Assine nossa newsletter e fique por dentro de tudo que rola na sua região.
'Quem te Viu, Quem te Vê': O Legado da Ditadura e o Triunfo do Cinema Nacional
Diálogo entre gerações revela complexidades da história política brasileira e celebra conquista de Fernanda Torres
Em uma conversa rica em detalhes históricos e reflexões sobre o passado e presente do Brasil, dois interlocutores discutem o filme "Ainda Estou Aqui", estrelado por Fernanda Torres, e sua recente vitória no Globo de Ouro. O diálogo abrange temas como a ditadura militar, corrupção, sindicalismo, a importância do cinema nacional e os desafios contemporâneos da sociedade brasileira.
Destaques da conversa:
Filme "Ainda Estou Aqui":
Ditadura Militar:
Anistia e suas consequências:
Sindicalismo e Movimentos Trabalhistas:
Capitalismo e Poder Econômico:
Cinema Nacional e Reconhecimento Internacional:
Transformações no Mundo do Trabalho:
Lobby e Influência Política:
Poder Paralelo e Violência:
Civilização e Progresso:
Importância do Cinema:
Educação Histórica e Política:
Concentração de Riqueza:
Direitos Trabalhistas:
Reflexões Finais:
Os interlocutores enfatizam a importância de conhecer a história para compreender o presente. Destacam que muitos direitos trabalhistas foram conquistados com luta e sacrifício, e alertam para os riscos de retrocesso. A conversa termina com um apelo à juventude para valorizar essas conquistas e entender que nada foi "dado de graça".
O diálogo ressalta a relevância do cinema como meio de preservar e discutir a memória histórica, exemplificado pelo sucesso e reconhecimento internacional de "Ainda Estou Aqui". A discussão serve como um lembrete poderoso da interconexão entre arte, política e sociedade, celebrando não apenas as conquistas artísticas, mas também sua importância na contínua jornada de autocompreensão e evolução social do Brasil.
Reflexões sobre os males da ditadura:
A ditadura militar no Brasil foi um período sombrio que deixou cicatrizes profundas na sociedade brasileira. Durando de 1964 a 1985, o regime, inicialmente proposto como temporário, se estendeu por mais de duas décadas, trazendo consigo uma série de problemas e violações de direitos humanos.
A falta de fiscalização e transparência durante o regime militar abriu portas para a corrupção generalizada. Diversos casos de desvios de recursos públicos foram citados como exemplos: a construção da Usina de Itaipu, a Ponte Rio-Niterói e a Rodovia Transamazônica são exemplos de obras marcadas por suspeitas de superfaturamento e má gestão de recursos.
A repressão política foi outra marca dolorosa da ditadura, com perseguições, prisões, torturas e desaparecimentos forçados de opositores ao regime. O caso do deputado Rubens Paiva, retratado no filme "Ainda Estou Aqui", é um exemplo emblemático dessa violência institucionalizada.
O enfraquecimento dos movimentos sindicais e estudantis também foi uma consequência direta do regime militar. Com a proibição de greves e manifestações políticas, os trabalhadores e estudantes perderam importantes canais de reivindicação de direitos.
A censura à imprensa e às artes sufocou a liberdade de expressão, limitando o acesso à informação e impedindo o desenvolvimento cultural do país. Muitos artistas, intelectuais e jornalistas foram forçados ao exílio ou silenciados.
O legado da ditadura inclui ainda uma anistia controversa que perdoou crimes cometidos por agentes do Estado, deixando muitos casos sem investigação ou punição adequada. Isso resultou em uma sensação de impunidade e justiça incompleta que persiste até os dias atuais.
Os efeitos econômicos do regime militar também foram significativos, com períodos de aparente crescimento seguidos por crises e inflação descontrolada. A concentração de renda se acentuou, aprofundando as desigualdades sociais.
A educação foi severamente afetada, com a imposição de um currículo controlado e a perseguição a professores e estudantes considerados subversivos. Isso resultou em um retrocesso no pensamento crítico e na formação cidadã.
O trauma coletivo causado pela ditadura deixou marcas profundas na psique nacional, gerando medo, desconfiança nas instituições e uma cultura de silêncio sobre os abusos do passado, que ainda hoje dificulta um debate aberto e construtivo sobre esse período da história brasileira.
Reflexões sobre os Rumos da Esquerda Brasileira:
"A esquerda nasceu da luta por melhorias para os trabalhadores. O PT surgiu com o intuito de diminuir a desigualdade social através dos direitos do trabalhador" que o foco atual em questões de identidade, embora importantes, não deve se sobrepor às pautas econômicas e trabalhistas. "Estão mais preocupados com questões de gênero do que com quem está passando fome ou sendo explorado no trabalho", critica.
Um apelo por um retorno às origens do movimento, lembrando as lutas históricas dos trabalhadores por direitos básicos. "Nada que existe hoje foi dado de graça. Muitos morreram e sofreram para conquistar os direitos que temos", e questiona a narrativa sobre o comunismo no Brasil: "O Brasil nunca teve comunismo. Quando é que o Lula foi comunista? Nunca. Ele é o cara do acordo, o mais conciliador que já vi".
Por fim, defende um equilíbrio entre as pautas de esquerda e direita: "A direita tem seu papel de garantir que o setor produtivo tenha condições de crescer, mas é preciso garantir o mínimo de dignidade ao trabalhador. É aí que entra a esquerda".
A reflexão levanta questões importantes sobre o papel dos movimentos sociais e partidos políticos na defesa dos direitos trabalhistas e na busca por uma sociedade mais justa e igualitária.
Veja ainda:
Por Robson Talber e Ralph Lichotti - Advogado e Jornalista, Foi Sócio Diretor do Jornal O Fluminense e acionista majoritário do Tribuna da Imprensa, Secretário Geral da Associação Nacional, Internacional de Imprensa - ANI, Ex- Secretário Municipal de Receita de Itaperuna, Ex-Presidente da Comissão de Sindicância e Conselheiro da Associação Brasileira de Imprensa - ABI - MTb 31.335/RJ
Notícias exclusivas e ilimitadas
O Última Hora Online reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.
Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!
Entre para os nossos grupos de WhatsApp CLIQUE AQUI PARA ENTRAR, nossas Redes Sociais Facebook, Instagram, Twitter e YouTube e receba notícias diariamente.
#CinemaBrasileiro #FernandaTorres #HistóriaBrasileira #DitaduraMilitar #DireitosTrabalhistas #GlobodeOuro #Oscar2025 #MemóriaHistórica #ArteEPolítica #CinemaComoFerramenta #DesafiosContemporâneos #EducaçãoPolítica #DireitosSociais
Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!