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Na última terça-feira (8/abr), o deputado federal Gilvan da Federal (PL-ES) provocou forte repercussão ao declarar, durante sessão da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, que deseja a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As falas ocorreram enquanto se discutia um projeto de lei que prevê o desarmamento da equipe de segurança do chefe do Executivo.
“Por mim, eu quero mais é que o Lula morra. Eu quero que ele vá para o quinto dos infernos. É um direito meu. Não vou dizer que vou matar o cara, mas eu quero que ele morra”, afirmou Gilvan. Em tom provocador, o parlamentar ainda acrescentou: “Se ele tiver um infarto, eu vou ficar feliz”. O próprio deputado compartilhou o vídeo de sua fala nas redes sociais, com a legenda: “Quem é parceiro do crime não merece respeito. Fora Lula”.
A proposta em debate, de autoria do deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), pretende proibir o uso de armas de fogo por agentes de segurança que acompanham o presidente da República e seus ministros. A justificativa, segundo os proponentes, seria alinhar a medida ao discurso de promoção da “cultura de paz” adotado pelo governo federal. Gilvan, no entanto, utilizou o projeto como plataforma para criticar Lula e reforçar sua retórica de confronto político. “Se Lula quer desarmar a população, seus seguranças também deveriam andar desarmados”, argumentou.
As declarações foram rapidamente alvo de críticas e levantaram o debate sobre os limites da liberdade de expressão, especialmente quando envolvem figuras públicas. A Advocacia-Geral da União (AGU) acionou a Polícia Federal (PF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), solicitando investigações por possível incitação ao crime e ameaça, questionando se o discurso ultrapassa os limites da imunidade parlamentar.
Nas redes sociais, a reação foi imediata. O geógrafo e influenciador digital Pedro Ronchi, por exemplo, publicou críticas ácidas ao discurso do deputado. Em sua conta na plataforma X, escreveu: “Deus, Pátria, família e morte ao presidente Lula. Que belo patriota, cidadão de bem a favor da vida, né?”, ironizando a postura de Gilvan da Federal. Em outra postagem, Ronchi apontou contradições ideológicas: “O incrível caso dos políticos a favor de armar todo mundo, mas querem desarmar os seguranças do Lula. A favor da vida, mas desejam a morte do Lula. Cristãos, mas pregam ódio e morte ao Lula. Contra o aborto, mas pelo fim da vida do Lula.”
O episódio alimenta ainda mais o clima de tensão política, especialmente diante da lembrança dos planos golpistas de 2022 investigados pela PF, que envolviam ameaças contra autoridades como Lula, Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.
As falas de Gilvan da Federal, em meio à tramitação de projetos sensíveis na Câmara, ampliam a polarização e reacendem o debate sobre o uso da imunidade parlamentar para discursos que incitam violência.
Fonte: Urbsmagna
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