Corrida armamentista? Gastos militares disparam e batem recordes

A China tem aumentado seu orçamento militar continuamente ao longo dos últimos anos.

Corrida armamentista? Gastos militares disparam e batem recordes

Os gastos militares globais atingiram valores históricos ao longo de 2023. O aumento foi puxado pelas grandes potências, como EUA e China, mas países menores também têm investido mais no setor.

Os dados foram divulgados recentemente pela Stockholm International Peace Research Institute (SIPRI), uma organização que faz pesquisas sobre conflitos.

Foi o primeiro ano desde 2009 que os gastos militares aumentaram em todas as regiões do mundo.

Aumento nos conflitos

Em parte, o aumento nos gastos militares tem acontecido por causa das tensões internacionais.

Guerra na Rússia

O levantamento aponta que o orçamento militar russo chegou a 5,9% do PIB do país, o valor mais alto desde o colapso da União Soviética.

A Ucrânia, por outro lado, investiu mais de 37% de seu PIB em suas Forças Armadas. O impacto do investimento foi reduzido por causa da ajuda que o país recebeu das nações ocidentais.

O conflito também tem feito outros países europeus aumentarem seus gastos militares, por temerem uma escalada.

A Polônia lidera esse processo, fazendo um investimento 75% maior nas forças armadas em 2023.

Conflito no Oriente Médio

Ainda em 2023, o governo iraniano começou a aumentar os investimentos militares e fechou o ano com um orçamento de aproximadamente R$51,5 bilhões em valores da época.

Com esse número, o país se tornou o quarto maior investidor nas forças armadas da região.

Israel também aumentou seus gastos em 24%, chegando a um investimento total de a R$137,5 bilhões.

A quantia torna o Estado dos judeus o segundo maior investidor na região, atrás apenas da Arábia Saudita.

Os dados levam em conta o período pós atentado do Hamas, mas não acompanham a escalada que aconteceu em 2024.

China e o Leste Asiático

China aumentou os gastos militares em 6% durante o ano passado, investindo cerca de R$1,5 trilhões.

O especialista da SIPRI, Xiao Liang, comentou que a China tem aumentado seus investimentos militares ao longo dos últimos anos, independentemente de questões políticas internacionais:

"Se observarmos os gastos, eles têm aumentado por 29 anos consecutivos. Essa é a sequência mais longa registrada por um único país. Na verdade, o aumento está em grande parte alinhado ao ritmo de crescimento econômico, independentemente de flutuações nas tensões geopolíticas ou crises globais, como a guerra na Ucrânia ou a COVID."

O analista também destaca que o processo de modernização do Exército Popular Chinês tem feito os países vizinhos, como Japão, Taiwan e Índia, aumentarem seus gastos.

Tanto Japão quanto Taiwan aumentaram seus investimentos militares em 11% ao longo do ano. 

Conflitos internos

Além dos conflitos geopolíticos, muitos governos têm aumentado suas capacidades militares por causa de questões internas.

O país que mais aumentou o orçamento militar ao longo de 2023, por exemplo, foi a República Democrática do Congo. O crescimento do orçamento foi de 105%. 

Para os especialistas da SIPRI, o motivo para esse grande aumento no investimento é a luta entre as forças do governo e grupos paramilitares no país.

Na análise de Xiao Liang, o comportamento dos governos em algumas regiões da África se assemelha ao da região da América Latina.

Segundo Liang, o governo do México e de El Salvador têm usado as forças armadas para lidar com assuntos internos, como o tráfico de drogas e crime organizado

A tendência estaria sendo seguida por outros governos na região, como Equador e até mesmo no Brasil.

Com o aumento nos conflitos internacionais e investimentos militares, as Forças Armadas têm ganhado uma importância cada vez maior no mundo inteiro.

No Brasil, o exército teve um papel histórico muito importante, definindo os rumos do país em diversos momentos.

Por Ultima Hora em 06/01/2025
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