CPI da Covid será um bom palanque para campanha de Lula à presidência

CPI da Covid será um bom palanque para campanha de Lula à presidência

De olho nos problemas que envolvem a campanha do combate a pandemia da Covid-19 no país, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vai aproveitar o cenário das discussões no senado para adequar seu discurso, surfando na onda de denúncias que certamente fustigará o seu rival o presidente Jair Messias Bolsonaro. 

O petista repetira no dia 1° de maio (Dia do Trabalhador) o que já fez com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, quando dividiu, há mais de 30 anos, desde que o PSDB apoiou o petista no segundo turno da eleição presidencial de 1989.  

Dessa vez Lula estará costurando sua base, tendo como protagonistas a velha ala do MDB formada por nomes como: José Sarney, Renan e Jader Barbalho, e com isso alavancar a corrida a presidência em seu habitat eleitoral e expandir nas Regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste e assim formando seu primeiro palanque para 2022 

Focado nos dirigentes e parlamentares do Centrão, líderes do PSD e Solidariedade o petista percebeu que caminho está aberto. Mas será com o senador Renan Calheiros escolhido para ser o relator da CPI da Covid que é desafeto de Bolsonaro, a linha dos entendimentos. O ponto nevrálgico da articulação está no convencimento da ala petista (lulista) se poderá ficar nas mãos de Renan a coordenação política da campanha presidencial, que segundo fonte, terá como um dos alicerces, entre outros num possível segundo turno, o senador Randolfe  Rodrigues (Rede-AP). 

O palanque da CPI  

Lula, já está orientado para pontuar em seus discursos que passou mais de 500 dias preso injustamente para não concorrer em 2018. Isso terá forte apelo emocional, provocado pelo quadro pintado as cores da decisão do STF da suspeição que anulou o processo julgado pelo ex-juiz Moro na vara de Curitiba.  

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O tempo está a favor de Lula mesmo com as ações penais que não foram extintas, já que essas ficarão sob a responsabilidade da Justiça Federal do Distrito Federal, e as diligências serão retomadas. 

Salvo surpresas, que a política sempre reserva, tudo indica que Renan Calheiros será o relator da CPI da Covid-19 agendada para ser instalada na terça-feira (27/04). Por outro lado, para fugir das denúncias de que estaria impedido, Renan declarou em seu perfil nas redes sociais um comunicado: “Desde já me declaro parcial para tratar qualquer tema na CPI que envolva Alagoas. Não relatarei ou votarei. Não há sequer indícios quanto ao estado, mas a minha suspeição antecipada é decisão de foro íntimo”, escreveu.  

Enquanto Bolsonaro estará sendo bombardeado por acusações na CPI, “Lula livre, leve e solto”, faz o que mais sabe, articula nomes e impulsiona o PT para ampliar e robustecer sua estrutura em São Paulo, o maior colégio eleitoral do País. Para coordenar a campanha o nome do deputado Paulinho da Força (SD-SP) já tem a benção do partido. Derrotado no segundo turno na eleição presidencial de 2018, o ex-prefeito Fernando Haddad vai disputar o Palácio dos Bandeirantes. 

Por: Roberto Monteiro Pinho/Senado/em.com/Imagens: Agência Brasil-EBC.

 

Por Ultima Hora em 26/04/2021
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