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Para um roqueiro raiz, todo dia é dia de rock. E não apenas no 13 de julho, data lembrada mundialmente em homenagem ao gênero musical. Para o especialista em Segurança, Direito Penal e Criminologia, professor de Direito Penal e Processo Penal do Centro Universitário IBMR e roqueiro, Edson Eduardo Avelar, também é. O “dr. Roqueiro”, aos 54 anos de idade, esbanja maturidade e dá dicas para quem quer ingressar na profissão e aprender a conciliar o jeito pessoal de ser com os ambientes jurídicos, que são considerados uns dos mais protocolares do mercado.
Para quem vê o professor Edson de terno, gravata e cabelos grisalhos contidos sob um penteado bem tradicional, talvez nem imagine que por baixo do look tradicional há tatuagens gigantes e, quase sempre, uma camisa do Iron Maiden – ou de outras bandas queridas do rock mundial.
“Com esse monte de tatuagem e cabelo comprido, você não consegue emprego”. A frase que já deve ter sido ouvida por quase todo jovem roqueiro – e de outras tribos no mundo também - contradiz com toda a trajetória profissional de Avelar. Ele que está há cerca de duas décadas na profissão.
“Minha aparência nunca me atrapalhou profissionalmente. Mas, eu tomo cuidados. Quando eu vou para um ambiente mais formal prendo o cabelo, não deixo as tatuagens aparentes. Além disso, eu optei por não fazer tatuagens em locais muito visíveis: pescoço, dedos. Só não sei até quando. Pode ser que algum dia eu acabe fazendo, mas, por enquanto, não”, admite o professor do IBMR, instituição que integra o Ecossistema Ânima, no Rio de Janeiro.
Obviamente que as tatoos já foram argumentos para receber alertas na juventude dos pais e professores. “Diziam que eu não ia conseguir ser militar, servidor público, juiz... como eu nunca quis exercer estas atividades, não fez diferença”. Porém, desde quando se formou até hoje, Avelar nota que o cenário vem melhorando no sentido de aceitarem a diversidade. “Hoje é até raro você encontrar alguém que não tenha tatuagens. Antes, eu era a exceção”, lembra
Na advocacia, Avelar afirma que nunca teve problemas com preconceito, mas, quando foi gerente de banco, sim. “Um dia, fui atender uma cliente que sempre atendia. Porém, arregacei as mangas em um momento da reunião e apareceu a tatuagem no antebraço. Ela olhou meio atravessado, reprovando. Depois, ela pediu à direção para trocar de gerente. Foi a situação mais absurda que eu passei”.
O professor do IBMR diz que nunca gostou de outro gênero musical que não fosse rock. Desde a adolescência. E a primeira paixão foi o Kiss. “Foi o show que mais me chamou a atenção. De lá para cá, só fui conhecendo mais e mais bandas de rock. Não gosto de nada que não seja rock. Neste ponto eu sou super radical e não tenho nada no meu passado que me desabone por ter ouvido rock e heavy metal. Aliás, este, hoje é o estilo que eu mais ouço no rock”.
Rock é fraternidade
“No mundo do rock, a camisa de banda é quase um uniforme. E em vários lugares que eu já estive, diante de pessoas que eu nunca vi na vida, até em outros países, se alguém me olha com a camisa de uma banda, eu olho para a camisa dele também, a gente se cumprimenta imediatamente e se fala como se fôssemos integrantes de uma grande tribo mundial. Não entra rixa de religião, de política, de time de futebol. Nada! Se você gosta de rock e eu também, a gente vira amigo”.
Dicas do mestre
Hoje, Edson Avelar lida com jovens e, sempre que tem oportunidade orienta não apenas roqueiros, mas também, funkeiros, sertanejos, emos, entre outros sobre a questão dos protocolos de aparência no campo profissional jurídico. “Eu tomo esses cuidados. Até porque, fico imaginando que se algum juiz tivesse uma demonstração clara de desprezo pela minha aparência ou algo do tipo, hoje em dia, esta situação poderia até se virar contra ele e sendo algo positivo para mim”, salientando que, mesmo assim, ainda seria um problema a se resolver. São três dicas práticas para se adaptar, sem ter que abrir mão de seus gostos fora dos ambientes jurídicos:
1 – “Por mais que você goste de um estilo musical ou qualquer outra coisa, há um cerimonial, uma liturgia nos diferentes locais que frequentamos. E sendo um advogado, também temos que respeitar as regras destes locais. Assim, da mesma forma que não é ideal ir à uma audiência com a camisa de um time de futebol, também não é ideal ir com a camisa de uma banda de rock. Você vai utilizar as vestimentas que são adequadas a este mundo. Por mais que você goste de cabelo comprido, tatuagens, o ideal é se adequar: prenda o cabelo, use um brinco mais discreto, etc”.
2 – “E cuidado também com o tipo de tatuagem. Se a pessoa fizer um desenho que defenda algo que seja ilegal, há uma contradição, por exemplo, em uma audiência criminal. Pense bem no desenho da tatuagem que você for fazer, para que você não se arrependa”.
3 – “Agora, se você quer se sentir sempre uniformizado com a camisa do Iron Maiden, por exemplo, coloque-a por baixo da camisa social, do terno e complemente com a gravata com um nó bem feito por cima. Eu faço isso às vezes”.
Origem da data
O Dia Mundial do Rock é celebrado desde 1985, quando foi realizado o Live Aid, um dos maiores concertos de rock da história. Entre os ídolos e bandas de rock da época que subiram aos palcos estavam Queen, Led Zeppelin, David Bowie, Mick Jagger, Sting, entre outros. O evento aconteceu simultaneamente em Londres e nos Estados Unidos e foi organizado para arrecadar fundos para as vítimas da fome na Etiópia.
Elemara Duarte
Relacionamento com a Imprensa IBMR (Unidades Barra, Catete e Botafogo)
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