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Exclusivo: Roberto Monteiro Fala Sobre Caso Gabriel Monteiro e Revela Trajetória Política em Meio a Reviravolta Judicial
Em uma entrevista exclusiva e emocionante, o deputado federal Roberto Monteiro (PL-RJ) abriu as portas de sua vida pessoal e carreira política, lançando luz sobre o controverso caso de seu filho, o ex-vereador Gabriel Monteiro, e revelando detalhes surpreendentes de sua própria trajetória. A conversa acontece em um momento crucial, com a recente decisão judicial de reiniciar todo o processo criminal contra Gabriel Monteiro.
Roberto Monteiro iniciou a entrevista comentando sobre a última sessão do ano na Câmara dos Deputados, onde participou de votações cruciais, incluindo o orçamento para 2025 e a nova lei tributária. Com uma postura crítica, o deputado comparou o processo legislativo a um "papai noel" que traz presentes indesejados: "O povo já não aguenta mais impostos", afirmou, justificando o voto contrário por achar que tem "jabuti" nessa reforma feita "A toque de caixa", assim resolveu seguir a orientação de seu partido, o PL.
O ponto central da entrevista, no entanto, foi o caso de seu filho, Gabriel Monteiro, preso há mais de dois anos. Roberto Monteiro revelou que o processo criminal contra Gabriel terá que ser reiniciado devido a uma nulidade processual. "Aquilo que ele foi acusado não procede com a verdade", declarou o deputado, argumentando que a relação em questão teria sido consensual e que exames médicos teriam descartado acusações de transmissão de DSTs.
"Sempre falo isso: Deus existe. Esse é o Deus que há 2 anos e 2 meses tem estado com a mão poderosa sobre o meu filho Gabriel Monteiro", disse Roberto, emocionado. Ele detalhou que Gabriel está preso preventivamente, sem sentença, no complexo de Gericinó, enfrentando condições difíceis. "Quando é quente é quente, quando é frio é frio. Bangu é um bairro que os opostos são intensos", descreveu.
O deputado questionou a disparidade no tratamento judicial, comparando o caso de seu filho com outros réus soltos após acusações graves. "Vou te dizer um caso: há questão de 8 meses, aproximadamente, um sujeito foi preso... ele abusou de uma menina de 12 anos, engravidou essa menina. Ele, de maior idade, foi condenado a 12 anos e 11 meses, mas na segunda instância ganhou o processo", contrastou Monteiro.
Roberto Monteiro expressou frustração com o que considera ser uma aplicação desigual da justiça. Ele questionou: "Como é que um cara daquele [referindo-se a um criminoso solto do PCC] estava solto e nós temos um vereador combativo que está 2 anos e meio [preso], o processo em segredo de Justiça, ninguém sabe o que tá acontecendo?" Esta indagação reflete um sentimento compartilhado por muitos brasileiros sobre a percepção de inconsistências no sistema judicial do país, onde Sergio Cabral, e membros de facções criminosas estão soltos e Gabriel Monteiro não consegue responder em liberdade.
O deputado também falou sobre o impacto que o caso de Gabriel teve na família e em sua própria carreira política. "Em 14 dias ele falou 'pai, entra no meu lugar', e eu vim em 14 dias sem equipe, sem dinheiro, sem material, sem nada, dois vídeos dele", relembrou Monteiro, descrevendo como assumiu a candidatura no lugar do filho.
O que torna essa conquista ainda mais impressionante é o fato de que Gabriel não teve recursos financeiros significativos para sua campanha. Enquanto o custo médio por voto na época era no mínimo R$ 6,50, Monteiro gastou em média por cada voto apenas R$ 0,54. Este relato ilustra como eventos pessoais podem rapidamente alterar o cenário político, especialmente em um contexto de forte conexão familiar.
A entrevista tomou um rumo surpreendente quando Roberto Monteiro compartilhou sua extraordinária história de vida. "Eu nasci no ventre de uma mulher que por necessidade vendeu o corpo", revelou o deputado. Ele narrou ter nascido em um prostíbulo no Rio de Janeiro, em um local chamado Pinto de Azevedo, hoje Centro Administrativo da prefeitura. "Eu fui concebido, eu fui gerado num ato de um cliente com a minha mãe que tinha necessidade", contou.
Monteiro detalhou como foi retirado daquele ambiente pelo Juizado de Menores e levado para o Instituto de Ressocialização Padre Severino, na Ilha do Governador. "Hoje eu volto lá, sento à mesa do diretor, nobre delegado federal, e digo: 'Poxa, eu poderia me imaginar que hoje, na condição de Deputado, estaria sentado aqui?'", refletiu.
Essa experiência de vida moldou profundamente suas convicções políticas. Monteiro se posicionou fortemente contra o aborto, relacionando sua história pessoal ao debate:
"Eu sou um exemplo. Imagina se o aborto fosse liberado como em alguns países, eu não estaria aqui vivo".
