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Em levantamento constatou que grande parte dos adolescentes de 13 anos não sabe coisas básicas, como o fato de o mar ser salgado e o sol produzir calor.
A situação coloca o país atrás de nações como Cazaquistão, Bósnia e Irã no ranking do Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências (Trends in International Mathematics and Science Study – TIMSS).
Ele é organizado pela Associação Internacional para a Avaliação do Desempenho Educacional (IEA) a cada quatro anos, a partir de dados reunidos em um exame de conhecimento feito pelos alunos.
Segundo a IEA, 91% dos estudantes do 4º ano atingiram 400 pontos em Matemática, a nota mínima para o nível básico na matéria. No 8º ano, essa porcentagem foi de 81%.
No caso do Brasil, 22.770 adolescentes do 8º ano e 22.130 crianças do 4º ano foram avaliados.
Somente em matemática, 49% dos brasileiros de 4º ano não chegaram sequer ao nível básico. No 8º ano, ficaram em penúltimo lugar geral, atrás apenas do Marrocos.
Os resultados não só estão abaixo da média, como indicam queda de desempenho entre as séries.
O baixo desempenho reflete uma situação que já dura anos. No documentário Pátria Educadora, a Brasil Paralelo investigou o que há por trás desse mau desempenho do país em provas internacionais.
Mais da metade não sabe usar uma régua
O relatório indica que 51% das crianças brasileiras do 4º ano, que tem na faixa dos 9 anos, não dominam habilidades como:
Essas competências são necessárias para alcançar o nível básico de conhecimento. Deste grupo:
Adolescentes que não entendem fração
A situação piora no 8º ano. Os alunos na faixa dos 13 anos ficaram em penúltimo lugar na classificação geral, vencendo apenas os do Marrocos.
Apenas 38% conseguiram fazer contas com números negativos e medir polígonos, o que é considerado nível básico. Desses:
Crianças não sabem o que é a lei da gravidade
Em ciências, a situação foi um pouco melhor. No 4º ano, o Brasil ficou em 51º lugar entre 58 países.
Os resultados indicam uma percepção melhor em do desempenho em ciências do que em matemática. 61% alcançaram o nível básico, demonstrando conhecimento sobre plantas, animais e o meio ambiente.
Além disso, sabem que turbinas geram eletricidade.
Desses, só 31% chegaram ao nível intermediário. Isso significa que 69% não sabem:
Dos 22.130 avaliados, apenas 1.991 chegaram ao nível alto, somando 9% do total. Esse nível exige a compreensão de como os germes se espalham e qual a quantidade de água existente no planeta Terra.
Apenas 1% está no nível avançado, sendo capaz de:
Adolescentes não sabem que o mar tem sal
No caso dos estudantes do 8º ano, o déficit também impressiona. Dos 22.770 avaliados, 58% não sabem que a água do oceano contém sal e o Sol fornece luz e calor, o que corresponde ao nível básico.
Ademais:
Meninos vão melhor em matemática
O Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciência (TIMSS) avalia:
Os alunos são classificados em níveis de dificuldade: baixo, intermediário, alto e avançado, dependendo do número de acertos.
Cerca de 650 mil estudantes de escolas públicas e privadas ao redor do mundo participaram das provas online, que abordaram números, medição, geometria e resolução de problemas.
O TIMSS também comparou o desempenho entre meninos e meninas, além das condições de casa e escola que afetam os resultados.
Em geral, estudantes que faltaram menos à escola se saíram melhor nas duas avaliações. Aqueles cujas famílias têm melhores condições financeiras também tiveram nota mais alta.
Os meninos desempenharam de modo superior às meninas em matemática, no 4º ano na maioria dos países, e na metade deles no 8º ano. Em Ciência, na maioria dos países avaliados, não há diferença de desempenho entre gêneros.
O levantamento é feito a partir de uma prova aplicada mundialmente desde 1995 em alunos do 4º e do 8º ano do ensino fundamental.
Como estão os melhores países
Os estudantes asiáticos foram o destaque no ranking. Cingapura liderou ambas as disciplinas e faixas etárias, seguida por China, Hong Kong, Japão e Coreia do Sul.
A Lituânia foi a nação fora da Ásia mais bem classificada, alcançando a sétima posição no ranking de Matemática do 4º ano.
Na lista dos dez melhores, além dos asiáticos, estão a Inglaterra em 6º lugar, seguida por Irlanda, República Checa, Suécia e novamente a Lituânia. A Turquia também se destacou, e os Estados Unidos ficaram em 27º lugar.
Uma nova forma de avaliar a educação brasileira
Até então, o nível dos alunos brasileiros só era comparado com o de estrangeiros através do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), que avalia jovens de 15 anos.
A inclusão no Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências (TIMSS) marca um passo importante para entender os desafios educacionais do Brasil desde os primeiros anos escolares.
Além disso, é importante a participação dos responsáveis nesse processo. Pensando nisso, a Brasil Paralelo desenvolveu a Travessia. Trata-se de uma jornada de estudos autêntica, com início, meio e fim bem definidos.
Diante desses resultados preocupantes, será possível ao poder público traçar formas para melhorar o aprendizado desde cedo.
Participar do Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências (TIMSS) ajuda a entender onde estão as falhas e como podemos melhorá-las. Além disso, o engajamento da família no processo é fundamental para resolver a questão.
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