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A Câmara dos Deputados e o Senado Federal escolhem, no próximo sábado (1º/2), os novos presidentes que comandarão o Congresso Nacional nos próximos dois anos. Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP) despontam como favoritos, respectivamente, e podem inclusive atingir recorde de votos, com alianças bem construídas.
Entenda as eleições da Câmara e do Senado
No próximo sábado (1º/2) os deputados e senadores irão retornar a Brasília para escolha dos próximos presidentes das casas legislativas e os parlamentares que irão compor as mesas diretoras.
Na Câmara, o candidato precisa da maioria absoluta dos votos para se eleger: 257 deputados. Já no Senado, é necessário o apoio de 41 dos 81 senadores.
O voto para escolha dos próximos presidentes do Legislativo é secreto, com isso, os parlamentares podem trair a indicação partidária.
Outros seis parlamentares, porém, mantém a candidatura aos cargos: dois na Câmara e quatro no Senado. São eles: Pastor Henrique Vieira (PSol-RJ) e Marcel Van Hattem (Novo-RS) na Casa Baixa; Soraya Thronicke (Podemos-MS), Marcos do Val (Podemos-ES), Marcos Pontes (PL-SP) e Eduardo Girão (Novo-CE) na Casa Alta.
O Metrópoles conversou com os congressistas para entender as propostas, que vão da defesa à crítica da anistia para envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro de 2023, pautar o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ou o fim da escala de trabalho 6×1 no país e aumentar a representatividade feminina em espaços de poder no Congresso.
Veja quem são os candidatos:
Conheça as propostas dos candidatos sem favoritismo às presidências do Congresso Nacional:
Câmara dos Deputados
Pastor Henrique Vieira (PSol-RJ)
Fluminense de Niterói (RJ) em primeiro mandato, Pastor Henrique Vieira (PSol-RJ) tem 37 anos e é vice-líder do governo Lula na Câmara. É graduado em Ciências Sociais, Teologia e História e pastor da Igreja Batista do Caminho.
As quatro principais bandeiras de campanha do deputado são: ser contrário à anistia para participantes dos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro, o debate sobre a transparência das emendas parlamentares, combater a violência política na Câmara e pautar projetos mais populares.
“Dentro das forças democráticas cabe uma pluralidade saudável que valoriza a democracia. Direita, centro-direita, esquerda, centro, centro-esquerda. A extrema-direta é outra coisa. Vejo como um risco para a pluralidade que a democracia busca proteger”, argumenta Vieira ao Metrópoles.
Para o deputado, Motta pode consolidar interesses com a extrema-direita, que não pode ser naturalizada como apenas mais uma força política dentro do campo democrático. “Mais do que marcar posição, [minha candidatura quer] denunciar que a democracia está sob ataque. Uma mera conciliação não vai segurar o monstro do facismo brasileiro”, destaca o pastor, ao citar a música Eu só peço a Deus, da argentina Mercedes Sosa.
Entre os projetos de interesse, estão o fim da escala 6×1, a taxação de grandes fortunas, a ampliação da isenção do Imposto de Renda para até R$ 5 mil. Vieira estima que pode receber, em média, cerca de 30 votos.
Marcel van Hattem
Candidato à presidência da Câmara dos Deputados pela quarta vez consecutiva, Marcel van Hattem, de 39 anos, é formado em Relações Internacionais e possui especialização em direito, economia e democracia constitucional, ambos pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
O deputado pelo Novo se mostra como uma opção da oposição ao governo Lula na disputa pela Casa Baixa. Durante a campanha pela presidência da Casa, ele defende pautar o projeto de lei (PL) que visa anistiar os envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro e evitar pautas que ampliem a renúncia fiscal.
“Me comprometo a não pautar nenhum tipo de aumento de imposto, e inclusive buscar projetos que reduzam a carga tributária no Brasil porque nós estamos vendo o tamanho da inflação”, promete o deputado do Novo, caso eleito.
Ele também defende que, caso assuma o comando da Câmara, irá pautar um dos pedidos de impeachment contra o presidente Lula. Marcel van Hattem se compromete ainda em avançar com o projeto de anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
O PL da Anistia estava pronto para ser analisado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, mas foi retirado de pauta pelo presidente Arthur Lira (PP-AL), que criou uma comissão especial para tratar do tema.
Senado Federal
Eduardo Girão
Cearense de Fortaleza (CE), Eduardo Girão (Novo-CE), de 52 anos, está no primeiro mandato como senador da República. Ele chegou a ser presidente do Fortaleza Esporte Clube em 2017, e decidiu seguir na carreira política no ano seguinte.
As principais bandeiras de Girão para o comando do Senado são o impeachment de ministros do STF, o fim do foro privilegiado e a anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro.
“O Congresso Nacional está desmoralizado perante a opinião pública e de forma legítima, porque se submete a ver tamanhas barbaridades, tamanhos desrespeitos à lei, especialmente daqueles que deveriam ser os seus primeiros guardiões. Então, eu vou colocar uma análise de algum dos 60 pedidos de impeachment que tem. Isso é um clamor crescente, independente se é pessoal ligado à direita, à esquerda”, defende o senador pelo Novo.
Eduardo Girão critica a candidatura de Davi Alcolumbre, que já presidiu o Senado Federal entre 2019 e 2021. Para o senador pelo Novo, é importante que a Casa Legislativa foque em matérias de interesse da sociedade, e não em pautas de partidos, como é o caso das emendas parlamentares.
Soraya Thronicke
Advogada sul-mato-grossense de 51 anos, Soraya Thronicke (Podemos-MS) foi eleita pela primeira vez ao Senado em 2018. É a única mulher candidata à presidência de uma das duas Casas no pleito deste ano.
Soraya protocolou o requerimento para criação da comissão parlamentar de inquérito (CPI) das Bets no Senado, e se tornou relatora do colegiado, que consolidará os trabalhos neste ano.
Também foi titular na comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, que investigou o financiamento e a realização dos atos antidemocráticos que depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília (DF).
Marcos do Val
O ex-militar de 53 anos também foi eleito em 2018 e está no primeiro mandato como senador pelo Podemos do Espírito Santo.
O principal alvo do parlamentar é o ministro do STF Alexandre de Moraes, após ser alvo de bloqueio de bens por descumprir ordens judiciais do magistrado. Depois da medida, chegou a dizer que se mudaria para a sede do Senado Federal por falta de recursos.
Também é favorável à anistia para participantes dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro e a analisar propostas de impeachment contra ministros da Suprema Corte.
Marcos Pontes
Marcos Pontes (PL-SP) é formado em engenharia aeronáutica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e ganhou popularidade ao ser o primeiro brasileiro a ir ao espaço. O senador começou na carreira política como ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações de 2019 a 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
O senador astronauta se lançou como candidato à presidência do Senado ainda no ano passado, no entanto, não contou com o apoio do PL e chegou a ser criticado publicamente por integrantes do partido, incluindo o ex-presidente Bolsonaro.
Marcos Pontes tem como bandeira de campanha a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e se coloca como o candidato da direita para comandar o Congresso Nacional.
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