da CPI neste momento é a convocação de governadores e prefeitos . Mas ao que tudo indica, o “alvo” dos senadores é conduzir os depoimentos, e assim formatar uma espécie de libelo tendencioso para responsabilizar o presidente Jair Bolsonaro, pela morte de milhares de pessoas pelo vírus da covid, e propor em um relatório, o impeachment do presidente.
Manobra para evitar a convocação dos governadores e prefeitos
Reagindo a tendenciosa forma de esvaziar a convocação, o senador Marcos Rogério (DEM-RO) criticou a proposta de transformar em convites as convocações de governadores e prefeitos, argumentando que as ações e omissões de governos estaduais e municipais estão dentro da abrangência da CPI e o instituto da convocação se baseia em apurações da Polícia Federal que apontam para suspeitas de crimes desses agentes políticos.
— Ninguém está prejulgando. Da minha parte, não prejulgo. É preciso apurar os fatos, as condutas, para, ao final, recomendar ou não o indiciamento em razão de eventuais práticas ilícitas — afirmou.
Suspeita de “blindagem”
Tudo indica, que o quadro que se configura no cenário geral da CPI até o momento, se torne cada vez mais perceptível para a sociedade, a “blindagem dos governadores e prefeitos”. Por essa razão, a convocação de governadores e prefeitos à comissão também dividiu a opinião dos senadores.
Rogério Carvalho (PT-SE) acredita que o Supremo Tribunal Federal (STF) deverá se manifestar sobre a negativa dos chefes de governos estaduais ao comparecimento por convocação, mas opinou que seria importante para a comissão ouvir “de forma espontânea” governadores sobre as dificuldades para o enfrentamento da pandemia.
Da mesma forma o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) declarou esperar que governadores compareçam à CPI para justificar o destino das verbas federais que receberam, mas rejeitou qualquer tentativa de “blindagem” e disse esperar que os membros da comissão decidam essa questão no voto. Ele atacou as tentativas dos governadores de judicializar a questão de seu comparecimento.
— É um tapa na cara da população brasileira, que quer ouvir o que foi feito do dinheiro — definiu.
No mesmo sentido, o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) disse esperar na CPI a presença de governadores, prefeitos e outros agentes políticos para acareações sobre as apurações da Polícia Federal e do Ministério Público.
Da Redação/Editoria: Roberto Monteiro Pinho/Agência Senado/Imagens: Internet
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