Deputado Nikolas Ferreira e senador Flávio Bolsonaro se manifestam contra a representação artística do famoso quadro de Leonardo da Vinci

A cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris gerou polêmica entre nomes do conservadorismo brasileiro ao apresentar uma releitura do icônico quadro "A Última Ceia", de Leonardo da Vinci, com a participação de drag queens. A representação, que faz referência à última refeição de Jesus Cristo com seus apóstolos antes da crucificação, foi considerada uma "zombaria demoníaca da fé cristã" pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG).

Entre as drag queens que participaram da encenação estava Nicky Doll, ex-participante do reality show RuPaul's Drag Race. A presença de artistas drag no papel de personagens bíblicos despertou a ira de políticos conservadores, que utilizaram as redes sociais para expressar sua indignação.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também se manifestou contra a apresentação, fazendo uma alusão a um episódio polêmico do Carnaval de 2019. "Vocês lembram o que aconteceu depois da encenação do Diabo pisando em Jesus no Carnaval de 2019? Com Deus não se brinca", afirmou o parlamentar.

A "Última Ceia" é uma das obras mais famosas da história da arte, retratada em diversos afrescos ao longo dos séculos. No entanto, a versão mais conhecida é a de Leonardo da Vinci, datada de 1497. Tradicionalmente, a cena representa o momento em que Jesus consagra a Eucaristia, um dos sacramentos mais importantes do Cristianismo.

A polêmica em torno da releitura apresentada na abertura das Olimpíadas de Paris evidencia a tensão entre a liberdade de expressão artística e a sensibilidade religiosa. Enquanto alguns defendem o direito dos artistas de reinterpretar obras clássicas, outros consideram tais representações uma afronta à fé cristã.

Como diz o ditado popular, "o que é sagrado para uns, pode ser profano para outros". Cabe à sociedade encontrar um equilíbrio entre o respeito às crenças individuais e a valorização da diversidade cultural e artística, promovendo um diálogo construtivo e evitando a polarização extrema.

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