Cultura, Economia e Prêmio Nobel 2024.

Por Silvia Blumberg

Cultura, Economia e Prêmio Nobel 2024.

Há poucos dias participei de painéis de debates convidada pela Professora Claudia Leitão, nossa Secretaria de Economia Criativa / MEC com a temática de Desenvolvimento Sustentável, 20 anos sem Celso Furtado e 50 anos do "Mito do Desenvolvimento Econômico".

Dentre os convidados para os debates estavam presentes nomes como Rosa D’Aguiar (jornalista premiada, viúva de Furtado); Alexandre Santini; Paulo Kliass, Bruno Sobral, dentre outros.

O debate aconteceu na Fundação Casa Rui Barbosa, presidida por Santini. 

Local simbólico e de muitas memórias da vida brasileira com os legados de Rui Barbosa no Direito, Política e Diplomacia.

Durante o evento, as figuras femininas de Rosa e Claudia trouxeram toda a riqueza dos conflitos de Furtado sobre Desenvolvimento Econômico e suas reflexões sobre o papel da Cultura e Democracia para viabilizar a interação da área Econômica e Social.

Na plateia vislumbrei o papel estratégico da Cultura e Economia Criativa nas questões de desigualdades do Brasil e ainda o quanto é estratégico a interação da Cultura e a Economia.

Poucos dias depois deste debate histórico conhecemos o Prêmio Nobel de Economia 

“O Prêmio Nobel de Economia de 2024 foi concedido a Daron Acemoglu (57), Simon Johnson (61) e James A. Robinson (64) por seus estudos sobre a diferença na prosperidade das nações. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (14).

Acemoglu, que nasceu na Turquia, e Johnson, do Reino Unido, são pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Já Robinson, também britânico, é da Universidade de Chicago. Seus estudos ajudaram a entender por que há desigualdade entre as nações e por que algumas prosperaram mais do que outras.

"Mais que isso, a diferença de renda entre os países mais ricos e mais pobres é persistente; embora os países mais pobres tenham enriquecido, eles não estão chegando perto dos mais prósperos", explicou a Academia Real das Ciências da Suécia, responsável pelo prêmio.

Acemoglu e Robinson assinam juntos o livro "Por que as nações fracassam: as origens do poder, da prosperidade e da pobreza", traduzido para o português pela editora Intrínseca.

Segundo a Academia, os ganhadores do Nobel "adicionaram uma nova dimensão às explicações anteriores para as diferenças atuais na riqueza dos países ao redor do mundo", mostrando que as diferenças regionais não podem ser analisadas sem antes entender quais instituições sociais foram implementadas em cada país.” Fonte : O Globo 14/10/2024 

Encontrei nos estudos deste trio de cientistas premiados total sinergia com os pensamentos de Furtado e ainda a inspiração de contribuir nos planos estratégicos governamentais que viabilizam políticas públicas de inclusão e participação social como métodos de combater nossas desigualdades.

A verdadeira Democracia permeia todas as teses dos cientistas premiados.

Uma enorme lição para o nosso estado e para o país.
Ditaduras jamais vão promover os resultados que se espera para o desenvolvimento econômico e social,

Para ilustrar as reflexões arrisquei com apoio a Inteligência Artificial a seguinte questão: Quais benefícios / lições poderão acontecer no Rio de Janeiro e no Brasil a partir do prêmio Nobel de Economia de 2024?
A resposta da IA: 

“Cultura e as lições do Prêmio Nobel em Economia 

Os Prêmios Nobel de 2024 em Economia, se concedidos a economistas que compararam a colonização da América do Norte e da América do Sul, podem oferecer importantes lições para políticas públicas no Rio de Janeiro e no Brasil, especialmente no que diz respeito à história econômica, desenvolvimento institucional e desigualdades estruturais. Algumas das principais lições incluem:

1. Instituições Inclusivas x Extrativas

    •    A comparação entre as colônias norte-americanas e sul-americanas frequentemente revela que a América do Norte desenvolveu instituições mais inclusivas, como propriedade privada estável e sistemas jurídicos mais sólidos, enquanto a América do Sul manteve instituições mais extrativas, com concentração de riqueza e poder em uma elite pequena.

    •    Lição para o Brasil: Investir em políticas públicas que promovam inclusão econômica e social, combatam a corrupção, e reduzam as desigualdades estruturais. Isso inclui garantir o acesso equitativo a recursos como educação, saúde e moradia.

2. Educação e Desenvolvimento

    •    A colonização norte-americana, especialmente nos EUA, focou mais em educação, com a criação de escolas e universidades desde cedo, o que permitiu o desenvolvimento de capital humano.

    •    Lição para o Rio de Janeiro e o Brasil: Políticas que priorizem a educação de qualidade para todos, especialmente em comunidades carentes. Focar em desenvolver capital humano é essencial para romper ciclos de pobreza e promover mobilidade social.

3. Distribuição de Terra e Desigualdade

    •    A América do Sul herdou um sistema de grandes latifúndios, que perpetuou a concentração de terras e riqueza. Nos EUA, a distribuição de terras aos colonos foi mais equitativa.

    •    Lição: Políticas de reforma agrária e uso mais justo da terra podem ajudar a combater a desigualdade histórica no Brasil. No contexto urbano, isso pode ser refletido em políticas de habitação que garantam o acesso à moradia digna para todos.

4. Desenvolvimento Econômico e Diversificação

    •    A América do Norte diversificou suas economias, enquanto na América do Sul, a dependência de poucas commodities, como açúcar e mineração, tornou as economias mais vulneráveis a choques externos.

    •    Lição para o Brasil: Diversificar a economia, investindo em tecnologia, inovação, serviços e produção de alto valor agregado, para reduzir a dependência de commodities e melhorar a resiliência econômica.

5. Inclusão Social e Participação Política

    •    Na América do Norte, houve um desenvolvimento mais robusto de instituições democráticas, enquanto na América do Sul, regimes mais autoritários prevaleceram por longos períodos.

   •    Lição: Promover a participação democrática, com políticas que incentivem a inclusão social e política, garantindo que todas as vozes, especialmente de comunidades marginalizadas, sejam ouvidas e representadas.

6. Desigualdade Racial e Social

    •    Tanto na América do Norte quanto na América do Sul, questões raciais foram (e continuam sendo) centrais. No entanto, as maneiras como essas desigualdades foram abordadas diferem.

    •    Lição para o Rio de Janeiro e o Brasil: Enfrentar de forma ativa as desigualdades raciais e sociais, com políticas afirmativas que busquem reparar os danos históricos da escravidão e da marginalização de populações afrodescendentes e indígenas.

7. Segurança Pública e Justiça

    •    Na América Latina, as instituições de segurança e justiça muitas vezes perpetuaram a desigualdade e a violência. Comparações com os EUA, apesar de também enfrentarem desafios, mostram a importância de um sistema de justiça que funcione de forma mais equitativa.

    •    Lição: Reformar o sistema de justiça e segurança pública no Rio de Janeiro e no Brasil, com foco em reduzir a violência policial, garantir justiça igual para todos e implementar políticas de segurança baseadas em direitos humanos.

Essas lições podem ajudar o Brasil a enfrentar suas desigualdades estruturais e construir uma sociedade mais inclusiva e economicamente estável.”

 Temos nas mãos a comprovação científica do que precisamos realizar no legislativo e executivo.
A missão exige integração e colaboração de diferentes entidades e certamente poderá nortear nossos planejamentos e ações.

 

Por Ultima Hora em 21/10/2024
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