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A taxa de desocupação no Brasil registrou um aumento no trimestre móvel encerrado em fevereiro de 2025, alcançando 6,8%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quinta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice subiu 0,7 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, quando estava em 6,1%.
Apesar do aumento, o mercado de trabalho brasileiro continua a apresentar avanços relevantes. O número de trabalhadores com carteira assinada atingiu 39,6 milhões, o maior da série histórica iniciada em 2012. Além disso, o rendimento médio habitual dos trabalhadores chegou a R$ 3.378, um recorde para a pesquisa. A taxa de desocupação atual ainda se mantém entre as menores para trimestres encerrados em fevereiro desde 2014.
Desemprego cresce, mas segue abaixo do registrado há um ano
O número de pessoas desocupadas no Brasil aumentou 10,4% em comparação com o trimestre anterior, atingindo 7,5 milhões de indivíduos. No entanto, esse total representa uma redução de 12,5% em relação ao mesmo período de 2024, quando os impactos da pandemia ainda eram mais evidentes no mercado de trabalho.
Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, essa alta segue um comportamento sazonal típico do início do ano. "O crescimento da taxa de desocupação no primeiro trimestre ocorre devido ao aumento da busca por trabalho nesse período", explicou.
A população ocupada sofreu uma leve retração, caindo 1,2% no trimestre e totalizando 102,7 milhões de pessoas. Apesar disso, o número ainda representa um crescimento de 2,4% em comparação ao mesmo período do ano passado.
Construção civil e setor público puxam redução na ocupação
Nenhum setor da economia registrou crescimento na ocupação no comparativo com o trimestre anterior. Os recuos mais significativos foram observados na Construção (-4%, menos 310 mil pessoas), na Administração pública, defesa, educação, saúde e assistência social (-2,5%, menos 468 mil trabalhadores) e nos Serviços domésticos (-4,8%, menos 290 mil trabalhadores).
Por outro lado, na comparação com o mesmo trimestre de 2024, quatro setores se destacaram pelo crescimento no número de ocupados: Indústria Geral (3,2%, mais 409 mil trabalhadores), Comércio e reparação de veículos (3,6%, mais 690 mil), Informação, comunicação e serviços administrativos (3,5%, mais 447 mil) e o setor público e de serviços sociais (4,1%, mais 717 mil). O único recuo nessa base de comparação foi registrado nos Serviços domésticos (-3,6%, menos 216 mil pessoas).
Aumento do emprego formal reduz informalidade
O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado atingiu 39,6 milhões de pessoas, estabelecendo um recorde na série histórica. O avanço foi de 1,1% no trimestre (421 mil novos postos) e de 4,1% em relação ao ano anterior (1,6 milhão de postos a mais). Para Adriana Beringuy, esse crescimento está diretamente ligado à atividade comercial: "O aumento do emprego formal está associado à manutenção das contratações no setor de comércio".
Por outro lado, o número de empregados sem carteira assinada caiu 6% no trimestre, totalizando 13,5 milhões de trabalhadores. Já os trabalhadores por conta própria permaneceram estáveis no período, somando 25,9 milhões, mas registraram alta de 1,7% no acumulado de 12 meses. Esses movimentos resultaram em uma leve queda na taxa de informalidade, que passou de 38,7% para 38,1% da população ocupada, representando 39,1 milhões de trabalhadores.
Renda dos trabalhadores atinge patamar recorde
O rendimento médio real habitual dos trabalhadores brasileiros alcançou R$ 3.378, o maior valor já registrado pela Pnad Contínua desde 2012. O crescimento foi de 1,3% no trimestre e de 3,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior, já considerando o ajuste pela inflação.
Os maiores aumentos salariais foram observados na Indústria (2,8%, acréscimo de R$ 89), na Administração pública e serviços sociais (3,1%, mais R$ 139) e nos Serviços domésticos (2,3%, mais R$ 29). Segundo Adriana Beringuy, esse crescimento se deve, em parte, à redução do número de trabalhadores informais, o que ampliou a proporção de empregos formais com remunerações mais elevadas.
Na comparação anual, a Construção teve o maior crescimento salarial (5,4%, ou mais R$ 135), seguida pelos Serviços domésticos (3,1%, ou mais R$ 39). Mesmo com a leve redução na população ocupada, a massa de rendimento real habitual atingiu um novo recorde de R$ 342 bilhões, mantendo-se estável no trimestre e apresentando um avanço de 6,2% em 12 meses, equivalente a R$ 20 bilhões adicionais circulando na economia.
Fonte: Brasil247
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