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Os senadores Omar Aziz (PSD-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL), respectivamente presidente e relator da CPI da Pandemia, discutiram na quarta-feira (12) após Renan de forma ofegante e fora do tom, pedir a prisão em flagrante do depoente Fabio Wajngarten por achar que ele mentiu à comissão. O presidente da CPI de pronto rejeitou o pedido. Esse foi o ponto crucial da CPI após o depoimento de Wajngarten.
E disparou — Não sou carcereiro de ninguém. Temos como pedir o indiciamento no relatório para ele ser preso, mas não por mim, e depois que for julgado. Aqui não é o tribunal de julgamento — disse o presidente da CPI.
Renan voltou a insistir e argumentou que Wajngarten mentiu “descaradamente” em vários pontos de seu depoimento, em atitude que representaria “desprestígio” à CPI. Como Wajngarten falava na condição de testemunha, os atos configurariam flagrante de crime, argumentou o relator.
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Para Omar, o depoente “se contradisse”, mas “não mentiu nenhuma vez”. Ainda na opinião do presidente da CPI, Wajngarten trouxe a informação mais importante para a CPI até então, ao comprovar que várias autoridades do primeiro escalão do governo federal tiveram conhecimento da intenção da Pfizer de vender vacinas para o Brasil, mais cedo do se esperava, já em setembro.
Wajngarten estaria protegendo o presidente
O depoimento do ex-secretário de Comunicação do governo Fábio Wajngarten, na quarta (12/05), foi o mais conturbado até agora na CPI da Covid, que investiga ações e omissões do governo durante a pandemia. Wajngarten era um dos nomes mais aguardados desde que deu uma entrevista à revista Veja acusando o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello de incompetência nas negociações de compra de vacinas.
No entanto, o ex-secretário deu respostas evasivas e foi em diversos momentos acusado de proteger o presidente e de mentir diante dos senadores, o que é crime. Isso levou a um pedido, pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL), reforçado por outros senadores, de que Wajngarten fosse preso em flagrante.
Depoimento foi encaminhado para o MPF
O presidente da CPI, senador Omar Aziz, negou dar voz de prisão a Wajngarten. Segundo ele, a comissão não pode atuar como um tribunal. Depois de pausa na sessão motivada por uma discussão entre Calheiros e o senador Flavio Bolsonaro, Aziz afirmou que iria encaminhar o depoimento de Wajngarten para análise do Ministério Público Federal.
Mesmo antes de sua demissão, já havia rumores de que Wajngarten estaria se envolvendo em assuntos do Ministério da Saúde, mesmo sem ser da área, por interesses pessoais. Na entrevista, o ex-secretário afirmou que seu envolvimento na compra de vacinas aconteceu porque o processo estava "sofrendo entraves" no Ministério da Saúde.
No entanto, durante a CPI, Wajngarten evitou responder diretamente diversas perguntas de Calheiros disse na CPI, por exemplo, que nunca fez parte das negociações e que apenas teve uma reunião com a Pfizer "para ajudar". À Veja, Wajngarten afirmou que havia se envolvido nas discussões com a empresa após a Pfizer não receber resposta do ministério da Saúde. “O ex-ministro Pazuello foi corajoso em assumir uma pasta no pior momento do Brasil", disse Wajngarten à comissão.
Da redação/Fonte: Agência Senado/em.com/Imagens
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