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Um grupo de deputados do Partido Liberal (PL) que se aproximou do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está planejando deixar a legenda, alegando arrebatamento por parte da cúpula do partido, liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro . Esses deputados, apelidados de "transdeputados", por integrarem uma sigla de direita enquanto apoiam um governo de esquerda, estão traçando planos para sair em bloco após a aprovação do Orçamento de 2024.
A decisão de aguardar até depois da aprovação do Orçamento se deve à relatoria do mesmo estar nas mãos de um membro do PL, o deputado Luiz Carlos Motta (SP). Este tem o poder de influenciar a alocação de recursos e direcionar benefícios para suas bases eleitorais, o que tornaria uma saída antes dessa aprovação pouco estratégica para o grupo dissidente.
As tensões entre os dois grupos dentro do PL se intensificaram após a aprovação da reforma tributária. Uma parte significativa dos deputados da legenda apoiou a proposta do governo, apesar das ameaças de motivação por parte do líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes (RJ), contra aqueles que colaborassem com o Executivo.
A primeira expulsão ocorreu com o deputado Yury do Paredão (PL-CE), que manifestou apoio ao presidente Lula e "fez o L" em uma foto. Essa atitude foi interpretada como um sinal de apoio ao governo de esquerda e levou à sua expulsão do partido. Alguns membros mais radicais comemoraram essa ação, considerando-a o início de um expurgo dentro da lenda.
A proximidade com o governo Lula é justificada pelo fato de o petista ter obtido uma vitória esmagadora no Ceará nas últimas eleições, com 69,97% dos votos, em comparação aos 30,03% de Bolsonaro. Nesse contexto, atuar como oposição ao PT no estado é visto como um movimento político arriscado.
O grupo que se aliou ao governo Lula afirma ter enfrentado uma paixão por parte de colegas de partido. Deputados como Vinicius Gurgel (PL-AP) acusaram ataques vindos de bolsonaristas da bancada, principalmente em grupos de WhatsApp.
A liderança da oposição no partido, representada por Carlos Jordy (PL-RJ), sugeriu que esses deputados pró-Lula deveriam ser tratados como "mortos-vivos", ou seja, excluídos de comissões, fundos e diretórios, e caso tentassem sair do festa, correriam o risco de perder seus mandatos. Por sua vez, os membros pró-Lula esperam a expulsão como forma de evitar essa possibilidade.
O deputado José Medeiros (PL-MT) ironizou o grupo pró-Lula, chamando-os de "transdeputados", e sugeriu que eles estão interessados ??em obter cargas e emendas do governo, apesar de serem membros de um partido de direita que se identificam com um governo de esquerda.
O cenário político no PL permanece tenso e em evolução à medida que esses conflitos internos se ativaram. A saída em bloco dos deputados pró-Lula após a aprovação do Orçamento de 2024 promete ser um momento crucial para a trajetória do partido e para o quadro político mais amplo no Brasil.
Fonte: UOL
Por Última Hora
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