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Depois de enganar seus seguidores e em especial os caminhoneiros, ao demonstrar indignação com o aumento do preço do diesel como se não fosse o presidente da República o responsável pela atual política genocida de preços da Petrobrás, o presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro (PL), desenterrou o sempre útil fantasma do comunismo para disfarçar sua trágica gestão da economia.
O atual mandatário afirmou, durante pronunciamento na 48ª Edição da Expoingá, em Maringá (PR), que o mundo todo sofre com aumento do preço de combustíveis e alimentos. Mas, apesar da disparada dos preços e da inflação, minimizou os efeitos no Brasil. "Apesar de a inflação estar alta no Brasil, bem como a questão dos combustíveis, na nossa terra os efeitos são menores", disse.
A inflação oficial no País alcançou 1,06% em abril, a mais acentuada para o mês desde 1996, segundo os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 11.
Para um público ligado ao agronegócio e de aliados, Bolsonaro também citou o processo de "comunização" pelo qual, segundo ele, o País pode passar. E, novamente, usou como exemplo a Venezuela. "Vocês sabem que pior que uma ameaça externa é uma ameaça interna de ‘comunização’ do nosso País. Nós não chegaremos à situação que vive atualmente a Venezuela", disse.
Convenientemente Bolsonaro ‘esqueceu’ que o Brasil é o país que tem a pior projeção de crescimento da América Latina (0,4%), enquanto a Venezuela deve crescer 5%, segundo estimativa da CEPAL, órgão da ONU para a região, mas como o que conta é sua lorota patriota ele prosseguiu.
"O outro lado quer exatamente o diferente de nós. Nós defendemos a família, somos contra o aborto, favoráveis ao armamento para o cidadão de bem, somos contra a ideologia de gênero, somos pela liberdade da nossa economia. E somos, acima de tudo, pela nossa liberdade de expressão."
No discurso, Bolsonaro não citou a troca no Ministério das Minas e Energia, com a demissão de Bento Albuquerque e a nomeação de Adolfo Sachsida. Ele foi a Maringá, oficialmente, para assinar um contrato de início de obras em um trecho de 13 quilômetros da BR-376, no entorno da cidade paranaense. O ministro interino da Infraestrutura, Bruno Eustáquio, e o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros, o acompanharam.
Bolsonaro voltou a repetir o discurso que adota desde o início da pandemia e culpou governadores pela crise econômica. "O que estamos vivendo no momento é fruto de uma política equivocada adotada por muitos governadores na pandemia. Aquela história de fechar tudo."
O presidente afirmou que o mundo não sobrevive sem o agronegócio brasileiro. "Vocês garantem segurança alimentar para mais de 1 bilhão de pessoas mundo afora". E concluiu o pronunciamento "imitando" um berrante ao microfone. (Da redação)
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