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O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, está sendo investigado pela Corregedoria do órgão devido a um áudio enviado no final de 2022 que levantou suspeitas. Segundo informações confirmadas pelo presidente eleito da Corte de Contas, Vital do Rêgo, o áudio sugere a existência de um “movimento muito forte nas casernas” com potencial para impactar os rumos do país.
As investigações da Polícia Federal (PF) indicam que o áudio de Nardes, divulgado pela Folha de S. Paulo em novembro de 2022, coincide com o período em que o plano “Punhal Verde e Amarelo” estava sendo articulado. Esse plano, elaborado pelo general Mario Fernandes, visava a execução de um golpe institucional, incluindo o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice Geraldo Alckmin, e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
O plano previa que a ruptura institucional seria desencadeada em 15 de dezembro de 2022, como parte de uma tentativa de reverter a vitória eleitoral de Lula. Mario Fernandes atualmente encontra-se preso, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, no contexto das investigações relacionadas às tentativas de subversão da ordem democrática após as eleições de 2022.
No áudio, Augusto Nardes afirmou: “Felizmente acordamos. (…) Está acontecendo um movimento muito forte nas casernas. Eu acho que é questão de horas, dias, no máximo uma semana ou duas, ou talvez menos que isso, que vai acontecer um desenlace bastante forte na nação”. Contudo, na época, o ministro divulgou uma nota repudiando “manifestações de natureza antidemocrática e golpista”, reafirmando sua defesa da legalidade e das instituições republicanas.
Embora Nardes ainda não seja mencionado diretamente nas investigações da Polícia Federal, o TCU informou que, caso as apurações avancem e o envolvam na trama golpista, o ministro terá seu caso analisado pela Corregedoria da Corte de Contas. Vital do Rêgo declarou à Veja: “Eu não acredito [que Nardes tenha flertado com ideias golpistas]. O episódio está sob apuração do TCU naquilo que lhe compete. Nosso ministério é dentro da atividade funcional. Dentro da nossa atividade funcional, da nossa competência, (…) é um processo que está na Corregedoria. Eventualmente algum processo que corre na Justiça, se ele for condenado, pode ter repercussão funcional aqui. Se nada acontecer com ele, provavelmente não acontece [nada no TCU também]”.
O procedimento interno reflete a seriedade com que o TCU está tratando a situação, aguardando as conclusões das investigações para decidir sobre o destino do ministro Augusto Nardes. O caso ganha ainda mais relevância no contexto das investigações sobre o suposto golpe de Estado planejado por setores militares pró-Bolsonaro, destacando a necessidade de rigor e transparência nas ações das instituições públicas.
Com informações do 247.
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