De Promessa a Problema: Rachel de Carvalho e o Colapso do PRTB de Pablo Marçal

Poder, Ambição e Crime: O Trio Explosivo que Abalou o PRTB de Pablo Marçal e Avalanche

De Promessa a Problema: Rachel de Carvalho e o Colapso do PRTB de Pablo Marçal

A volta dos que não foram.

Rachel de Carvalho em meados do primeiro semestre de 2023 se mostrava uma líder promissora no PRTB. Ex-assessora de Levy Fidelix para assuntos administrativos quanto a diretórios dos municípios de SP, foi uma das pessoas que lideraram o grupo formado naquela época por opositores ao comando da família Fidelix, com intuito de afastá-los judicialmente que, devido ao falecimento de Levy, carregavam acusações graves na gestão do partido.

Antes disso, fora nomeada presidente do diretório do Estado de SP por Júlio Fidelix, isso devido ao apoiá-lo em processo de afastamento de sua cunhada Aldinea Fidelix da direção da sigla, auxiliando-o ao prospectar votos de fundadores, e posteriormente, com problemas de Júlio na presidência nacional e em muitos diretórios estaduais, formou grupo dissidente.

Com apoio de lideranças desses diretórios que foram parte do processo, conseguiu em maio de 2023 tal intuito, como também novas eleições para o comando do PRTB - por ordem judicial do TSE, que acabou sendo realizada em Guarulhos no final de julho de 2023, encabeçando a chapa vencedora.

Parecia que o partido, com um grupo bem relacionado entre si, deslancharia sob o comando de Rachel, que prometia muitas inovações; entretanto, problemas já começaram no mesmo dia das eleições. Para conseguir votos e apoio na ação judicial originaria da situação, Rachel acordou com lideranças a manutenção ou indicações em diretórios estaduais e municipais, o que é normal em agremiações do tipo.

Porém, segundo partidários consultados, perceberam que mesmo levando votos e auxiliando a causa jurídica desde o início, outras lideranças que nem eram do partido estavam presentes na convenção, e abertamente diziam que estavam em negociação com Rachel que, ao ser confrontada, respondia que só estavam tentando participação e que cumpriria os acordos.  

Passado isso e mesmo não tendo sido homologada pelo TSE, a direção nacional do PRTB ainda era hipoteticamente conduzida pelo 2º vice-presidente Murad Kabachian, parceiro fiel de Rachel, no entanto, segundo lideranças, era ela quem realmente comandava, e por isso, possui acusações no TSE de ter usado irregularmente a senha de Murad, que por sua vez praticamente nem sabia de muitas situações, pois agia de boa-fé deixando-a praticamente livre para atuar em seu nome.

Mesmo autorizado judicialmente para tomar providencias normais quanto a sigla não o fazia, trazendo graves problemas aos comandos dos diretórios estaduais e municipais frente as eleições municipais que estavam por vir no ano seguinte, e apoios políticos locais já estavam sendo discutidos.

Mesmo assim, lideranças afetadas ainda acreditavam em Rachel que, com postura aparentemente segura, dizia que deviam aguardar a anotação da eleição mesmo em posse da senha de Murad, e, “imitando” as 72 horas mantra dos bolsonaristas, afirmava semanalmente a todos que tinha a certeza que em 15 dias estaria tudo resolvido, mesmo sendo constantemente alertada que havia algo estranho na demora do TSE.

Enquanto isso, Rachel viajava pelo país como presidente eleita dando como certa sua anotação, mas segundo parceiros da chapa, não estava somente se apresentando aos diretórios, mas também supostamente negociando e traindo vários acordos, como fez inclusive no Rio de Janeiro ao negociar posteriormente com o deputado estadual Thiago Rangel, já acordado com outro grupo antes das eleições de julho 2023, consequentemente traindo-o conforme se sucedeu, e com a posterior traição de Avalanche, o deputado foi colocado de escanteio assumindo o Rio o vereador  Jalmyr Junior, ligado a viúva de Levy, parceira fiel de Avalanche.

Com essas e outras falhas, Rachel ao final de 2023 já havia perdido apoio da grande maioria dos colegas da chapa vitoriosa de julho, e como sua eleição foi anulada em dezembro pelo TSE e com nova eleição em fevereiro de 2024 praticamente agendada, acabou se unindo a Avalanche, mesmo sabendo de quem se tratava.

Segundo os mesmos, Rachel só realmente se importou com os comportamentos de Avalanche quando lhe foi retirada a presidência do diretório do Estado de SP, consequentemente municípios paulistas sob a sua tutela, enquanto situações análogas antes com muitos de seus parceiros, não se importava de fato, mesmo todos já sabendo que Avalanche nunca cumpriria em razão de seus comportamentos, e sendo 1a vice presidente, não tomava as providencias devidas.

Depois desse fato, começou a dizer que estava sendo ameaçada pela turma daquele e pelo próprio, mas participava ao mesmo tempo de reuniões políticas com os mesmos, como em Marília junto com Tarcísio Escobar - indiciado por associação ao PCC, e em evento de Bolsonaro na Av. Paulista em março – também  junto com Avalanche e outros do grupo, estando presente também padre Kelmon sem saber o que acontecia e quem eram de fato.

Segundo informação de um partidário que estava neste evento, ao se manifestar que Kelmon seria o candidato a prefeito da capital, um dos integrantes da turma de Leonardo disse abertamente e na frente do padre que quem mandava em SP era ele, não Rachel, e que ainda não estava decidido, deixando o interlocutor amedrontado pela forma, e após isso, descobrindo sobre a origem do grupo, se afastou definitivamente até do partido.

Estranhamente, Rachel dizia a todos ser muito amiga da esposa do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e por isso parceiros não entendiam o porquê de não pedir ajuda por tais supostas ameaças, ou denunciado diretamente ao MP ou polícia, como era inclusive cobrada.

Através do secretário geral que a mesma indicou quando formou chapa com Avalanche, decisão esta tomada sem a ciência de grande parte do seu grupo, tenta agora retomar o comando do partido, mas nem recorreu da decisão de Moraes de dezembro conforme disse que faria, deixando parceiros também perdidos.

Em 2023 Rachel nomeou seu marido Arthur Marcelo Borges dos Santos como presidente do diretório da capital de SP e também como advogado principal do partido, mesmo não possuindo experiência necessária na área, tendo seu registro na OAB-SP somente em 2021.

E quando questionada sobre acusações criminais contra o mesmo na imprensa por opositores, dizia ser um homônimo. Pesam contra seu marido acusação de ter sido preso e condenado por tráfico de drogas, tendo inclusive um Habeas Corpus negado pelo STJ, por ser reincidente e por ter ficado foragido.
 
Já o cunhado de Raquel de Carvalho e irmão de Arthur, Paulo Marcos Borges dos Santos, também é acusado de ter sido traficante de drogas, estelionato além de responder por improbidade administrativa por desvio de recursos públicos. Ele foi indicado pela mesma para ser o Delegado Nacional da sigla.
 
De acordo com ex-parceiros e partidários de Rachel, é quase impossível dela conseguir alguma vitória em suas ações, pois perdeu oportunidades de agir em momentos estratégicos e está isolada com um pequeno grupo praticamente de SP. E caso assuma, tentarão revogar se utilizando de provas que não querem falar por ora. 

Afirmam que ela decepcionou a muitos e não tem condições mínimas de gerir o partido, além da falta de confiança, não possui experiencia e aptidão para atuar a nível nacional.

Por Ultima Hora em 26/08/2024
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