Sobre sua atuação parlamentar, Monteiro destacou seu trabalho nas comissões de segurança pública e saúde. "Irmão, eu tô investindo muito. 100% das emendas de bancada do Estado do Rio de Janeiro eu destinei pra segurança pública, ordem do Gabriel", afirmou, enfatizando o conselho constante de seu filho: "Gabriel sempre fala comigo: 'pai, não trai o povo'".
"Hoje nós vivemos uma instabilidade na área de segurança muito grande", afirmou Monteiro, justificando sua decisão de direcionar todas as suas emendas parlamentares para este setor. Esta escolha, segundo ele, não apenas reflete as necessidades urgentes do Estado do Rio de Janeiro, mas também honra o legado de seu filho Gabriel, conhecido por suas ações de fiscalização enquanto vereador.
O deputado também abordou a questão da representatividade política, destacando como sua trajetória incomum - de filho de uma profissional do sexo a deputado federal - oferece uma perspectiva única no Congresso Nacional. "Eu tô 35 anos no cenário político, carregando pasta, servindo café, abrindo porta, fazendo network, e Deus achou graça em mim", refletiu Monteiro, enfatizando a importância da perseverança e da fé em sua jornada.
O deputado também abordou questões urgentes que afetam o cotidiano dos cariocas. Mencionou o recente caso de negligência médica na UPA da Cidade de Deus, onde um jovem de 20 anos faleceu após não receber atendimento adequado. "O povo nas redes sociais todo tempo volta a clamar por Gabriel Monteiro", disse, lembrando das ações de fiscalização que seu filho realizava enquanto vereador.
Monteiro não se esquivou de temas polêmicos, reafirmando sua posição conservadora em questões como o aborto, sempre relacionando suas opiniões com sua história pessoal. "O PL ajudou a passar o projeto contra o aborto aqui. Somos radicalmente contra. Até porque eu sou do segmento protestante, jamais poderia concordar com isso", declarou.
Paralelamente à entrevista, uma reviravolta significativa ocorreu no caso judicial de Gabriel Monteiro.
A juíza Márcia Regina Sales Cardoso de Oliveira, da 34ª Vara Criminal, determinou que a instrução criminal da acusação de estupro contra o ex-vereador seja inteiramente refeita. A decisão, veio após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ordenar a inclusão de provas que, segundo a defesa, não haviam sido submetidas ao conhecimento dos advogados.
Entre as irregularidades apontadas, estaria a juntada aos autos de apenas uma das três oitivas da suposta vítima realizadas na polícia. Apesar da decisão de recomeçar o processo do zero, Gabriel Monteiro permanecerá em prisão preventiva, com a juíza justificando a manutenção da detenção como necessária para "a garantia da ordem pública e ser conveniente para a instrução criminal".
Esta decisão reacende discussões sobre a necessidade de celeridade e transparência no sistema judiciário, especialmente em casos de grande repercussão. O caso, que corre em segredo de justiça, tem gerado intenso debate sobre a condução de processos criminais envolvendo figuras públicas.
Ao final da entrevista, Roberto Monteiro deixou uma mensagem de esperança para o futuro, não apenas para seu filho Gabriel, mas para toda a nação. "Que Deus ilumine a nossa nação. Eu sou do PL, mas eu quero bem do meu país", declarou, enfatizando que, apesar de suas convicções partidárias, seu objetivo principal é o bem-estar do povo brasileiro.
O deputado concluiu com uma reflexão sobre sua jornada e o futuro: "A Bíblia nos mostra isso: quer ser grande, seja pequeno. Então você é uma pequena semente que vai florescer, vem florescendo e dará muitos frutos para esta nação". Quanto ao futuro, Roberto Monteiro expressou otimismo, não apenas para seu filho Gabriel, mas para o país como um todo. "Que o nosso 2025 seja infinitamente melhor que 2024", disse, demonstrando esperança apesar dos desafios enfrentados.
Esta entrevista, combinada com os recentes desenvolvimentos judiciais, oferece um panorama multifacetado da política fluminense e nacional. Revela as intersecções entre história pessoal, atuação parlamentar e os desafios enfrentados pelo sistema judiciário e de saúde pública. O caso Gabriel Monteiro e a trajetória de Roberto Monteiro continuam a alimentar debates cruciais sobre justiça, representação política e superação pessoal no cenário brasileiro contemporâneo.
Imagem Robson Talber
Repórter Ralph Lichotti - Advogado e Jornalista; Editor do Ultima Hora e Jornal da República; Ex-sócio Diretor do Jornal O Fluminense; sócio-majoritário da Tribuna da Imprensa; ex-Secretário Municipal de Receita de Itaperuna/RJ e Conselheiro da Associação Brasileira de Imprensa - ABI
MTB 31.335/RJ
OAB/RJ 128.043
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