Assine nossa newsletter e fique por dentro de tudo que rola na sua região.
Há quase dez vezes mais chances de que uma pessoa que ainda não esteja imunizada contra a Covid-19 seja moradora de um país pobre. As 20 nações mais ricas do mundo têm 68,5% da população já com o ciclo vacinal completo contra a doença. Nas 20 mais pobres, o total de pessoas nesta situação é de apenas 7,2%, número quase 10 vezes menor.
Nos países com alta renda, isto é, onde o Produto Interno Bruto (PIB) per capita é mais desenvolvido, a corrida contra o vírus começou mais cedo, dando vantagem em uma disputa onde não há ganhadores.
Desde que as vacinas começaram a ser fabricadas e distribuídas, a Organização Mundial de Saúde (OMS) fez alertas sobre a importância da garantia do acesso equitativo de doses. A distribuição de forma igualitária asseguraria que todos os países, independentemente da situação econômica, conseguissem conter a transmissão do novo coronavírus, o que possibilitaria o fim da pandemia.
O cenário atual, entretanto, está longe do esperado pelas autoridades sanitárias mundiais. Enquanto países mais desenvolvidos alcançaram bons números e já aplicam doses de reforço, outros não conseguiram que nem 1% de sua população recebesse as duas doses ou alguma vacina de dose única que permitisse a imunização contra o vírus que já fez mais de 5,3 milhões de vítimas em todo o mundo.
O gráfico a seguir mostra o percentual de pessoas completamente imunizadas em cada país. Nele, é possível ver a discrepância entre a imunização nos territórios ricos e pobres. No bloco de cima, estão apenas as nações com os maiores PIBs, e no debaixo, os menores.
O levantamento foi feito a partir do cruzamento de dados tabulados pelo Banco Mundial sobre os PIBs das nações e do número de pessoas completamente imunizadas disponibilizado pelo Our World in Data. A análise foi feita pelo (M)Dados, núcleo de análise de grande volume de informações do Metrópoles.
Em uma colocação mediana no PIB mundial, o Brasil possui números animadores de imunizados. O país, que tem um histórico de sucesso nas campanhas de vacinação promovidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), possui hoje 66,1% de sua população com as duas doses de vacinas em dia. De acordo com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), o país está na 85ª posição, em meio a uma lista com 190 países.
O infectologista do Instituto Emílio Ribas Jamal Suleiman atribui o sucesso da campanha ao Programa Nacional de Imunização. Segundo ele, a credibilidade e a obrigatoriedade de vacinas em atividades cotidianas, como, por exemplo, a matrícula em escolas, permitiu que o programa criasse uma credibilidade que perdura até hoje, mesmo em meio a tentativas de ataque sofridas por aqueles que negam a eficácia das vacinas.
“É, historicamente, um programa eficaz, que nada tem, a ver com governos. Um programa de Estado que possui a credibilidade da população. A vacina é obrigatória para matrículas de crianças no ensino fundamental, e isso foi, por exemplo, uma das coisas que reforçou a importância das vacinas em nossas vidas. Essa credibilidade do programa nacional de imunização evitou que a gente desenvolvesse no território nacional, os antivacinas, como vemos em outras partes do mundo”, explica. (Do Metrópoles)
Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!