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Nos últimos meses os impactos da criminalidade na zonal Sul do Rio de Janeiro envolvendo jovens organizados das periferias nos remetem a inúmeras reflexões!
Os indicadores do Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes (PISA) revelam o péssimo desempenho da maioria dos estudantes de escolas públicas brasileiras, o que vem ocorrendo há décadas! Estamos na posição 61ª em ciências e na 65ª em Matemática. Diferente do que acontece nas escolas privadas.
Dados que revelam o fracasso de nossos investimentos em educação pública e a urgência de pedir socorro e criar articulações com os gestores das áreas privadas, as quais apresentam melhores resultados.
Estes números certamente refletem direta ou indiretamente a situação educacional dos jovens das famílias mais pobres e as consequências são inúmeras: Prejuízo incalculável para a sociedade e para nosso país.
Estados e municípios não estão conseguindo acompanhar as evoluções tecnológicas e as transformações culturais que envolvem a população jovem excluída de acesso a equipamentos e a capacitação atualizada que repercutem na sua informação e formação.
Eu escolhi minha primeira profissão aos 13 anos: Serviço Social, num tempo que percebia as dificuldades financeiras e emocionais de meus avós refugiados da Polônia e ainda viver todos os impactos que a pobreza gera nas famílias, incluindo saúde, nutrição, violências domésticas dentre outras.
Todas as situações traumáticas eram rebatidas em meu cérebro com critérios de decisões que me poupassem maiores dores, os quais impactam minha vida toda! Uma característica que me acompanha sempre!
A vivência de ter tido poucos recursos e de ter sofrido violências domésticas na infância me proporciona empatia e identificação com estes grupos vulneráveis que estão se perdendo de si, de suas famílias e de sua comunidade.
Estou escrevendo este artigo poucos dias antes do Natal de 2023 e com meu coração e alma extremamente sensibilizados pelas guerras na Europa, no Oriente Médio e em especial pelos crimes que assolam o Rio de Janeiro relacionados com conflitos sociais que estão ferindo e matando nossa população de todas as classes, em especial jovens pretos e mais pobres.
Como se pode pensar no Rio de Janeiro do presente e futuro com os gravíssimos problemas de segurança pública que obrigaram as lideranças do estado e município criarem medida extrema de apreender menores para simples verificação da existência de mandado de busca e apreensão com o objetivo de prevenir arrastões e inúmeros crimes que estão acontecendo recorrentemente em nossa orla e vizinhanças?
No mesmo jornal fluminense que noticia a discussão se é ou não racismo estrutural conduzir jovens para delegacias para verificar suas reputações, encontramos entrevistas espetaculares sobre futurismo, tecnologias, transição energética, inovação, sustentabilidade, acessibilidade e tantos outros temas como se a vida nas cidades fosse fragmentada e se não existissem correlações e interdependências entre os acontecimentos.
O bem-estar tanto das famílias pobres das favelas e o das famílias de classe média e ricas não estão na mesma balança?
Há extrema diferenciação de como tratamos as políticas de desenvolvimento econômico e o social impactando nossa segurança pública. Os projetos de educação e cultura são estratégicas para o Brasil.
Estive ontem no evento do lançamento de uma entidade que apoia startups: Atitude 247 patrocinadas por” empresários anjos” (arriscam investimentos voltados para melhorar a vida da população local e ou do planeta) da Sai do Papel (SDP) e assisti algumas apresentações de novos negócios sociais, de saúde e ambientais os quais buscam investimentos para escalar suas ações.
O local da SDP em Ipanema: um salão amplo, ao lado da estação General Osório do Metro Rio, com inúmeros recursos educacionais e artísticos e com o foco em startups que se preocupem com os problemas da população e tragam soluções.
Minha indagação é a seguinte: se tantas empresas empregam Hackatons para estudar seus problemas e empregar soluções tecnológicas, quais motivos que os governos não se integram e buscam na inovação e tecnologia soluções que estudem a cultura destes jovens, de suas famílias, do seu entorno para ao menos conhecermos quais motivos que os levam para se organizarem e investirem em atos criminosos? Será que poderemos transformar suas organizações de arrastões para outras causas que favoreçam a sociedade e traga remuneração para cada um deles e minimize suas carências?
O que é Hackaton?
“O termo hackathon vem da junção de duas palavras da língua inglesa: hack, que quer dizer programar com excelência, e marathon, maratona. A maratona de programação, então, reúne hackers por muito tempo, com o objetivo de desenvolver soluções que causem impactos tanto internos (como no caso de uma empresa, por exemplo) quanto externos.”
Fonte USP - 04/062019
Sabemos que há falhas na área de educação que provocam a pobreza e influenciam diretamente no comportamento de jovens que se tornam delinquentes, mas melhorar a educação é algo de longo prazo de extrema importância.
Com o mundo de hoje deve existir novas soluções mais imediatas que tratem o problema de forma mais ágil e eficiente.
A segurança da população é prioridade absoluta! Implica em preservar a saúde física e mental além de prevenir todos os impactos que a violência causa em todos os territórios no ir e vir, no turismo, na saúde mental e etc…
Todos os modelos clássicos de intervenção no fenômeno da violência que só aumenta se mostram de altíssimo custo social e econômico, além de se mostrarem ineficazes.
Venho aqui recomendar aos nossos líderes das áreas pública e privada que se inspirem no movimento 24h/dia 7 dias da semana: Atitude 247
https://www.instagram.com/atitude247oficial?igshid=MTNiYzNiMzkwZA==
Que sejam iniciados os Hackatons em diferentes esferas de áreas públicas com apoio de áreas privadas para elencarmos os problemas que causam os atos indesejáveis e buscarmos soluções criativas e alternativas! Precisamos acreditar em nossa capacidade criativa!
Estratégico que o trabalho tenha conceito participativo e colaborativo!
Vamos investir em inovação!
As startups originalmente foram desenvolvidas para negócios (Uma startup é uma empresa jovem e inovadora, focada em criar um modelo de negócio escalável, oferecendo soluções para desafios específicos), a ideia é aplicar a mesma modelagem para criar políticas públicas transformadoras que impactem a segurança pública e a cultura do estado aplicando inteligência e interdisciplinaridade e criatividade.
Em 2024 poderemos rever nossas escolhas e mudar nossas formas de resolver problemas!
Quando salvamos uma vida salvamos toda humanidade!